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— no solo português —

— YUTA ACORDA! — Novamente o rosto de K estava tão próximo do meu que acabei saltando e batendo testa com testa, o que doeu mesmo eu tendo a cabeça rija. — Chegamos.

— Eu dormi a viagem toda?

— Nem estou chocado com isso?

— O master disse algo?

— Sim, ele disse para te mandar dormir, mas como já estava, nem foi preciso.

— Mas que bipolar. — Me levantei meio zonzo, mas tudo porque acabei de acordar. Me espreguicei acertando em K, mas não me importei pois ninguém mandou ele estar ao pé de uma pessoa que está se espreguiçando.

— Ainda bem que desta vez só a mão que me acertou no nariz, pois já levei pior nele mesmo. — Ignorei-o apenas pois não sabia o que responder e comecei a caminhar para fora do avisão, sendo o primeiro a pisar o solo português.

— Nossa me sinto rico.

— Com o que vamos receber, todo o pais poderia fazer vida de rico. — K comentou assim que pisou o chão, abrindo os braços sentindo a brisa portuguesa.

— Você vai ter que morar comigo até isto acabar, certo?

— Sim, e já sei para onde vamos e tudo. Meu querido irmão luso-japonês vive aqui.

— Desde quando você tem um irmão?

— Desde que ele nasceu. — Revirei os olhos por causa da forma que ele me respondeu. — Como você sabe, nós mal sabemos da vida um dos outros.

— Neste caso isso vai nos ajudar e eu só soube agora.

— E tem sorte de saber agora. Vamos buscar nossas bagagens que temos ainda mais uma curta viagem para fazer.

— Mais uma?

— Claro. Meu irmão não mora em Lisboa. Mora noutro distrito.

— E só me diz isso agora?

— E porque te dizia antes?

— Não da para parar nem para comer?

— Você enjoa no carro?

— Não, tosco.

— Então vai comer pela viagem, tenho comida.

— Como você trouxe comida?

— Estávamos num avião privado, eu trouxe tudo o que possa imaginar. — Desisti de falar com ele pelo simples facto dele ter trazido comida e eu não ter trazido, pois eu claramente traria uma mochila cheia só de comida. Se eu soubesse antes. — E outra coisa, que não tem nada a ver. — Falou assim que já possuía sua bagagem na mão. — Seu cabelo está péssimo.

— Eu sei. Se quiser pagar-me o cabeleireiro eu aceito. Estou pensando em pintar.

— Para estragar mais?

— Sabe que ele ta assim pois a cor descoloriu certo? Meu cabelo não é dessa cor. Não é por você ter o cabelo todo penteado mesmo que durma que eu vou ter também, isto — Peguei num pouco do meu cabelo — dá trabalho e sempre está nas devidas condições.

Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora