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_S/N_

No exato momento em que eu termino de falar ele se levanta e retira algo dos bolsos. Eram pétalas de flor brancas.

Milles abriu a janela do meu quarto.

-Suas palavras foram tão falsas que se eu disser que essas pétalas ficarão vermelhas ao jogar no vento vai parecer verdade.

Ele pôs a mão perto da boca e soprou as pétalas para fora da janela na luz do luar.

-Você disse isso como se soubesse no que eu penso- digo ironicamente.

Ele sorriu como se respondesse "sim".

-Talvez eu pense como você...

- Eu acho q não.

Ele rí e se direciona a porta.

-Boa noite...- Ele diz cansado.

- Para você também.

Ele sai do quarto.

Me viro para deitar de novo, olho para o travesseiro e vejo uma linda flor, era uma rosa, uma rosa branca. Retiro ela do travesseiro e a coloco no meu copo d'água na mesa de cabeceira ao lado da cama. Logo depois dormi.

*próximo dia*

Eu acordo com uma música  insuportavelmente alta. Me arrumo rápido e desço.

Passando pelo corredor vejo Flora correndo em minha direção.

-S/N o Milles não abaixa a música, dá um jeito nele.- ela fala rápido e resmunga alguma coisa baixo depois.

Chego no quarto de Milles e abro a porta, ele estava tocando sua bateria. Ele me vê e para de tocar instantaneamente.

-Como posso ajudar?- ele pergunta.

-Toca mais baixo, Emílla vai chegar daqui a pouco, não gostaria que ela veja, ou escute, tudo isso.

-Ok.- ele joga as baquetas na cama e vai até o viveiro ao meu lado e retira uma aranha grande e peluda, não parecia ser venenosa.

-E isso que você guarda aí dentro?

- Sim, não gostou?

-É um animal muito exótico para se ter em casa, não?

- Para algumas pessoa sim, para mim não.- ele se levanta com a aranha na mão e vem em minha direção.

-Relaxa...

Ele pega a minha mão cuidadosamente e devagar para colocar o animal. Eu passo a minha outra mão pela aranha de vagar para não assusta-la. Milles sorri.

-Parece que ela gostou de você.

-Como você sabe? É uma aranha.

-Bom... Ela ainda não te mordeu, então provavelmente ela gostou de você.- ele diz ironicamente.

Eu guardo a aranha no viveiro.

-Vou tomar café. Você vem?-digo

-Depois.

Saio do quarto e vou para a cozinha. Depois de tomarmos café, eu e Flora começamos a estudar.

Mais tarde Emílla chega.

-Boa tarde S/N.- ela olha a casa inspecionando cuidadosamente.-Fizeram alguma coisa diferente o tempo que estive fora?

- Não senhora.- respondo rápido.

Milles entra na sala.

-Olá Emílla.

- Boa tarde Milles.

-Como foi as férias?

-Maravilhosa. Agora, me dê licença que preciso desfazer as malas.

Ela vai para seu quarto. Milles vai em direção a porta, antes de sair ele faz um sinal como se estivesse me chamando, eu sigo ele.

Seguimos em direção sai labirinto, ele estava andando mais na frente, Milles segue o caminho do labirinto e sinto que ele começa a andar mais rápido e começo a andar no mesmo ritmo que ele.

Na hora eu não percebi, mas perdi Milles de vista, fiquei andando sem rumo, o labirinto era gigante e eu não sabia o caminho de cór.

Escutei barulhos de galopes, estavam ficando cada vez mais altos e próximos.

Me viro e vejo um cavalo vindo o na minha direção com uma pessoa em cima. Ele passa do meu lado e me puxa rápido para cima do cavalo junto a ele, o que me fez ficar tonta.

No começo achei que era Milles, logo vi que era um homem, não deu para ver seu rosto, parecia ter 35 á 40 anos.  Chegamos ao lago no centro do labirinto, ele me empurra para a chão, caio, o que me faz ralar o joelho, olho em direção ao homem, e desceu do cavalo de costas.

Ele se vira rápido, vejo seu rosto, era medonho, mais do que as mulheres, parecia bêbado, sua barba estava mal feita e seus olhos estavam cheios de olheiras. Estava vestindo um moletom vermelho, o qual eu tinha certeza de que já havia visto em algum lugar.

Ele chega perto de mim e segura meu cabelo de repente.

-Você...- Ele diz com uma voz rouca, seu bafo de bebida estava forte, ele não termina a frase.

Ele aperta mais meu cabelo é bate minha cabeça no chão, foi tão rápido que nem deu para me defender. Ele pega uma das pedras do rio, ele iria me bater, o homem me segurou pelo pescoço forçando para o chão, coloquei as mãos no rosto para me defender.

Escuto um trovão, o chão tremeu, não sinto mais a mão do homem e em minha garganta, abro os olhos e não o vejo lá, nem o homem nem o cavalo.

-S/N!- o grito de Milles ecoou em meus ouvidos- Você está bem? O que aconteceu?

-Não sei...Não me lembro- preferi não falar a verdade, afinal, quem iria acreditar.

Olho para Milles, ele estava usando o mesmo moletom do homem...

Milles me leva para a casa.

Os OrfãosOnde histórias criam vida. Descubra agora