Tamlin apenas seguia Victoria, ela ainda vestia aquele vestido preto como se guardasse luto por sua filha e irmã. Ele a seguiu por toda a manhã e começo da tarde quando enfim o feitiço que ela havia feito, mostrara alguma coisa. Não alguma coisa, mas alguém, mais ou menos cem pessoas caminhavam naquela direção. Os sobreviventes daquele terrível massacre. Quando Tamlin olhou para Victória, seus olhos estavam marejados, talvez ela pensasse que estivessem todos mortos, então ele segurou a mão dela e eles percorreram o podiam ser 5 km em alguns segundos. Quando chegaram à pequena multidão, todos a olharam confusos e temerosos, talvez pensassem que ela também estivesse morta.
Em um minuto muitas pessoas comecaram a chorar e abraçá-la, eram humanos com certeza. De repente todos abriam caminho para o noivo de sua irmã que parecia incrédulo ao vê-la.
-Lucas, você sobreviveu...
Ela falou entre lágrimas e ele correu para lhe dar um abraço.
-Pensamos que você tinha morrido também. Georgia é tão inexperiente na prática de magia que achou que tinha matado você, não conseguia te encontrar nem com feitiços.
A confusão nos olhos de Victória foi notória, ela não sabia o que dizer.
-Como assim ela não conseguia me encontrar...?
-Ela tentou de muitas formas, das que lembrava de suas lições de magia. Mas não conseguia. Ela até consagrou Vivian para rastrear a magia dela até você. Mas não deu certo.
-Minha irmã foi consagrada por Georgia? Eu vi Georgia ser atacada por aqueles monstros.
-Sim, ela conseguiu fugir por pouco através de um portal, e me perdoe por tê-la perdido naquele dia, não sabe o meu desespero quando ela simplesmente sumiu.
Victoria agora chorava, suas mãos estavam trêmulas e seu rosto demonstrava um pânico ao perguntar
-Minha filha está viva?
-Sim, Vic, ela está.
-Onde ela está?
De repente vimos um rastro de magia parar bem aos pés de Victoria, e ouvimos uma voz alegre dizer:
-Eu consegui! Eu consegui! Tio Lucas eu consegui o feitiço para encontrar mamãe!
Quando a mãe e filha se viram, algo nos olhos das duas bruxas brilhou. Um brilho azul que durou um segundo, como se uma ligação tivesse sido refeita.
-MAMÃE!!!
-FILHINHA!!!As duas correram e se abraçaram forte, ambas chorando, até mesmo as pessoas ao redor choravam. Tamlin, esse se viu piscando forte para evitar derramar algumas lágrimas também. Ao ver mãe e filha reunidas ele não conseguiu evitar sentir uma espécie de solidão. Era egoísta, ele sabia que não deveria pensar daquela forma, não quando tanta felicidade emergia daquele reencontro. Mas ele voltaria sozinho para sua mansão recém refeita pela magia de Victoria. Talvez ele reconstruisse a sua corte. Mas não haveria quem habitar nela, mesmo que tudo fosse refeito. Ele olhou para aquelas pessoas e desejou ter um lugar entre elas. Mas não podia se enganar. Ele voltaria para a frieza e solidão de seu lar.
Quando Victoria levantou-se com a filhinha no colo e o rosto ainda molhado de tantas lágrimas, sorriu para Tamlin. Ele nunca a tinha visto sorrir, era ainda mais linda sorrindo, se é que era possivel. Seu sorriso era doce, como o de uma criança e ao mesmo tempo feroz, seus olhos brilhavam. Ele não resistiu e sorriu também.-Então Tamlin, será que encontaríamos um lar em sua corte?
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O Grão Senhor sem Corte (Concluída)
FantasyEssa é uma versão alternativa para a historia de Tamlin, passados cinco anos depois da guerra. A história envolve um novo universo junto aos feéricos.