✧d e z o i t o

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Uma semana. Uma semana que ela me ignora. UMA SEMANA!

Quanto é um mês sem uma semana? Exato! VINTE E TRÊS DIAS PARA EU CONCERTAR TUDO O QUE EU FIZ!

— Acordou bem cedo para quem dorme quase o dia inteiro.

— Bom dia para você também, K. Pensei que também não falava comigo.

— Pensei sobre isso. Mas continuo com a mesma coisa, se você falhar mais alguma vez eu te jogo no primeiro avião para o Japão.

— Eu tenho concertar as coisas e só tenho vinte e três dias.

— Não estragasse tudo.

— Obrigado por me falar uma coisa que eu sei melhor do que ninguém. Uma semana, K. Uma s-e-m-a-n-a.

— E vamos contar que o Niki te odeia.

— Mas isso eu já esperava, meu caro. Vim aqui para lhe meter um belo par de cornos. E pior. Ele tem. Sabe porquê? Ela pode dizer quantas vezes quiser que é mentira, mas ela retribuiu o meu beijo, por segundos, mas retribuiu. A boquinha dela mexeu.

— O tapão que levou deixa a entender que isso não aconteceu.

— Olha... Eu sei que você me quis espancar naquele dia, mas o que estou te dizendo é verdade. Eu senti ela retribuir.

— O problema nem é ela ter retribuído. O problema é que ela claramente te odeia e agora não temos maneira da levar para o Japão, pois não sei se sabe, eu tinha a ideia de que faríamos ela convencer-se que ia de férias com você, aí eu ia depois para não levantar suspeita. Não era difícil Yuta! Você já estive à beira de ser morto a tiro, isto devia ser canja para você.

— Eu não contava que a encontrasse no primeiro dia que chegamos. Eu tinha na cabeça que tinha de dar a volta toda ao país para a encontrar, não esperava que ela namorasse o seu irmão. Faltaram-me detalhes vindos de você. Ninguém na empresa sabe que você tem um irmão assim como não sabem eu tenho um sobrinho. Está vendo porque devia ter vindo o Yuto?

— Se o Yuto viesse você estaria esta semana toda a procura dela e com certeza não a encontraria. Eu já sabia de tudo, por isso que o prazo é tão curto. Um mês não é nada, já cheguei a ter missões que demoraram anos. A única coisa que você tem que fazer é fazer ela confiar em você, nem pedi para a seduzir, basta ela ganhar confiança. Sim, você claramente iria colocar cornos ao Niki, vindo de você até o Master esperava isso, mas você conseguiu estragar tudo, Yuta.

— Aish! Como queira. Eu vou conseguir resolver.

— Bom dia, K. — A garota aparece no corredor e pelo português que eu já sei, ela disse bom dia, mas só para o K.

Bom dia. — Falo em português, mas ela me ignorou, indo até à cozinha. Me levantei, mas K segurou meu braço.

— Confia em mim. — Sussurrei em japonês.

— Difícil. — Soltei-me do braço dele e fui até à cozinha, no âmbito de arranjar algo para comer.

— O que vocês costumam comer ao pequeno almoço?

— Eu não tomo pequeno almoço. — Falou rude e eu respirei fundo.

— O Niki?

— Entra mais tarde. — Novamente me respondeu com a mesma rudez. — Sai da frente. — Me empurrou e colocou o pão em cima da mesinha, pegando de seguida manteiga, fiambre e queijo, fazendo assim uma sandes. Embrulhou-a em papel alumínio e colocou dentro de um saquinho de plástico, junto de um pacote que me pareceu ser leite achocolatado.

— Posso falar com você antes de ir?

— Estou com pressa.

— Então... — Travo para pensar em algo, até que uma lâmpada acende no meu cérebro. — Espera aí, eu vou me vestir rápido e arrumar o meu cabelo.

— Porque eu esperaria?

— Eu vou te fazer companhia.

— Você não sabe o caminho para casa.

— Eu sou rápido a decorar algumas coisas, então... Aprenderei o caminho.

— Não quero a sua companhia. Agora se me dá licença, estou saindo. — Antes que ela saísse da cozinha, segurei seu braço. — Não fome faça ser rude com você, Yuta.

— Primeiro, você já está sendo. Segundo, temos que conversar. Como você está com pressa, irei com você.

— Não quero. Pode respeitar?

— Por favor.

— Não. Espere eu chegar em casa. — Se soltou de mim e eu até pensei ir atrás, mas processei novamente a sua última fala. Ela disse para eu a esperar?

K! K! — Vou até ao mais velho, vendo-o mandar-me falar mais baixo.

— O Niki está dormindo, respeite.

— Ok, ok. Eu só quero saber uma coisa. A que horas sai o Niki? — Pergunto num tom mais baixo, olhando o meu celular. Ainda era estranho ver a hora portuguesa, mas aos poucos estou me habituando, sobretudo porque eu durmo a qualquer hora.

— Da escola? — Assinto com a cabeça positivamente. — Dezoito e vinte. Ela sai as quinze. Porquê?

— Então... Ela disse-me para esperar que ela voltasse. Disse-lhe que precisávamos conversar e então ela falou isso.

— Espero que não faça pior do que já fez. Você realmente é muito burro.

— Dá para parar de me xingar a cada momento que pode.

— Não.

— Sério. Eu queria tanto o Yuto aqui.

— Já te disse que... — Interrompi-o.

— Não estou ouvindo, blá blá blá.

Rapazes, vou indo. — Me assustei quando ouvi a voz dela e não percebi o que ela disse, mas K logo me traduziu e eu me despedi dela, mas, subitamente, ela revirou os olhos.

Tentaste, Yuta, testaste.

Agora só esperar as três da tarde e ela sai das aulas... Depois posso conversar com ela.



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Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora