Calmaria

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Uma semana depois...

A semana que se passou depois daquele dia de terror e angústia, foi de puro luto e tristeza.

O enterro de Camie havia sido a 2 dias atrás e todos do hospital – incluindo Izuku e Bakugou – foram até o cemitério prestar suas últimas homenagens àquela pessoa, que não era apenas uma enfermeira.

Camie trabalhava naquele hospital a 5 anos, ela era conhecida por muitos médicos e adorada por centenas de pacientes. O clima do velório era de pura melancolia, Inasa – seu marido, agora era viúvo – estava aos prantos pela perda de sua esposa, a beta havia deixado ele e seu primogênito de 3 anos.

Depois daquele dia, Bakugou se despediu de sua fiel escudeira de cirurgia. Eles voltaram para o hospital – já que o loiro ainda estava de cama pela cirurgia recente. Izuku não estava tão sorridente como costumava ser, nem muito menos falante demais.

O esverdeado se isolava sempre que podia, durante esses dias que se passaram, Bakugou perdeu as contas de quantas vezes acordou durante a noite ouvindo o choro sôfrego e doloroso do ômega.

Os amigos do ‘casal’ estavam cada vez mais preocupados com o estado que o menor se encontrava, Izuku mal comia ou bebia algo, ele apenas queria ficar deitado e não se movia para nada.

De fato, era preocupante.

- Vocês acham que ele vai ficar bem quando sair do hospital? – Denki perguntou angustiado para os amigos que olhavam o menor abraçado com o loiro.

- Não sei, Den... – Ochaco se pronunciou.

- Eu espero que sim, ele não merece permanecer nesse mar de sofrimento – Tsuyu suspirou.

- Perder um filhote deve ser muito doloroso... – Kirishima lamentou.

- Sim... – Todos concordaram.

Eles saíram da janela e resolveram dar privacidade aos dois.

Katsuki sentia seu coração mais e mais despedaçado e angustiado a cada vez que Izuku chorava novamente. O cheiro doce de cereja com chocolate que antes emanava alegria e felicidade, agora só deixava exposto o cheiro de tristeza, amargura e angústia, por isso Bakugou havia tomado uma decisão.

Izu... – Chamou baixinho.

Sim? – Respondeu depois de uma fungada.

Nem a voz do menor era a mesma, antes a mesma era delicada e doce, agora a voz do pequeno havia se transformado em algo mais rouco, sôfrego e baixo – resultado de diversas noites de choro.

- Em dois dias eu vou receber alta – Disse ainda baixo.

- Eu sei, Kacchan... – O menor apertou mais o corpo do loiro contra si.

O loiro suspirou.

- Eu quero te falar uma coisa lobinho – Começou um afago nos cachos verdes da cabeleira alheia – Eu vou morar um tempo com você – Ditou direto.

Izuku arregalou os olhos e levantou o olhar em direção aos olhos carmesins.

Os olhos esverdeados estavam sem brilho algum, as olheiras estavam tão profundas quanto as de Aizawa e os lábios carnudos que antes eram rosados e macios, estavam maltratados de tanto o menor o morder em uma tentativa falha de segurar o choro durante a noite.

- C-como assim? – Perguntou intrigado.

- Sabe, eu tô preocupado com você – Admitiu – Você não come direito tem uns 4 dias, você não bebe nada... E nem dorme direito – Ditou suas preocupações.

Residente - BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora