Capítulo - 01

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Para algumas pessoas, acordar cedo é uma tarefa difícil e dolorosa, além de tediosa. Bem, eu também pensava assim antes de ir para o primário do fundamental. Naquela época, aos seis anos, eu passei a amar coisas como acordar cedo, ser pontual na escola e em outros compromissos, além de ir para cama cedo, o que era uma tarefa um tanto difícil antes de eu iniciar no fundamental.

Meu comportamento no ensino médio foi o mesmo, desde o primeiro grau ao terceiro. E que terceiro! Aquele foi o ano mais turbulento que vivenciei ao longo dos meus dezesseis, quase dezessete anos de vida.

Eu particularmente adorava sextas-feiras, era meu dia favorito da semana, pois no dia seguinte eu não teria aula e teria tempo de sobra para ir a biblioteca, que era meu lugar favorito em todo o mundo.

Mas, por ironia do destino, os meus problemas daquele ano se iniciaram ao fim da primeira semana de volta às aulas. Em uma sexta-feira.

Era cedo da manhã quando eu acordei, logo em seguida deitando a cama e meditando por dez minutos antes das seis. Meditar havia virado hábito desde os meus onze anos de idade, por indicação da minha terapeuta Soraia, e consequentemente me ajudava muito ao longo do dia.

Ao término da meditação, de alma lavada, tomei um banho sem pressa e ainda com a toalha envolta de meu corpo, eu saí do banheiro em direção a minha cama onde eu já podia ver meu uniforme já passado, deixei escapar um sorriso por meu pai ser sempre tão caprichado e atencioso comigo.

Já arrumada eu desci as escadas sem pressa, avistando de longe meu pai brigando com o controle remoto mais uma vez.

— Até quando vai maltratar o pobre coitado? — questionei, chamando sua atenção para mim.

— Ah, isso? Não é nada demais, eu já deveria ter comprado um controle novo para a TV há um tempo atrás.

— Me dá aqui, deixa que eu te ajudo. — pedi, me aproximando e pegando o controle de suas mãos.

Troquei as pilhas de um lugar para o outro e testei na TV. Funcionou de primeira.

— Obrigada, baby.

Ele agradeceu sorridente e eu lhe dei um sorriso amigável, logo em seguida indo até a cozinha comer algo. Para minha sorte a mesa já estava cheia para o café da manhã, como de costume, já que meu pai sempre foi um ótimo cozinheiro e na juventude fez cursos de gastronomia que teriam dado certo, caso ele não tivesse conhecido minha mãe e a engravidado com duas semanas de namoro.

Após terminar meu café, eu levantei me despedindo de meu pai e saindo de casa quase que as pressas, na intenção de encontrar meu amigo ainda em casa. Tal que me dava carona desde que tirou sua carteira de motorista.

Do lado de fora avistei ele, meu vizinho e também melhor amigo, Noah Parish.

Somos amigos desde os quatro anos, e vizinhos desde então. Nos damos bem, até demais, Noah é o humano que mais me suporta e entende, em alguns momentos, por isso gosto tanto dele, e prezo para caramba nossa amizade.

— Bom dia, princesa, vai uma carona aí?

Princesa era como ele me chamava. Quando criança, brincávamos de contos de fadas com reinos encantados e essas coisas, ele sempre foi o sapo, nunca o príncipe, ainda que ele sempre me protegesse e cuidasse de mim feito um, só não queria deixá-lo se vlogariar tanto assim, ele já se achava demais.

— Bom dia, recusar carona de graça? Jamais! — respondi, lhe dando um sorriso sincero.

Ele sorriu de volta para mim, com aquele sorriso de lado mais inconveniente que só ele sabia dar.

Noah era alto, tinha por volta de um metro e oitenta e seis. Olhos castanhos, pele levemente bronzeada e cabelo da mesma intensidade da cor dos olhos. Por mais clichê que parecesse, ele era capitão do time de basquete da escola e consequentemente a sua popularidade era invejável.

Antes Só Que Apaixonada Onde histórias criam vida. Descubra agora