Capítulo - 03

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— Já posso deduzir que você gostou da surpresa? — Noah perguntou durante nosso abraço.

Me soltei dele e virei para olhar o lugar novamente.

— Essa foi a surpresa mais incrível que alguém já me fez, Noah, você é o melhor. — respondi, também sorridente, enquanto ele enxugava minhas lágrimas com suas mãos.

— Ufa, fiquei preocupado por um momento. — disse brincalhão.

— Não seja bobo, como eu não iria gostar de uma surpresa feito essa. - falei, dando um leve tapinha no ombro de meu amigo.

— Então, vamos entrar? — perguntou e eu assenti em concordância.

Entramos no local e eu não pude deixar de notar o quão diferente mas semelhante tudo estava. Eu sentia como se fosse eu de oito anos, entrando na lanchonete como sempre fazia nos finais de semana junto de Noah.

Nosso juramento era sempre irmos juntos, nunca sozinhos ou acompanhados de outras pessoas. Tinha que ser nós dois, apenas nós dois, juntos.

Ao olhar para o balcão eu pude ver rostos conhecidos, uma lágrima caiu instantaneamente de meus olhos, seguida de outra e outras. Era ela, a senhorinha que sempre nos acolhia e nos oferecia sorvetes de graça antecipadamente quando sabia que nossos pais não haviam nos dado mesada para o próximo final de semana.

— V-vovó.

Falei antes de desmoronar de vez em lágrimas.

— Minha preciosa. — disse vovó, vindo com dificuldade me abraçar.

Demos um abraço demorado, seguido de choros e soluços de ambas as partes, bom, diria que mais vindos da minha parte do que da de vovó.

Ao nos soltarmos depois de longos minutos abraçadas, pude reparar no rosto de vovó enquanto ela enxugava minhas lágrimas que aos poucos se cessavam. Seu rosto era o mesmo de anos atrás, seus cabelos negros e grisalhos estavam maiores e alinhados. A expressão de seu rosto era de calmaria, serenidade, ela parecia bem melhor que antes, e isso era ótimo de se ver.

— Você cresceu bem, minha preciosa, está linda. — vovó disse e eu sorri.

— Bom, crescer ela não cresceu muita coisa, vovó, mas que ela tá linda, ela tá sem sombras de dúvidas. — disse Noah atrevido.

Lhe lancei uma careta e vovó riu.

— O tiozão aqui está sobrando mesmo, né?

Ouvi uma voz familiar dizer e olhando para o lado do balcão onde vovó outrora estava, eu pude ver Júnior, filho de vovó Lupe.

— Júnior, e não é que você está realmente um velhote, vovó aparenta está mais nova que você. — falei brincalhona, indo de encontro a ele, o abraçar.

— Olha quem fala, a garota que não cresceu nem um centímetro desde os oito anos. — retrucou ele, durante nosso abraço.

Claro que não era completamente verdade o comentário dele sobre minha altura. Na verdade eu tinha um metro e quarenta e cinco quando comecei a frequentar a lanchonete de vovó Lupe, aos oito anos.

Eu havia crescido dez centímetros a mais que antes. Uma altura considerável, pelo menos para mim.

— Quantos anos você tem mesmo, Júnior? — perguntei curiosa, me afastando.

— Tenho trinta e três, por que? Está interessada em mim por acaso? Sai fora, tampinha, pedofilia não é meu esporte. — respondeu e eu cai em gargalhadas junto de vovó Lupe e Noah que observava tudo aquilo.

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