✧d e z a s s e t e

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Que cara é essa, Niki? — Eu não entendi o que ela disse, mas por ter pronunciado o nome do Niki, eu já não quis saber. Me sentei na minha cadeira e continuei e tentei ignorar tudo o que estava rolando.

Me deixe em paz, por favor.

— Tudo bem. — Eu entendi essa última frase. Nem sei como entendi, mas eu entendi. — O que você fez com ele? — Se dirigiu até mim, parecia furiosa. Virei-me para ela e ri nasalmente.

— Está falando para mim?

— Sim. Para quem mais seria?

— Teu namorado é um pouco abusivo, eu se fosse a você terminava com ele. — Sussurro e oiço uma mão batendo numa testa, percebendo que foi K quem fez isso.

— Você passou dos limites, certeza. Nem quero saber o que disse, você claramente é como os outros.

— Eu não sou como os outros. Eu sou o Yuta Nakamoto.

— Um completo idiota. — Retirou-se do cómodo e eu ri fraco, recebendo um papel na minha cabeça.

— Que é? — Olho K que me olhava com um olhar de quem me mataria daqui a pouco.

— Você é idiota ou se faz?

— Para quê tanta agressividade?

— Você merece uma porrada bem dada, não reclame. Está estragando tudo. Ok, pode se dar mal com o Niki, mas com ela não! Eu passo pano se bater no meu irmão, mas você sabe que não pode ficar de mal com a garota!

— Ok, ok. Eu depois me resolvo com ela.

— Peça desculpas só, não se atire a ela.

— Vou só pedir desculpa, relaxa.

— Niki onde vai? — K perguntou para o irmão, já que o mesmo tinha aberto a porta.

— Não te interessa, palhaço. — Saiu e K estalou a língua.

— Vou aproveitar antes que me mate. — Falei quando senti o olhar dele em mim, me levantando e procurando a garota, que logo encontrei no quarto arrumando algo.

— Ei...

— Se arrependeu, foi? Bateu o recorde dos recordes.

— Talvez.

— Hm. Quer meu perdão agora porque se sentiu mal?

— Talvez. — A mesma riu fraco.

— Não devia ser um sim? Você é muito desse tipo.

— Como assim?

— Não aceita um não como resposta.

— Depende do caso, mas pronto. Como Niki não vai me desculpar e eu também não quero me desculpar com ele, vou só com você porque você é mais importante.

— Não começa.

— Começar o quê?

— A maneira que você se atira a mim é inacreditável.

— Quem disse que eu estou me atirando a você? — Ri, me encostando na parede e colocando minhas mãos nos bolsos.

— Você não tem limites, então normal que já te julgue. — Tentou sair do quarto, mas eu coloquei meu braço à frente.

— Bingo. Mas digamos que destas vez o que falei não era para isso, mas já que captou, deixo aí seu critério.

— Como assim?

— Se eu me atiro a você, é porque estou interessado, não acha?

— Eu não estou solteira, muito menos já te suporto sendo que mal te conheço.

— Tá, tá, só me desculpa pelo que fiz. — Puxei-a para dentro do quarto. — Desculpa por tudo o que disse ao Niki.

— Eu não sei ao Niki e nem quero saber. Sei que vou ter motivos para te odiar.

— Mas tenho o seu perdão?

— Tem desta vez. Satisfeito?

— Digamos que sim. — Me desencostei da parede, me aproximando dela. — Tem aqui uma coisa. — A mesma me olhou com as sobrancelhas arqueadas.

— Onde?

— Aqui. — Não sei de onde arranjei essa coragem que sei que vou me ferrar, mas eu fiz isso. Mal a conheço, mas já estou fazendo, se ela me dar um tapa vai ser com razão.

Eu beijei-a sem a menos conhecer. Sim, eu fiz isso e sei que vou levar um tapa.

Eu senti ela retribuir, mas ainda assim sabia que ia levar um tapa.

Ou melhor, um tapão. Quando eu separei, senti minha cabeça virar para o outro lado. O tapa foi o maior tapa que já levei de alguém, sendo que já apanhei de qualquer um.

— Nunca mais me toque, seu nojento. — Saiu do quarto batendo a porta com força. A chave da mesma até caiu no chão.

— Yuta eu vou te matar! — K entrou no quarto totalmente desamparado, segurando-me pela gola da blusa. Isso acabou me assustando. — Qual parte não entende DA PORCARIA QUE EU FALO? HÃ? JURO VOCÊ VAI VIVER NA RUA, SEU IDIOTA!

— 'Tá gritando porquê?

— VOCÊ TINHA O PERDÃO DELA E FEZ ESSA MERDA? ELA NAMORA YUTA!

— E com certeza está ouvindo. — K me jogou no chão. Eu não esperava isso dele, mas ao mesmo tempo esperava. — Juro, eu to a um passo de te matar. Não te aviso mais. Na próxima, você volta para o Japão no primeiro voo, você é um idiota! EU VOU ENLOUQUECER COM VOCÊ!

— PARA DE GRITAR, EU AINDA OIÇO BEM!

— Toca nela mais uma vez e eu paro de passar pano para as suas merdas! Entenda que mulher não é brinquedo.

— Em nenhum momento fiz ela de brinquedo.

— Não, mas quase.

— Como é capaz de falar isso de mim? Você disse que eu podia colocar cornos ao Niki. — A última frase eu sussurrei.

— Não desse jeito! Confiança primeiro e depois pow, afoga o ganso. É complicado?

— AGORA JÁ ESTÁ SUSSURRANDO.

— ESTÁ GRITANDO AGORA PORQUÊ?

— Vai pastar, K.

Eu vou mazé te matar. — Falou em português e obviamente que eu não entendi. Quando sai do quarto vi que a garota estava lá. Revirou os olhos e saiu do cómodo depois de falar um xingamento em japonês.

Ok, talvez eu tenha feito merda.

Runaway | nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora