Primeira chicotada.
Ma recuso a gritar, pois o meu orgulho fala mais alto.
Segunda chicotada.
O calor aquece os meus olhos em lágrimas silenciosas.
Terceira chicotada.
O calor de meus olhos aquece o meu rosto em um banho de lágrimas.
Quarta chicotada.
Feridas rasgam minhas costas vazias e indefesas.
Quinta chicotada.
O grito silencioso se torna incontrolável, ecoando em soluços infinitos.
Sexta chicotada.
Meus pés não resistem a tamanha dor e desconforto.
Sétima chicotada.
Não aguento assistir tamanho sofrimento. Fecho os olhos querendo fugir desse tormento.
Oitava chicotada.
A dor volta, crucificando o meu pecado por desejar o sono eterno.
Nona chicotada.
Ainda ouço os gritos animados em meio ao espetáculo de horrores.
Décima chicotada.
Tenho o último vislumbre do chão pintado de vermelho, como uma verdadeira obra de arte.
O vejo erguer o chicote novamente, com o sorriso malicioso estampado no rosto defeituoso da mulher que castigava a minha alma.
E depois... Não sinto dor.
Não ouço o barulho irritante do chicote em minhas costas.
Não ouço o respingar do sangue pintando o chão.
Não ouço o meu soluço.
Não sinto minhas lágrimas.
Meus olhos estão vazios.
Porque eu já havia desistido.
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S.
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Demônios também choram
Poetry"Nestes versos, declamo tudo. Fantasmas que me perseguem... Minhas piores cicatrizes Meus piores medos... E a razão das minhas mais profundas lágrimas Afinal, demônios também choram." Todos os direitos reservados. Plágio é crime!