✧v i n t e

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Não demorou quase nada para K vir com as omeletes para a mesa e nos servir. Sentei-me e peguei a água para colocar em meu copo, enquanto eles colocavam outra bebida, que obviamente eu não sabia o que era porque estava escrita em português, mas pelo que estava na marca branca e a cor, além do gás saindo, supus ser coca-cola, mas eu iria beber água na mesma.

— Está deliciosa, você arrasa como sempre, K. — Ela comentou, dando um belo sorriso para K, algo que eu apreciei por segundos, pois realmente, ela ficava ainda mais bonita quando sorria. Isto claro, na minha opinião, mas também, a minha opinião sobre ela ser bastante bonita é o que importa, não me importo com os que os outros vão dizer. Eu vejo bem e não sei como eles não veem a beleza desta garota. — Como têm ido as coisas no Japão?

— Bem. Pelo que sei, gostam do meu trabalho e é bom estar maior parte das vezes nos meus dois países. 

— Hm... — Levou mais uma garfada à boca, mastigando e logo engolindo, voltando a falar. — Eu gostava de saber como é o país de onde supostamente meu pai ou mãe é. Eu tenho descendência japonesa e ser privada disso me dá um pouco de raiva, mas fazer o quê? Os meus pais adotivos fizeram de tudo para me criar da melhor maneira e amam o Niki mesmo sendo japonês, eu não posso reclamar muito. 

— Seus pais biológicos talvez não te dessem o amor que eles estão de dando, meu bem... Agradeço por ter sido resgatada assim, está feliz, com uma vida boa, namorando um garoto fantástico, tem um futuro pela frente, então apenas agradeça. Lembre-se, pai não é quem faz, é quem cria.

— Eu sei. Eu sei melhor do que ninguém isso. O problema é que eu acho que não devia ser privada disso, sendo que é algo que eu devia saber, por mais triste que seja. Penso até hoje se eles morreram, mas ninguém me conta.

— Eles estão vivos. — Acabo soltando e, com isso, K acaba se engasgando.

— Ai meu deus, está bem? — Ela perguntou batendo fraco nas costas do maior, que logo bebeu um pouco de água e se recompôs, me olhando com aquele olhar de "você não devia ter falado nada". — Agora voltando ao assunto. Como sabe, Yuta?

— Pois é, como sabe disso, Yuta?

— Ué, eu acho que se eles morressem seus pais adotivos te contariam. Talvez eles sejam má influência e não te queiram contar, com medo que você, por algum motivo, se revolte e queira voltar para seus pais. Duvido isso acontecer, mas nunca se sabe, todos somos diferentes, mesmo sendo iguais, pensamos diferente, agimos de forma diferente perante as coisas. Nunca se sabe. 

— Até que faz sentido. — Ela comentou, com uma cara pensativa. — Também, se eles não estão comigo, é porque nunca me quiseram.

— Exato, fazer é muito bonito, mas cuidar como deve ser tá quieto. Eu não me meto em questão da mulher querer abortar ou não, mas digo uma coisa, ainda bem que ela não fez isso, pois pelo menos você está bem melhor agora, e também... — Acabei não concluindo a frase, deixando uma onda de dúvida até mesmo em K, que ficou me olhando.

— E também o quê? — Ela perguntou, passado segundos.

— Eu não conheceria você.

— Conheceria outras melhores. 

— Não iria ser igual.

— Eu realmente não sei o que você viu em mim. Mas também, o Niki deve ter visto a mesma coisa.

— É. — Acredito que respondi meio seco, mas eu não queria falar de Niki. Não é que não gosto dele, o que não gosto, mas é só porque é escusado falar dele, ainda mais porque a casa está um sossego sem ele. Embora a casa seja dele, mas ok. — Mas também não pense coisas mais à frente.

— Como assim?

— Eu não gosto de você como o Niki gosta. Pelo menos... Até agora.

— Hm... Entendi. Ainda bem, eu acho. Não preciso de mais ninguém, já tenho o meu.

— Você já namorou antes?

— Você já não tinha perguntado isso? 

— Eu tinha?

— Eu acho que sim.

— Eu não me lembro.

— Olha eu também não, mas pronto. Niki é o meu primeiro amor, e também meu primeiro namorado. Já pensamos o que iremos fazer do nosso futuro, pois mesmo o namoro parecendo ser de adolescentes e tals, já estamos a namorar à um bom tempo e também estamos a crescer, já pensamos em várias coisas e ele já tem casa, e ainda é perto da minha. Acho que vai correr tudo bem.

— Eu não daria tanta certeza. — Comi o último pedaço da omelete, logo ouvindo K falar meu nome. — O quê? Eu apenas estou falando que não se sabe o dia de amanhã.

— Mas também podemos pensar, não? Vai me dizer que quando tinha a minha idade, não pensou em como seria seu futuro.

— Claro, mas não assim.

— Talvez porque não namore e seja um talarico de primeira. — Arregalei meus olhos ao ouvir aquilo.

— Porque eu seria talarico?

— Quer mesmo que eu fale? 

— Você me perdoou!

— Mas isso não faz você parar de ser talarico!

— Tudo bem, como queira. Pode me chamar talarico à vontade, não me importo.

— Então porque parece que está ofendido?

— Eu não estou ofendido. — Ela riu fraco.

— Parece. Mas você também é bonitinho, arranja uma fácil. 

— Eu não quero.

— Problema seu então.

— Precisa ser grossa comigo?

— Eu nem fui grossa. Apenas falei normal.

— Foi sim.

— Aish, Yuta, como queira. Você se ofende com tudo, sabia? Não gosto de homens assim.

— Pois é, você prefere o Niki.

— Sim, ué. Não entendo onde quer chegar.

— Eu sou bem melhor que ele.

— 'Tá, e o que isso contribui para a minha felicidade?

— Porque você é tão fofinha com o K e comigo é logo com sete pedras na mão?

— Mas eu não estou falando nada de mais! 

— O pior é que isso me faz interessar mais em você, depois não se queixe.

— Mas que... — Ela nem terminou a frase e eu presumi que ela iria me chamar de algum palavrão, mas ela apenas me olhou com uma cara feia e virou seu rosto para a televisão, vendo o que estava passando lá.

— Você é um idiota, Yuta. — K falou num sussurro.

— Ué, eu tenho culpa de ser sincero?

— Se quiser manter a cabeça, eu acho melhor começar a ter mais dente na língua, pois você só se enterra ainda mais!



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QUEM É VIVO SEMPRE APARECE NÉ 😼
Mano esse Yuta é um talarico aksjdaksjfkas e ainda se ofende
Estão gostando? Eu espero que sim!

A meta para o próximo cap (pq agora ta sendo assim, com pequenas metas cumpridas, tem att) será 1,5K, tá bem pertinho então acredito em vocês <3

Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora