Finaly

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Tamlin estava a observar a mulher mágica, tentar fazer seu "portal" quando para sua surpresa, ao que parece, funcionou! Ele pôde até ter achado um pouco divertido vê-la caindo de bunda no chão, ou o obejeto que ela jogava no seu portal voltar direto na cara dela.
Sim, ele se divertiu observando a mulher de temperamento forte se dar mal... Mas dessa vez, o obejeto jogado não retornou, até ela ficou surpresa com a melhora repentina da perna. Talvez o bloqueio de sua magia houvesse acabado. "Tanto faz", pensou ele, estaria livre da presença dela em breve. Então ele viu quando ela deu as costas ao portal e ficou de frente para a casa dele. Ela fez uma reverência como um artista agradecendo por sua atuação, levantou a cabeça e ergueu os dois dedos médios em direção à casa com um sorriso vitorioso. Tamlin, por incrível que pareça ergueu um canto da boca, como uma espécie de sorriso que ele há muito tempo não dava. Olhou de novo para a mulher que desapareceu para dentro do seu portal e viu o mesmo desaparecer como poeira. Finalmente estava sozinho de novo, ele deu um longo suspiro e foi para seu quarto tentar dormir.

Se surpreendeu acordando de um pesadelo, estava na guerra de novo, mas dessa vez,  ele morria, e todos a sua volta se davam por satisfeitos, afinal, a guerra tem suas baixas. Ele levantou suado e pela primeira vez em semanas, tomou um banho e vestiu roupas limpas. Verificou que estavam mais largas em seu corpo, pela ausência de alimentação ele supôs. Saiu de casa e andou pela propriedade encontrando algumas frutas que comeu e voltou à sua fiel rotina. Dias se passaram e Tamlin não mais reagiu, talvez a partida daquela mulher tenha feito algum bem no fim das contas, por um pouco de tempo, mas sim, fez algum bem.

Algumas semanas depois, ele dava um breve passeio por sua propriedade em ruínas quando sentiu um forte sopro de magia, como um pequeno tornado. Ele parou para olhar e viu algo ser cuspido de dentro do pequeno tornado. Não,  não podia ser... Ela de novo? Ele observou de longe e viu algo cravado em sua barriga enquanto ela tentava se levantar, imediatamente ele correu e se aproximou, viu que o que estava cravado nela era uma espada pequena, com o mesmo líquido roxo escorrendo pela lâmina.  A mulher sangrava pela boca e lutava para respirar.

-Qual seu problema? Por que sempre chega aqui ferida?
Ele tentou puxar a espada enquanto ela engasgava com o próprio sangue mas ela o impediu segurando sua mão.

-Não! Me deixe morrer... Não há mais sentido agora.

As palvras saíram embargadas pelo sangue e pelas lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

-Me deixe morrer!

Ela falou mais uma vez, e ele viu naquela mulher a si mesmo, ele pensou em soltar a espada, o que parecia ser veneno, agora queimava a ferida aberta da mulher o que fez ela se encolher de dor. Ele quis soltar a espada, mas seu corpo não o obedeceu, então num rompante de raiva ele a puxou fazendo a mulher se contorcer de dor e logo depois desmaiar. Ele a pegou nos braços e a levou para casa, dessa vez cuidando com verdadeira preocupação.  "O que estava acontecendo?"
Ela certa vez dissera a ele que não fazia ideia do que estava acontecendo fora das suas ruínas. Preocupação tomou Tamlin, pessoas estavam morrendo? Outra guerra se aproximava, quanto tempo ele ficou perdido na própria dor?

Começou então a cuidar dos ferimentos da jovem mulher, não podia ter mais de 25 anos. Dessa vez estava bem vestida, com um vestido de festa preto, bem decotado na frente,  deixando boa parte de seu busto à mostra e ainda algumas aberturas nas laterias da cintura que mostrava sua barriga bem definida e aquela pele cor de mel. Sua pele parecia brilhar por talvez algum creme ou mesmo pela sua magia. Tamlin observava a mulher enquanto cuidadosamente limpava o líquido roxo de seu ferimento e estancando o sangramento. Dessa vez a levou para um quarto, teria suas respostas quendo ela melhorasse. Sim, ele teria.
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O Grão Senhor sem Corte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora