Fomos para o chalé de Hermes, Lee deveria ter perguntado alguma coisa, mas eu não ouvi nada, tudo o que passava na minha cabeça era que o meu irmão e a minha irmã estavam com problemas, que eu falhei em ser o irmão mais velho.
Eu falhei.
Eu não era melhor do que o Luke porcaria nenhuma, nunca iria conseguir ser o que ele nunca foi. Não vi nada no caminho, não vi nada no chalé, as coisas da Marisa ainda estavam lá, e as do meu irmão também. Pelo menos eles não fugiram do acampamento.
- Você sabe o que aconteceu? Deveríamos chamar Quíron? - Fletcher perguntou atrás de mim, o que me trouxe de volta à realidade.
Me virei para assentir, mas uma explosão soou em algum lugar da floresta.
- Ei! - Ele disse - Eu conheço esse som, é das bombinhas super-barulhentas do meu irmão.
Olhei pra ele - Você acha que podem ter sido eles?
- Eu não... - ele balançou a cabeça, tentando se concentrar - são tantas reclamações todos os dias, eu...
- Fletcher! - eu briguei - esse som veio da floresta, se não os meus irmãos, algum dos seus acabou de fazer barulho suficiente para chamar a atenção de cada monstro dalí. Você consegue pelo menos usar seus ouvidos tão especiais para saber mais aproximadamente de onde estouraram essa bomba?
Não esperei pela resposta ao pegar uma espada que estava jogada num canto do chalé e correr pela floresta.
- Punho-de-Zeus - Lee Fletcher falou antes de virar para o chalé de Apolo - o eco só funciona assim se a origem for do Punho-de-Zeus. Vou pegar meu arco, nos encontramos lá.Eu corri o mais rápido que consegui, e depois acelerei mais ainda, corri até os limites humanos, e então acelerei até os limites para os semideuses, eu corri tão rápido que poderia ultrapassar um carro numa autoestrada, eu não ia falhar mais ainda, eu ia proteger os meus irmãos.
As árvores não passavam de borrões, então tive que chutar a minha posição para começar a desacelerar.
Meus sapatos estavam fumegando, assim como as minhas pegadas, se fosse qualquer outra situação, eu teria ficado muito animado, eu tinha corrido igual o próprio Flash. Mas agora não era o momento para comemorações, a clareira estava a poucos metros adiante, e eu não poderia dizer que a minha chegada foi silenciosa.
- QUEM ESTÁ AÍ? - Peguntou uma voz irritada que infelizmente eu conhecia.
- Luke... - murmurei sei querer.
- TRAVIS?? - Ele perguntou incrédulo e então se dirigiu pra outra pessoa na clareira - Por que será que ele está aqui não? Aposto que ele estaria espionando, percebi que estávamos sendo vigiados desde que cheguei. Tem certeza de que essa é a sua família?
- Tá maluco? - respondi ofegante, enquanto cambaleava para a clareira - não me ouviu chegando não?Luke estava de pé perto das pedras, a cicatriz parecia brilhar em seu rosto tamanho o ódio que emanava dele, ele se meteu em alguma coisa realmente maligna desde a última vez que eu o vi.
E Marisa, ela estava jogada no chão, com a mão no rosto enquanto eu caminhava nada heroicamente.
- O que você fez com ela? - perguntei enquanto me agachava pra perto dela, minhas pernas chorando com o esforço - Você está bem? - ela assentiu.
Procurei discretamente o meu irmão, nada no meu campo de visão. Lee também não apareceu ainda, mesmo se não tivesse ido buscar seu arco, demoraria alguns minutos a mais para chegar.
Talvez Connor nem estivesse junto, talvez foi a Marisa quem jogou a bombinha, ela poderia tê-la roubado em algum momento dos últimos dias. Mas eu teria que confiar que ele estaria bem em algum lugar. Não sei o que a Marisa estava fazendo no meio da floresta de noite, com o diabo encarnado, se ela estava querendo entrar no exército dele, ou qualquer outra coisa, não importava, ela precisava da minha ajuda.
- Estamos ocupados agora, irmão, você não tem que ficar de babá do seu chalé? Vai que algum pré-adolescente frustrado não decide tacar fogo em algum chalé para chamar a atenção do pai?
- Que nem o que você está fazendo? Acho que nenhum dos meus irmãos são tão idiotas assim... - ele tentou retrucar, mas eu comecei a gesticular com as mãos fazendo a pior imitação possível dele - Ai, olha pra mim, eu sou o Luke, o meu papai não me deu atenção e então eu vou trabalhar com o avô dele, acho que agora ele vai me dar atenção não é? O que pode dar errado? Esse velho maluco me comer como comeu o meu avô? Nããão, Impossível. Olha pra mim papai, eu sou do mal!
Luke tentou me atacar, mas de algum jeito, consegui me esquivar. Fiquei de pé novamente, com a espada roubada em mãos, pronto para tomar uma surra. Me lembro bem de quando ele era campista, ninguém nunca conseguiu derrotá-lo com exceção de Percy Jackson, nem mesmo Clarisse La Rue, e considerando que ela poderia me derrotar de olhos fechados, eu não tinha mais esperanças contra o meu meio-irmão.
Ele deu mais um golpe, e com mais um milagre, desviei. Essa sorte não ia durar muito tempo, Luke não pouparia a minha vida, ou a de Marisa, ou seja lá o que ele estava tentando fazer com ela. E quando o traidor levantou a espada para atacar de novo, e a guarda da arma foi atingida por uma flecha, obrigando-o a largá-la.
- Você conhece a minha mira, Luke - Lee disse de algum lugar da floresta - A próxima vai fazer o que aquele dragão falhou naquela missão idiota.
Ouvi um arco sendo puxado novamente. Luke soltou um palavrão. Procurou alguma coisa em seus bolsos, e então jogou nada menos do que uma granada de luz mortal que eu só conheci através de vídeo games. Uma versão profissional do truquezinho dos campistas do chalé 7 durante a invasão do outro dia.
Quando a minha visão voltou ao normal, Luke tinha sumido. Deixando sua espada para trás, mas não era aquela espada de aço e bronze celestial que Jackson tinha descrito, era uma espada básica de bronze. Dei de ombros e peguei a espada para mim.
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Co-conselheiros Do Acampamento Meio Sangue
FanfictionObs:Essa história acontece um pouco antes de Batalha do Labirinto. Com Luke Castellan recrutando meio-sangues para o exército de Cronos, os irmãos Stoll, assim como o resto do acampamento, se vêem em uma crise de gerenciamento. Para aliviar a tensão...