✧q u i n z e

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Ao chegarmos ao quarto deles, ela tira um celular de dentro de uma gaveta, me entregando.

— Só tem um pouco da tela partida aqui, mas funciona. — Assenti com a cabeça. — E começa a falar português, eu não quero ser apanhada por causa de você.

— Como assim?

— Eu sou proibida de falar japonês, meus pais nem sabem que o Niki sabe, então trate de saber, e para o K, que é irmão dele, também não usar o japonês. Eu disse à minha mãe que o K morava em Lisboa e raramente vinha aqui. Ela passasse quando eu falo do Japão.

— Mas você é japonesa.

— Não é bem assim, eu nasci cá em Portugal. Só falam que sou luso-japonesa porque eu descobri que meu pai biológico é japonês.

— Mas você sabe qual é o seu sobrenome?

— O que meus pais adotivos me deram. Ou seja, não tenho nenhum nome japonês.

— Eu bem que podia descobrir o seu sobrenome japonês, assim ficamos com mais algo em comum. — Falei. Eu sabia o sobrenome japonês nela, ela tem nos registros até de quando foi adotada, eu tenho tudo dela.

— E nós temos algo em comum?

— Temos, eu sei que temos. — A mesma riu fraco.

— A única coisa que devemos ter em comum é ambos sermos japoneses, se é que me entende.

— Eu entendi. Eu não sou assim tão burro.

— Para mim, acho que é a pessoa mais burra, convencida e narcisista que eu conheci

— Desculpa? Primeiro, convencido posso ser sim, mas narcisista já é demais, além que muita gente pode considerar o mesmo, mas nada a ver. Eu me acho gostoso pois eu sei que sou, mas se você acha, é porque você vê bem.

— Pode calar a porra da boca? Eu só falei o que achava, tenho la culpa se a carapuça serve? Se eu te achei ou não gostoso não interessa mais, além da hora que disse isso foi sem contexto. Deu em cima de mim e eu não falei nada, ando te evitando só para não causar problemas pois você é um talarico. — Seu dedo pressionou duas vezes contra meu peito, o que doeu um pouco, mas claro que não iria me queixar, já sofri de dores bem piores. — E se você quiser manter a porcaria do pau que tem entre as pernas, não se meta comigo.

— O que meu pau tem a ver com a conversa?

— É só uma joelhada que vocês já estão gemendo fininho de dor no chão. Não tenho pena, já tentaram me agarrar nas costas do Niki e eu fiz isso. Quando ele descobriu, também bateu neles, mas não precisava, eu sei me defender.

— Que bom, eu também sei mexer com armas e não estou me gabando.

— Eu não estou me gabando, estou mostrando que homem não aguenta ver uma mulher. Se vocês querem se divertir tem brinquedos sexuais, não usem mulheres indefesas, isso primeiro se chama machismo, superioridade, segundo, é crime.

— Meu Deus a que ponto esta conversa chegou? Vocês não sabem parar de discutir? Já disse que só passo pano se beijarem-se.

— Cala a boca K. Onde está o Niki?

— Comendo na sala, se vocês falarem mais alto, eu vou assistir a treta que vai dar, já disse a única situação que passo pano.

— Vocês são uns idiotas. — Quando ia sair do quarto, segurei seu braço, fazendo-a encarar-me.

— Vai me ensinar português na mesma?

— Se não for eu, mais ninguém te ensina, se bem que poderia aprender sozinho, ninguém mandou você ser um idiota como todos os outros.

— Eu não sou como os outros, se quisesse tinha me aproveitado de você no momento que falou que eu era gostoso! Mas não, fiquei na minha, mas admito que dei em cima de você, diga o que diga ao Niki, eu dei, eu te pegava, eu fazia de tudo com você, mas com a sua permissão, pois eu não sou como esses que tentaram de abusar, e aliás, eu faria o mesmo que o Niki. Antes de falar algo, pense, posso ser talarico, posso comer umas por aí, mas protegeria qualquer mulher, até mesmo se fosse você e não te conheço direito.

— Isto vai dar namoro. — K saiu do cómodo quando quase levou com algo mandado por ela.

Respirei fundo, encanrando-a.

— Se você quiser ter aulas de português, quero respeito, e o K fora.

— Sem problemas.

— Espero bem, ou eu faço mesmo aquilo que disse.

— Tudo bem, nem seria a primeira nem seria a última pessoa a me dar uma joelhada, nem sei como sou fértil.

— Isso já não me interessa, sabia?

— Mas se eu tenho boca e é para falar.

— Mais valia estar calada algumas vezes. — Soltei uma pequena risada nasal.

— Quer mesmo que eu te responda a isso?

— Dispenso, pois não fiz pergunta nenhuma. — Saiu do quarto e eu saí logo de seguida. Essa garota é misteriosa, sim, algo de errado não bate de certo com ela. Ou então é só bipolaridade, tpm. Não sei, mas eu sei muito bem que ela não deve ser assim todos os dias, pois ela estava totalmente diferente quando falamos, e eu gostei da conversa mesmo que não tenhamos falado aquilo.






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Eu amo que só ando a fazer os personagens discutirem, alguém me para

Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora