Something

171 11 0
                                    

Num desses dias quaisquer, onde Tamlin olhava por sua sacada, percebeu que a sua frente uma coisa estranha acontecia. Ele sentiu um forte sopro de magia, mas estava longe de ser a magia que ele reconhecia. Alguns segundos depois, viu algo se formar a cerca de 1 km de distância da sua residência.  Era estranho, uma espécie de arco de magia se formava do nada, era de um azul celeste e bordas brancas. Tamlin ficou confuso, nunca havia visto algo parecido e ficou ainda mais perplexo quando viu de dentro do tal arco, um cavaleiro em seu cavalo sair em disparada. Logo após o cavaleiro duas grandes bestas conseguiram passar antes do arco desaparecer.

Eram muito rápidas e conseguiram passar do cavalo con facilidade. Uma das bestas se colocou como obstáculo à frente do cavalo, quando estes se chocaram, Tamlin viu que o cavalo quebrara as duas pernas dianteiras com o impacto, arremessando o cavaleiro vários metros à frente. Quase pôde ouvir o som de ossos se quebrando com o impacto do cavaleiro ao chão. Mas este era muito ágil, tanto que com algumas cambalhotas já estava em posição de luta, com um joelho apoiado no chão e o outro flexionado para lhe dar impulso.

Quando olhou para as bestas que se aproximavam ele estendeu as duas mãos e num gesto, as criaturas horrendas estavam em chamas.
Magia com toda a certeza, Tamlin deduziu.

Uma das bestas ainda lutava contra o fogo e avançava contra o cavaleiro, que mais uma vez estendeu uma das mãos, já que a outra estava apoiada no chão,  indicando cansaço. Nada aconteceu à besta em chamas que se aproximava, o cavaleiro então sacou sua espada que estava embainhada às costas e esperou, no momemto exato em que a criatura saltou sobre ele, ele se desviou ficando por baixo atingindo o peito da criatura e fazendo uma abertura até seu ventre.
A criatura não teve chance contra o ferimento, e o cavaleiro agora coberto pelo sangue do seu adversário, lutava para se colocar de pé.  Tamlin não estava enganado com o som de ossos quebrados do cavaleiro. Este estava com a perna direita completamente quebrada impedindo-o de poder se locomover.

Ele olhava em redor como que para descobrir onde estava, até que sua atenção se voltou para seu cavalo, que estava a alguns metros agonizando. Tamlin observou o cavaleiro se arrastar até seu cavalo e deitar a cabeça sobre o animal antes de colocar a espada em sua garganta e sacrifica-lo. Uma atitude nobre, pensou Tamlin, pelo menos evitou o sofrimento do animal.

Tamlin pensou em ir ao encontro do cavaleiro e quem sabe ajudá-lo, mas não era problema seu, não se envolveria. E também ele não duraria muito com aqueles ferimentos, concluiu.
O anoitecer chegou e Tamlin não viu mais nenhuma movimentação do cavaleiro, com certeza estava morto. Mas ele merecia ao menos ser enterrado e não virar alimento para as aves. O faria. Ao menos ainda tinha dentro de si, um pouco de humanidade depois de tudo o que lhe ocorrera. Então, pegou uma pá e foi ao encontro do dito cavaleiro, ao chegar se surpreendeu com a visão...
*
*
*

O Grão Senhor sem Corte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora