É isso que você é

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oi gente, desculpa a demora é que foi festa de final de ano né tava bebendo e tal mas eu voltei risos 🤡🤓🤝

muitas apostas sobre a infância da marcela no cap anterior, será? ......

Boa Leitura!

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Quando sofremos um trauma muito grande, como um acidente, nosso cérebro na maioria das vezes não percebe o que acabou de acontecer, deixando assim para se adaptar com as possíveis complicações quando estiver fora de adrenalina.

Os olhos castanhos somente acompanhava o que acontecia ao redor, não dormiu nem desmaiou em nenhum momento mas não conseguia sentir a gravidade de tudo aquilo, alguns borrões do momento que estava de ponta cabeça sendo segurada somente pelo cinto, o som da ambulância chegando perto e os aparelhos que lhe foram ligados quando entrou na maca dentro da UTI móvel.

Não estava sentindo nada, era estranho, mas continuou quieta enquanto os socorristas falavam coisas desconexas, uma mulher colocava uma luz branca em seus olhos a cada 5 minutos, o outro insistia em balançar seus pés, sabia que estava fazendo tudo isso porque talvez fosse algo grave e lá no fundo sentia alguém rasgando seu vestido.

Intermináveis horas de escuro, sem som algum ou toques, nenhum outro lugar que tenha visto além daquela UTI móvel, seus olhos não se abriam e por mais força que fizesse não conseguia enxergar nada.

Era como se estivesse levitando e por incrível que pareça não sentia qualquer dor, caminhou por grandes pilastras brancas e sujas onde terminou num caminho deserto cheio de mato em volta, ao mesmo tempo em que estava parada parecia estar rodando sobre aquele local, não era muito desconhecido.

A lembrança de seu pai lhe invadiu a memória de repente, estava sentada no tapete da sala nova enquanto sua mãe e Mariane faziam o passeio matinal de todos os dias juntas, nunca havia se perguntado porque não era convidada mas mesmo assim preferiria ficar assistindo seu desenho favorito.

- Pa, porque não brinca comigo? - resmungou sentada no tapete de cara emburrada.

- Já falei que estou trabalhando Marcela.

- Mas todo dia? - caminhou até a ponta da mesa de jantar com seu urso embaixo do braço.

- Todos os dias. Ou você acha que é fácil manter você e a minha.... - Fechou o notebook bruscamente. - Você e sua irmã?

- O que tem eu e ela?

- Vocês duas custam caro, tenho que pagar escola e vocês tem tudo que querem.

- Eu queria a minha outra escola e minha amiga e isso você não me da, então não tenho tudo que quero. - Apertou o urso e saiu em direção a sala batendo os pés.

Marcela era um doce de menina mas sempre teve seu lado forte, questionava qualquer coisa que aparecesse na sua frente e as vezes queria saber o porque dos porquês das coisas. Chegava a irritar algumas pessoas.

"porque?, porque? mas, porque?"

Sentiu como se alguém a puxasse desse sonho estranho, era como se tivesse sido capturada por um vento muito forte e sentiu seu corpo todo estremecer, só não sabia distinguir se era real ou não.

- Aumenta para 300. AFASTA.

- Doutor? - uma enfermeira mais velha entrou na sala de emergência.

- Não posso agora. - indicou a porta para que a mulher saísse. Já tinha muita gente na sala.

- Ela é filha do Sr. Olmedo.

- 350. AFASTA. - mais uma descarga no peito de Marcela. - Só agora você me avisa?

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