Cocei meus olhos freneticamente para ter certeza de que eu estava vendo certo.
No fim, era realmente Nicholas ali.
Foi uma coincidência muito estranha aquela. De todos os lugares da cidade, ele teria de se mudar logo para o meu bairro? Ao lado de minha casa exclusivamente?
Me perdi em devaneios por um instante até que ao voltar aos meus sentidos, vi que Nicholas estava olhando em minha direção, e pior, ele estava acenando para mim, com aquele sorriso de dentes exageradamente brancos.
Gelei.
Como que por impulso me abaixei ficando quase de joelhos na parte fechada da minha varanda. Fiz isso na intenção de me esconder, não queria que ele me visse, ainda mais o observando como uma stalker maluca.
Mas no fim eu pareci de fato uma stalker maluca.
Quem em sã consciência faria o que fiz?
Estava tão envergonhada naquele momento que queria morrer.
Fiquei naquela posição por alguns minutos até decidir ir para dentro de meu quarto ainda sem me levantar.
Não queria correr o risco de levantar e encontrar ele me olhando com cara de "O que deu em você, garota?".
Me joguei na cama olhando fixo para o teto. Peguei meu travesseiro e gritei. O quão ridícula eu fui ao fazer aquilo? Aliás, por que fiz aquilo?
Eu me questionava.
Passados algumas minutos, escutei a campainha tocar e levei um leve susto com o barulho. Desci e fui atender, não pensei em nada, tinha quase certeza de que seria meu pai.
Sem perguntar eu abri a porta e ao dar de cara com a pessoa, eu achei que estivesse em um sonho, digo, um pesadelo.
— Mas que diabos você está fazendo aqui, Bennet? — questionei enfurecida.
— O que mais? Vim te ver. — respondeu já entrando.
Fechei a porta respirando fundo e virei para ele que estava já sentado no sofá da sala de forma desleixada, forma Carson Bennet de ser.
Revirei os olhos.
— Não vai sair? — questionei mais uma vez.
— Isso tá fora de cogitação, abri mão de uma festa daquelas pra te ver, você deveria está no mínimo agradecida. — respondeu com desdém, enquanto observava o local.
— Você só pode está de brincadeira com a minha cara, isso é algum tipo de pegadinha? Porque se for, não tem graça nenhuma. — indaguei.
— Tá bom, vou te contar o motivo real de eu ter vindo aqui. É aquele lance com a professora Chalie, eu te disse por ligação que eu não tinha entendido nada, você disse que me ajudaria, então aqui estou. — respondeu cínico.
Eu estava tão irritada que sentia meu rosto queimar. Carson tinha proficiência em me tirar do sério.
— Não vou te ajudar, eu nunca disse que o faria, nós somos...somos uma dupla agora, idiota, duplas fazem coisas juntos, não de outra forma, não ache que só porquê eu te odeio que eu vou te deixar fora dessa. — falei chegando perto. — Você, Carson Bennet, vai se arrepender eternamente por ter caído como minha dupla. — concluí perto demais.
Nossos rostos estavam à poucos centímetros de distância. Eu não fazia idéia de como e quando foi que chegamos tão perto um do outro daquela forma.
Me afastei meio sem jeito. Ele riu disfarçado.
— Tudo bem, dê o seu melhor, prometo dar o meu. — propôs levantando.
Ele vinha caminhando em passos cautelosos em minha direção, e eu ia recuando a cada passo que ele dava.
Parei ao encostar a parede.
— Até logo, Cass! — disse próximo ao meu ouvido e eu arrepiei.
Eu não queria acreditar que meu corpo havia reagido a algum tipo de aproximação dele. Não mesmo.
A primeira coisa que fiz ao vê-lo ir embora, foi subir ao meu quarto e sentar em frente ao computador na intenção de procurar algo que tirasse tal possibilidade da minha cabeça.
Digitei: "Talvez eu tenha sentido arrepios após um idiota falar próximo ao meu ouvido, só talvez, não é nada concreto. O que significa?"
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Antes Só Que Apaixonada
Teen FictionCassandra é uma garota de dezesseis anos. É inteligente, organizada, detalhista, desiludida e com grandes planos para o futuro. Mora com seu pai desde os quatro anos ao ser largada junto a ele por sua mãe, tal que a garota já nem lembra mais do rost...