Antes Só Que Apaixonada

Capítulo - 19

Na terça de manhã, eu já estava de pé muito antes do alarme tocar. Não por motivos especiais, quer dizer, além da escola, é claro, mas sim porque tive problemas ao dormir. Algo que não acontecia com frequência, mas que quando acontecia, me causava desconforto e consequentemente, insônia.

Faltando alguns minutos para às seis, eu comecei a me arrumar para ir a escola. Do quarto, eu já podia sentir o cheiro do café delicioso que meu pai sempre fazia. Era aconchegante e reconfortante aquele cheiro.

Na cozinha, encontrei papai usando seu avental cor cinza e sua touca branca. Ri baixo. Ele adorava cozinhar, e eu adorava o ver fazendo seus pratos deliciosos.

— Bom dia, Baby. O café está pronto, fique a vontade.

— Bom dia, papai. Com sua licença.

Papai sentou logo em seguida, após tirar seu avental e touca.

Nós estávamos conversando distraidamente sobre assuntos triviais, quando a campainha tocou, anunciando a chegada de alguém. Levantei e fui atender, ao abrir, dei de cara com Nicholas e não disfarcei nem um pouco a minha cara de surpresa ao vê-lo.

— Bom dia, Cassie, espero não ter estar atrapalhando.

— B-bom dia, Nicholas, não, você não está atrapalhando, terminei meu café da manhã há um tempo.

— Ah, certo. Então, eu na verdade vim aqui para te oferecer uma carona.

-— Uma carona?

— Isso!

— Para escola?

— Sim?

-— Mas, espera! Como você sabe que eu não tenho carona hoje?

— É que eu e o seu amigo Noah, temos um amigo em comum, o nome dele é Ítalo, e bom, ele acabou me dizendo ontem que seu amigo dormiria na casa dele, então pensei que talvez ele não pudesse vir te levar para a escola.

— Ah, sim, perdão, eu não sabia que o Ítalo também era seu amigo.

— Tudo bem, não foi nada. Mas e então, aceita minha carona?

— Claro! Deixa só eu pegar minha mochila no sofá.

— Fique à vontade.

Retornei a sala rapidamente e peguei minha mochila.

— Já está de saída, querida? — papai questionou.

— Sim, papai. — fui até ele e depositei um beijo em sua bochecha.

Em seguida fui de encontro a Nicholas que já me esperava próximo ao seu carro.

— Vamos? — ele perguntou ao abrir a porta do passageiro para mim.

— Vamos.

O caminho para a escola não foi nada silencioso como eu achei que seria. Conversamos sobre assuntos do colégio e outras coisas interessantes, pelo menos para ambos.

— Chegamos. — anunciou ao parar o carro de frente ao colégio.

— Obrigada pela carona, Nicholas. — agradeci, descendo do carro em seguida. — Você não vem? — questionei pela janela.

— Pode ir na frente, vou procurar uma vaga no estacionamento.

— Certo, então, até daqui a pouco.

— Até, Cass.

Bastou eu virar as costas e caminhar de encontro a entrada do colégio, que notei os olhares me cercando. Tentei não dar bola e segui meu caminho até a sala dos professores.