Para sempre na minha mente.
Nesta data, escrevo mais uma carta ao pai natal.
Escrevi-lhe do teu sorriso angelical, da tua beleza, tua inocência, do teu beijo, escrevo-lhe sobre ti minha pequena.
Minha alma está velha e cansada desta dor, cansada destes versos.
Mas natal é esperança, pois não?
Lembro-me como se fosse ontem, do quão animada ficavas com esta data. Era especial, tudo especial.
Desde as luzes até ao leite fresco do Pai natal
Desde as meias penduradas na árvore até a estrela no topo dela.
Perguntavas-me sobre o menino Jesus, se um dia ele fora tão pequeno quanto tu.
Ah minha linda, minha eterna dor meu eterno amor.
O cancer levou-te cedo.
Ficaste magra e pálida teus olhos castanhos perderam vida. Teus belos cachinhos caíram e teus lábios rosados? Tomaram um cinzento tão triste.
Mas mesmo assim, não perdeste esperança, lembro-me da última carta que escreveste ao Pai natal.
Com a letra trêmula imploravas-lhe uma cura. Deixaste-lhe um copo de leite e uma bolacha.
E nesta mesma data, partiste... a carta não chegou ao polo norte. E o câncer arrancou-te dos meus braços minha pequena.
Hoje escrevo-te meu amor.
Mesmo depois de 20 anos escrevo sobre esta dor.
Escrevo também a um pai natal, que nunca apelou ao teu pedido minha pequena.
Que deixou-te ir embora minha pequena. Hoje é o meu vigésimo e último natal sem teu abraço, espero encontrar-te ao lado do menino Jesus.
Com todo meu amor, feliz natal filha.
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S.
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Demônios também choram
Poetry"Nestes versos, declamo tudo. Fantasmas que me perseguem... Minhas piores cicatrizes Meus piores medos... E a razão das minhas mais profundas lágrimas Afinal, demônios também choram." Todos os direitos reservados. Plágio é crime!
