C A P Í T U L O 4

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								Quando as férias finalmente chegaram, foi um alívio

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Quando as férias finalmente chegaram, foi um alívio. Eu teria pelo menos uns quarenta dias para cair no esquecimento, sempre fui boa em ser invisível e agora tenho mais certeza que essa era uma das vantagens que eu tinha por ser assim tão comum. Nunca me destaquei em nada, muito menos na beleza, mas agora um simples beijo roubado fez de mim uma garota beijoqueira, como se eu tivesse agarrado outros garotos também. Essa é uma das verdadeiras definições de injustiça.

Combinei de encontrar Ceci no parque, mas parece que seu ônibus quebrou e ela está esperando por outro, não tenho muito o que fazer sozinha, só me resta entrar nas redes sociais e bisbilhotar a vida alheia, é o tipo de coisa que uma adolescente entediada da vida costuma fazer num lugar como esse.

O tempo começou a fechar, não esperava que fosse chover, caso contrário, não teria saído de casa. Morar em São Paulo chega a ser interessante, você nunca sabe o que esperar do tempo e das pessoas, num momento você pode estar tomando sorvete e andando livremente por aí debaixo do sol escaldante, e no outro você pode receber um raio na cabeça enquanto roubam a sua carteira e simplesmente saem nadando na enchente.

Seria cômico se não fosse trágico.

Mas não me vejo em outro lugar, é aqui que nasci e provavelmente será onde vou morrer, sem contar que o cachorro-quente é maravilhoso.

- Olha só quem encontramos!!

Gostaria de poder me enterrar em qualquer lugar, mas parece que preciso mesmo lidar com Ligia e suas amiguinhas metidas, agora.

- Como vai, Fer? - Sua voz irritante quase me faz revirar os olhos. E desde quando ela me chama de Fer?

- O que você quer, Ligia?

- Não seja má! - diz enquanto coloca a mão no peito em um ato dramático. - Mas já que perguntou, quero te lembrar que ainda temos um desafio a ser cumprido.

- Ficou maluca? Eu já cumpri meu desafio e estou pagando as consequências dele até hoje. - Quase perdi o fôlego.

- Mas o desafio era conquistá-lo, e até agora o Cauê não me pareceu nem um pouco interessado em você.

- Está perdendo seu tempo, não existe mais desafio nenhum, e eu não vou beijar aquele idiota outra vez! - Ligia e suas amigas me olham surpresas.

- Bom, a escolha é toda sua. De qualquer maneira, ele nunca te daria uma chance.

Por um tempo me imaginei puxando os cabelos de Ligia até deixá-la careca, aquilo me parecia tão satisfatório, mas eu não perderia meu tempo colocando esse desejo em ação.

- Não se esqueça de que temos uma festinha no dia vinte e cinco às dezenove horas, é na minha casa e você está convidadíssima, fique tranquila, não teremos bebidas alcóolicas. - ela diz, soltando uma piscadela antes de finalmente sair com seus minions.

Um Desafio Para NandaOnde histórias criam vida. Descubra agora