Negócios

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Vamos saber um pouco da visão da Gizelly sobre o que aconteceu há anos atrás.

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Boa Leitura!

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20h desembarque no Aeroporto de Guarulhos, check-in no hotel as 21h e reunião na terça às 18h na Olmedo. Gizelly repassava alguns de seus compromissos em São Paulo poucos minutos antes do avião pousar na grande capital.

Apesar de residir em Vitória no Espírito Santo a maioria de seus clientes eram de São Paulo, o que fazia com que a morena tivesse milhares de viagens a todo momento para o outro estado.

Diferentemente do pai de Marcela que acusava, a Doutora Gizelly era advogada criminalista que defendia por isso a parceria havia sido fechado há 7 anos atrás para que pudessem ter uma empresa completa.

Quando seu pai morreu há exatos 5 anos atrás, foi um tanto quanto "libertador" porque mesmo amando sua profissão grande parte de ser tão arrogante vinha de sua criação que desde pequena fora instruída a ser advogada.

A família Bicalho inteira era formada por grandes nomes da advocacia criminalista, sua mãe dona Márcia era formada em direito com mestrado em criminologia forense mas havia se afastado da carreira depois de ter engravidado de Gizelly a única filha, todos os sonhos da mãe fora transferido para ela imediatamente.

Mesmo tendo uma ótima vida financeira foi obrigada a passar em faculdade federal, notas altíssimas tinham que constar em seu currículo e também algumas horas complementares diferenciadas, não que seu sobrenome não ajudasse no quesito carreira, já que seu pai era uma palestrante fixo da faculdade.

Quando Marcela chegou com toda sua graciosidade e invadiu o espaço mesmo sem falar nada um medo súbito percorreu o corpo da capixaba, sabia que aquela mulher teria algo a mais mesmo que olhasse para baixo mais do que deveria e nunca encarasse os demais com aqueles olhos castanhos claros penetrantes.

Não entendeu direito o que aconteceu mas criou um muro entre ela e a loira com quem agora conviveria durante um ano talvez, era incrivelmente incômodo a maneira como Marcela não fazia nada para conseguir o que queria, bastava abrir um sorriso, aquele maldito e bonito sorriso.

Seu pai foi colocando a nova estagiária cada dia num degrau mais alto da escada, todos os dias eram rasgados elogios a loira prestígio que tinha contratado, era tudo menos confortável ouvir aquilo do seu pai.

Chegou a ficar algumas vezes sozinha no escritório com a paulista, o que mexeu levemente com as batidas de seu coração, não entendia o que Marcela causava mas sabia que não era normal um coração acelerar simplesmente porque tem alguém trabalhando na mesa ao lado da sua.

Ela era tão delicada, a pele branquinha e os cabelos loiros compridos ondulados na ponta, a pinta na bochecha esquerda e o nariz delicadamente desenhado como se fosse feito a mão. Gastava tempo demais prestando atenção em Marcela e atrasava todo seu trabalho.

- Você terá que trabalhar na sala ao lado. - levantou-se de supetão indo em direção a loira.

- Porque? - perguntou confusa em olhar a morena nos olhos.

- Porque eu estou mandando. - revirou os olhos com a obviedade.

- Eu fiz alguma coisa errada? - os castanhos claros finalmente fizeram contato com os castanhos escuros.

- Sim, você está me desconcentrando Marcela Mcgowan. - respirou fundo e passou a mão na testa. Estava tensa.

- Mas eu estou apenas fazendo anotações.

O corpo moreno estava petrificado, desde que começou namorar com Gustavo há exatos 2 anos não teve sensações com mais ninguém, não que mulheres estivesse excluído de sua lista porque era muito bem resolvida quanto a sua bissexualidade mas extremamente confuso como ficava nervosa quando estava tão perto de Marcela.

Tinha uma única certeza na vida além da carreira que queria seguir e era com quem pretendia seguir a vida, Gustavo era o amor de sua vida, tudo nele era perfeito e os dois juntos eram o casal certo. Até o dia que a maldita estagiária chegou.

Diferente do que Marcela pensa e conta os fatos de ter sido demitida da empresa, não foi nada armado ou planejado a conversa que vira no estacionamento do prédio, Gizelly havia ficado até mais tarde porque estava terminando de rever os detalhes da festa de despedida antes de marcar a data do casamento. Achou um pretexto para finalmente demitir Marcela com a desculpa de que tinha descoberto algo de sua vida pessoal, mas era tão mais fácil mentir do que falar que queria vê-la longe por não conseguir entender o quem mulher fazia consigo.

Depois de sete anos ainda acompanhava a vida da loira, ficou extremamente infeliz por vê-la passar por momentos ruins depois da demissão e por um fio de sanidade não a ligou oferecendo a vaga de volta quando seu pai Doutor Alfredo tinha falecido.

Mesmo que fosse contra cultivar sentimentos ruins, a maneira como ficou fragilizada e mexida com Marcela a fez com que criasse um escudo imenso sobre si, havia terminado com Gustavo depois alguns meses que a loira tinha ido embora e se culpava imensamente por ter ficado triste com isso mesmo que amasse o ex, a culpa carregada de ódio era por ter sido desestabilizada por uma mulher cujo o nome nunca teria ouvido antes. Ninguém nunca havia desestabilizado algum Bicalho na vida.

Nunca soube se havia reciprocidade desse "sentimento" da parte de Marcela, até porque a loira era bem reservado quanto a sua vida pessoal e não parecia se relacionar com mulheres, pelo menos não dava a entender. Mas a tensão sempre que estavam sozinhas era nítida para quem quisesse ver.

Estar de volta a São Paulo depois de um período de férias era como voltar a andar de bicicleta, estava com saudade da vida agitada e da correria que a advocacia lhe proporcionava.
A empresa de Vitória ficou na supervisão de Victor Hugo um um jovem diretor que foi meticulosamente escolhido para ocupar o lugar de Gizelly que a partir de agora residiria na grande capital de São Paulo.

Depois de tomar o lugar de seu pai na empresa, as responsabilidades tinham aumentado e além de cuidar da empresa também cuidava da mãe que ainda sofre muito com a morte do falecido marido. Expandir a empresa sempre foi um sonho de Alberto que infelizmente não concretizou em vida mas Gizelly tinha certeza de que ele estava de algum jeito olhando tudo que ela estava conseguindo fazer, passando os sonhos de seu pai por cima dos seus para honrá-lo.

Quando o contato de José Olmedo chegou até ela se surpreendeu ao ouvir o sobrenome, a filial em São Paulo já estava sendo produzida a mais ou menos um ano e meio e precisavam de profissionais a altura para manter o nome e a eficiência que tinham no Espírito Santo agora em São Paulo.

Longas conversas burocráticas e assinaturas de papéis antes que Gizelly tivesse a ideia de que a empresa de seu pai deveria ficar apenas no Espírito Santo com filiais em diferentes cidades apenas, e propôs ao advogado paulista que abrisse outra com o nome Olmedo para que mesmo sendo sócios não vinculassem os sobrenomes.

- Muito obrigado por isso, ficamos assim então.

- Eu que agradeço Senhorita Bicalho, a sua parte na empresa de São Paulo te esperará quando achar melhor.

- Tenho certeza que esse dia está próximo.

- Fechado. Boa noite senhorita.

50% de cada um, dividida exatamente igual para os dois, mas a capixaba só tomaria posse de sua porcentagem quando Marcela a filha do doutor José estivesse apta para exercer o cargo de seu pai, assim comandariam juntas a empresa.

Amanhã seria o dia, depois de sete anos rever quem mais perturbou sua mente parecia insano é inconsequente mas nada passa por cima da ambição mascarada de desejo de Gizelly.

- Negócios Marcela, negócios. - respondeu imediatamente quando a mensagem chegou em seu celular.

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(@tuitamayaa)

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