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Já era pouco mais de duas da manhã e você ainda não tinha conseguido dormir, então via alguns vídeos aleatórios no seu celular e os stories de uma pessoa qualquer. Conforme você os passava pro lado, o storie de Suna apareceu, você percebeu que estava nos melhores amigos do garoto e tinha algumas fotos ali. Ele estava em uma festa e as fotos eram dele com um baseado nos lábios, outra sendo uma garrafa de cerveja e outra ele mostrando a língua, mas nela tinha um pequeno comprimido branco.

Você suspirou, largando o telefone de lado e enfiando a cara no travesseiro, por que esse garoto te preocupava tanto? Não era da sua conta o que ele fazia ou deixava de fazer. Você continuou vendo seu celular, até tomar um leve susto quando ele começou a tocar, você tinha esquecido que ele não estava no silencioso.

O nome na tela te surpreendeu, mas você não pensou duas vezes antes de atender.

— Suna?

[Nome]. - te imitou. Você ouvia uma música e várias pessoas falando atrás dele, então ele ainda estava na festa.

— Aconteceu alguma coisa? - perguntou receosa.

— Não. Mas eu queria ouvir sua voz. Vou passar ai daqui a pouco. 

Você arregalou os olhos, já se sentindo nervosa. Era muita informação em pouco tempo. Por que ele queria ouvir sua voz? O que tinha de especial nela? E principalmente, por que ele viria aqui? Vocês nem tinham nada, se conheceram a pouco menos de uma semana. Talvez ele só estivesse alterado demais.

— P-passar aqui? Ficou maluco, Suna? São duas da manhã e eu tenho certeza que você não tá em condições de dirigir agora.

— Bom... talvez eu não esteja mesmo, maaaas... eu vou ter que voltar dirigindo pra casa de qualquer jeito, então não custa nada passar ai.

— Suna, eu acho melhor nã...

Indo.

Você encarou a tela do seu celular, ele realmente tinha desligado na sua cara. Você se levantou rapidamente, colocando uma calça moletom e um casaco por cima da blusa que usava, você realmente só queria dormir, porque Suna viria na sua casa agora? Você desceu as escadas quando ouviu o carro do garoto parando em frente a sua casa, abrindo a porta rapidamente, dando de cara com o moreno encostado no veículo, fumando um baseado.

— É sério, você fuma quantos por dia? - perguntou, se aproximando um pouco. Ele cheirava não só ao baseado, mas a bebida e tabaco, mas não te incomodava muito.

— Normalmente um. 

— E hoje?

— Quatro. - você revirou os olhos.

— Por que veio aqui?

— Pra falar a verdade, eu também não sei. - ele soltou um riso fraco. - Eu nem podia ter saído hoje pra falar a verdade.

— Por que?

— Meus pais tem um lugar importante pra ir amanhã e ter um filho desobediente de ressaca não vai ser tão legal, mas... fazer o quê. - ele deu de ombros, com um sorriso fino nos lábios. - Acho que eu vou embora, [Nome], eu realmente não sei como eu pensei que seria uma boa ideia vir aqui essas horas. - ele riu anasalado, prestes a entrar no carro de novo.

— Suna! Espera... - ele te olhou curioso, você não tinha ideia do que estava fazendo. - Acho melhor você entrar. Digo... eu não quero te deixar ir nesse estado.

O garoto estava claramente bêbado, além de outra coisa, ele tinha os olhos vermelhos e estava mais que inquieto, até te dava um pouco de agonia. O jeito que ele mexia os olhos freneticamente, batia os pés no chão ou não parava com as mãos. Deixar ele ir agora realmente não era uma opção.

𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐑𝐄𝐓𝐓𝐄𝐒 𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐗, suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora