✧c i n c o

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Depois que a comida foi distribuída na mesa, comi no meu tempo enquanto pensava nas coisas que teria que fazer na minha missão.

Eu queria que saísse tudo perfeito. Eu não gosto de errar. Eu já errei muito, mas não quero que isso volte a acontecer nunca mais. Aprendi com meus erros e, sobretudo, aprendi para que não os cometa novamente.

- Terra chama Yuta! - Saí do meu transe ao ouvir a voz de Yuto quase que berrando.

- Que foi?

- Você está bem? Primeiro não está comendo e disse que tinha fome e agora já nem me ouve quando te chamo. A viagem até ao mundo da lua foi só de ida?

- Não. Só estava pensando na missão.

- Vai me dizer que pensou novamente sobre conseguir se comunicar com a garota?

- Vai dar a isso também. - Fui sincero pois não iria tentar mentir num assunto destes.

- Ai Yuta... Não precisa se preocupar assim ao ponto de não comer direito. Se eu não te vir comendo, eu juro que como a sua comida.

- Não precisa. Eu vou comer.

×

Deixei Yuto em sua casa como qualquer tipo de agradecimento, mesmo que eu fizesse isso de qualquer forma por ele pois não me custa nada lhe dar boleia.

- Obrigado Yuto. Te vejo amanhã?

- Amanhã vai trabalhar?

- Claro.

- Passarei na empresa só se for preciso, mas se precisar de mim é só ligar como costuma fazer.

- Tem certeza que não vai ficar chateado? Eu te conheço bem.

- Depende do meu humor, mas eu acabo sempre me rendendo, como hoje.

- Você é tudo Yu. Vou indo. - Saiu do carro e se dirigiu para sua casa.

Conduzi agora para minha casa. Já estava um pouco tarde e eu bem precisava de uma boa noite de descanso. Não quero andar por aí dormindo nos cantos mesmo que tenha noventa e nove por cento de acontecer. Eu claramente não sei o que são limites.

- Lar doce lar. - Comentei assim que abri a porta do meu apartamento e me joguei no sofá. Meu doce sofá.

Me levantei no segundo a seguir pois sabia que poderia dormir ali e, ou não teria uma boa noite, ou acordaria com umas belas dores no corpo. Não vou arriscar.

Encarei minha secretária assim que entrei no meu quarto. A mesma ainda tinha a minha tralha de ter estudado.

- O que você faz por uma missão, não é mesmo? - Arrumei, mas não tirando de cima da secretária. Amanhã voltaria a estudar e assim pode ser que já consiga pegar o que não consegui hoje. Hoje foi a primeira vez e claramente não iria aprender para já ser fluente.

Peguei meu celular e se me sentei na cama. Comecei a vasculhar informações dos pais ou mesmo dos pais adotivos. Mesmo que talvez já saiba tudo o que eu preciso, eu quero saber mais.

- Tadinha da garota, é japonesa e mesmo assim é proibida de usufruir da sua língua nativa. - Joguei minhas costas para trás deixando meu celular do lado na cama ao ver que não encontraria mais nada do que não fosse igual ao que encontrei e ainda que já sei. - Enfim, vou dormir que é melhor. - Falei sozinho como se tivesse alguém como companhia, mas às vezes me sinto bem falando sozinho, pois é quando penso melhor. Me tapei e me virei para o lado direito apagando a luz.

- NO DIA SEGUINTE -

Acordei um pouco tarde para quem costuma acordar na força do ódio em plenas seis da manhã. Mas eu acordei bem, com até uma boa disposição raramente encontrada em mim.

Olhei meu celular - que esqueci por burrice de colocar no carregador - e não tinha sequer uma chamada do master nem de nenhum colega. Estranho.

Liguei para Yuto, mas estava um pouco óbvio que ele não me ia atender. Mesmo assim eu tinha arriscado.

Do nada batidas frenéticas foram ouvidas na minha porta e eu me assustei por ter sido repentino. Será que é Yuto? Mas ele não me atendeu.

Mesmo que não estivesse apresentável para receber visitas, eu fui assim mesmo até à porta, logo a abrindo.

- Shotaro? - Me surpreendi total por meu sobrinho estar aqui sem nenhuma explicação. - O que você fez desta vez?

- Nada. Apenas vim te dizer uma notícia boa demais para mim e você nem pode me impedir e claro que não teria graça te contar por chamada ou mensagem.

- Medo do que vem por aí.

- Eu fui convocado para participar numa colaboração com a polícia da cidade, mas nós não iremos sair da nossa empresa, ou seja lá como chamam às instalações. - Olhei-o chocado. Era impossível pois ele falsificou seus documentos mentindo na idade e ainda não tem um pingo de experiência. - Você deve estar se perguntando como isto aconteceu, e eu vou responder. - Ta-Ki se ferrou que nem eu, mas ele foi descoberto e o expulsaram.

- Mas o que eles andam dando a estes garotos? - Perguntei para mim próprio baixinho num tom que só eu conseguiria ouvir. - O próximo que será descoberto é você, 'tô mesmo para ver que vai chegar para mim.

- Posso como não posso. Eu só alterei e coloquei dois anos a menos na minha data de nascimento para fingir que já sou maior de idade.

- Shotaro, era só você esperar um ano para aí e assim entrava em qualquer trabalho sem ninguém se intrometendo e ainda eu não ficar com as sobras do que vai acontecer. Pois você já será maior de idade!

- Eu prometi que iria aprender tudo, não foi? Então, eu estou determinado a isto.

- Você acabou de me dizer que foi convocado para isso que falou. Como que aprendeu algo? Vai ser expulso mais rápido que entrou, e ainda vou atirar na sua cara o meu melhor "eu te avisei".

- Ou posso não ser expulso e quem fala isso sou eu.

- Acredito que seja expulso, mas okay.

- Vai ver que vou sair-me bem. Confie em mim.

- Eu confio em você, simplesmente você gosta muito do perigo e agora passou dos limites.

- Perigo é o meu nome do meio. - Ri,não aquele riso de ele ter contado uma piada, mas sim foi um riso debochado.

- Enfim, me conte mais da sua "missão". - Fiz questão de fazer aspas na palavra missão.

- Vamos ajudar a polícia a encontrar um casal de criminosos. Os mesmos pediram-nos para encontrarmos tudo o que conseguirmos.

- Porque eu não fiquei sabendo desse casal criminosos aqui no Japão?

- Porque eles não estão aqui no Japão. Estão noutro país, um bem longe.

- Em que país eles estão?

- Portugal. - Não acredito no que estou ouvindo. Porque mandaram eles fazerem isso, sendo que já estamos envolvidos nisso? Porque sinto que onde o Shotaro está, se quer meter no nosso trabalho? E porque o convocaram logo a ele? Ele deve ter mostrado que é um zero à esquerda. Algo de errado não está certo.







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Voltei :3

Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora