Jane Doe

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Conduzindo seu carro velho em uma estrada antiga, deserta e calma.
O dia era frio e repleto de tons cinzentos.

No fundo...no rádio davam uma música aleatória, as calmas e melancólicas notas do som daquela guitarra, envolviam sua alma tornando tudo mais cinzento escuro,solitário e estranhamente. Confortável...

Dava calmas batucadas com seus dedos no volante do carro acompanhando aquele som.

Ah... tão bela. Mas em seus belos olhos cor de escura predominava um brilho tão triste, tão vazio.

Seus detalhes eram delicados.

A pele, era clara com aroma suave a rosas vermelhas na primavera.

Me desconcentro ao notar seu telefone tocar e sua pele arrepiar noto lágrimas grossas descem pelo seu rosto abaixo.

Ela sabe quem é, sabe que era ele. Sempre soube.

O homem a quem seu coração pertencia.
Homem a que tanto a destruía
Causador das suas lágrimas, e aquém dedicava todos seus escritos durante as madrugadas

Seu coração batia forte no peito, sua condução era mais turva causada pelo tremor em suas mãos.

Mas ela não parou. Nunca foi de desistir

Continuou.

Em alta velocidade, pisando forte fazendo com que as paisagens ao nosso redor não passassem de borrões confusos.

350Km/h.

Jane conduzia busca de uma nova galáxia.

Onde seu coração não doesse tanto, onde sua alma não fosse tão vazia,onde seu corpo não fosse tão fraco ao toque daquele homem.

O telefone toca, novamente.

Desta vez, ela olha o nome dele brilhando na tela.

Atende.

Sente sua respiração calma do outro lado da linha, tão calma e serena ao contrário da sua que era nervosa.

(Ele gostava de causar esse efeito nela, sempre gostou).

Prestes a desligar, ela finalmente nem escuta sua voz.

- Por favor Jane, entenda. Acabou, eu nunca amei você.

E encerra a chamada.

Lágrimas desciam pelo seu céu escuro, como chuva, chuva brava!

Ouço seus soluços primeiro tímidos, que transformam-se em um grito estridente. E depois silêncio.

Um silêncio tão vazio.

E finalmente percebo, foi um camião.
Embateu contra seu carro, lançando seu corpo da janela fora. Vou lá, para tentar salvá-la, e estranhamente, não sinto nenhum machucado.

Corro até seu corpo e a encontro morta. Morta e linda.

Em segundos uma poça de sangue forma-se ao chão. E lá, pode ver meu reflexo.

Eu era tão vazia quanto ela, tão sofrida quanto ela, tão amargurada quanto está bela moça, Jane.

Eu era um completo e inimaginável vazio, eu era nada. Apenas isso, um completo e belo nada.
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S.

Demônios também choramOnde histórias criam vida. Descubra agora