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S/N

Acordo, estava mentalmente cansada ainda, afinal, eu dormi 2 horas da manhã. Olho para o outro lado da cama, Milles já não estava mais lá.

Levanto envergonhada por ter dormido de conchinha com Milles e vou em direção às escadas.

-Você demorou para descer...- Flora diz correndo e me dando uma abraço de "bom dia" enquanto eu descia as escadas.

Nesse momento Emílla entra na sala com uma caixa pequena.

-O que é isso?- Flora pergunta indo em direção a Emílla, que hoje parecia ter acordado do lado errado da cama (acordar de mal humor).

-É para a s/n.-ela diz coloca a caixa em cima da mesa e sai da sala com um resmungo.

Ando em direção da mesa. Não dizia quem mandou a caixa mas estava destinada a mim.

Abro a caixa com cuidado, dentro havia um pequeno caderno velho, com algumas páginas amarelas e empoeiradas. Tinha também uma carta.

Abro o caderno, que agora parecia mais um diário. Era perceptível de que o diário era das antigas babás, a letra estava quase ilegível, mas dava para "decifrar". Comecei a ler do 3 dia, já que nos primeiros 2 dias era só a explicação básica da casa e as regras.

*Dia 3

Flora é um amor de pessoa, e é bem inteligente também, me venceu no xadrez umas 5 ou 6 vezes, estimo que seu QI é de mais ou menos 156 ou mais.

Quint é, na maioria das vezes, sociável, durante o almoço ele se sentou ao meu lado, fez piadas não muito boas para a Flora escutar, Milles riu de todas enquanto eu tentava censura-lo.*

-Quem é Quint?- perguntei ao parar de ler.

- Meu antigo professor de equitação.- Milles entra na sala e se senta na poltrona do lado da mesa.

Deixo o diário de lado e pego a carta e a abro, dentro havia algumas fotos de Flora e de Milles, ao passar as fotos vejo alguém familiar, o homem que tinha me "atacado" no labirinto, estava usando o mesmo suéter vermelho, ele estava segurando uma garrafa de álcool em uma mão e na outra um cigarro, na mesma foto Milles ria, como se a situação fosse engraçada, afinal, um professor não deveria dar aquele exemplo ao aluno.

*será que foi ele que fez Milles começar a beber?* perguntei lembrando do dia anterior, uma sensação ruim percorreu pelo meu corpo.

-É ele?- pergunto mostrando a foto para Milles, que se levanta e vai a minha direção.

- Sim, é o Quint.- ele pega foto- vou ficar com ela.- ele vai para o seu quarto não me deixando responder.

*suspirei*

Não queria me prender as sensações ruins hoje, afinal, quem gosta de se prender a algo que faz mal? Mesmo querendo saber oque e porque aquilo estava acontecendo. E também, eu já tinha planos para hoje.

Diferente dos outros anos, a superlua não seria normal, ela estaria com uma coloração avermelhada (a famosa lua de sangue), o que faria a lua estar mais linda do que de costume. E eu queria mostrar isso a Flora.

[...]

Depois dos estudos, Flora me venceu 7 vezes no xadrez. Fiquei impressionada como ela me venceu tão rápido e como ela foi competitiva, foi até um pouco vergonhoso, Emílla ficou rindo de mim a cada partida que eu perdia, e depois ainda "esfregou" na minha cara que perdi, mas claro, do jeito meigo/ esquisito dela.

-Flora, você gostaria de acampar comigo hoje?- perguntei depois de termos guardado o tabuleiro de xadrez.

- Eu nunca acampei...

- Para tudo tem uma primeira vez né?

- Li em um livro de ficção que as pessoas fazem marshmallows na fogueira, e verdade?

- Sim, a gente pode fazer se você quiser.

-Claro!- ela disse empolgada- temos barracas no porão, nunca usamos, nem sabemos montar, mas você pode ensinar né? Você sabe montar barracas né?

-Sim- ri- eu ensino você.

[...]

Depois de montarmos as barracas ao lado da estufa de flores, colocarmos os colchões e fazer os marshmallows no fogão, já que não tínhamos fogueira, sentamos na grama ao lado da barraca e observamos o céu, que por acaso estava mais bonito do que eu imaginei.

A lua estava em um tom avermelhado bem forte, mais do que eu esperava, a luz deixou tudo como um filme, daqueles clichês que tem romance brega e tals, mas estava tudo maravilhoso, tirando o frio.

-Eu adoro observar o céu.- Flora disse depois de terminar seu marshmallow e se deitar no meu colo.

- Eu também....- nem terminei minha frase e Flora já havia adormecido.

Levei ela para a barraca e a cobri com o cobertor, a noite estava congelante, peguei meu casaco e fiquei do lado de fora admirando o céu. Dormi...

[...]

Acordo com barulhos de passos, ainda estava escuro, meu celular estava na barraca então não consegui ver as horas. Duas pessoas correm e passam por mim fazendo eu me levantar para ver quem eram.

Olho para perto da piscina e vejo duas mulheres, as duas "assombrações" dos dias anteriores, elas estavam fazendo sinais, daqueles de "vem cá" e "corre".

De repente elas param e fazem uma expressão de assustadas e começam a correr. Escuto alguém gritando atrás de mim, era o Quint, estava segurando uma garrafa quebrada e vinha correndo em minha direção.

Começo a correr em direção ao labirinto, vejo que as mulheres estavam fazendo o mesmo, eu não sabia o caminho direito mas continuei correndo mesmo perdida.

Estava correndo fazia uns 7 ou 8 minutos até que não escuto mais os passos e gritos de Quint atrás de mim. Estava completamente perdida no labirinto, na hora da adrenalina nem pensei em gravar as curvas que fazia.

Estava frio, pego o casaco que estava em volta da minha cintura e o coloco, embora fino e velho era o que dava para usar na hora para me esquentar.

Ando por mais alguns minutos e me deparo com um caminho sem saída, me sento no canto da parede do labirinto e encosto a cabeça lentamente para descansar.... A noite passou rápido, afinal, "descansar os  olhos" não funcionou muito bem para mim, acabei dormindo.

_Autora_

desculpa a demora para o novo capítulo, estava em bloqueio criativo, vou tentar não demorar muito para escrever.

bjs

Os OrfãosOnde histórias criam vida. Descubra agora