Alone

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O Grão Senhor da corte primaveril, se viu um dia sem tudo o que sempre teve ao alcance de suas mãos, sem seu grande amigo que ele expulsara de sua casa aos socos por ter se aliado à Corte Noturna quando ele mais precisava de sua ajuda e companherismo.
Tamlin imaginou que assim como ajudou Lucien quando este mais precisava, também contaria com seu apoio nesses momentos de calamidade que sobrevieram, mas talvez ele só estivesse sendo egoísta, pois sabia que Lucien, partira em busca de sua parceira, uma coisa que o próprio Tamlin teria feito.
Estava sem sua corte, sem seu amigo, sem a mulher que amou tão ferozmente a ponto de lhe tirar a liberdade. Essa mesma mulher que armou para que sua corte fosse destruída, que tão sagazmente, manipulou a todos para cumprir seu desejo de vingança. Como ele se odiava por ainda a amá-la, e remoer toda aquela dor e mágoa, era como Tamlin passava seus dias.

Ele se odiava por isso, pois, por sua causa, ela estava agora longe de seus braços, não podia mais sentir seu cheiro, ou o sabor de seus lábios. Com certeza estava feliz com seu parceiro e amante, assim como com sua nova família. Como ele odiava pensar que outro macho estaria agora com ela, com a mulher que tanto ama, ou que tanto amava... Ele mesmo não sabia mais a diferença, pois seus dias se passavam como borrões e ele não distinguia mais o hoje, do ontem e do amanhã.
Ele não comia, dormia, tomava banho, falava. Tudo o que sabia é que precisava olhar daquela sacada, até onde sua visão pudesse enxergar, sem se dar conta de que não via nada.

Ele ficara sim, vários dias seguidos, naquele quarto que agora estava em escombros, depois que Hybern atravessou com seus exércitos pela Corte Primaveril e levou consigo tantas vidas inocentes, vidas essas que Tamlin não foi capaz de salvar, e sim, ele se odiava por isso também. Então, passava dias e dias olhando daquela sacada, para o nada, com os olhos vazios e o coração tão cheio de ódio, que às vezes, só às vezes, ele cogitara arrancá-lo com as próprias garras, a fim de por um instante, não sentir absolutamente nada.

Assim Tamlin, estava em sua corte, completamente sozinho e em ruínas. As poucas pessoas que sobrevieram, fugiram para cortes vizinhas em busca de refúgio, seus sentinelas o deixaram logo após a partida dela e de seu amigo, seus empregados foram mortos( aqueles que não fugiram), e tudo o que restou da tão famosa e bela Corte Primaveril, foram escombros e um Grão Senhor completa e totalmente quebrado, de todas as formas possíveis e imagináveis.

O Grão Senhor sem Corte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora