A chuva era forte, no céu alguns relâmpagos que antes me davam tanto medo, mas agora? Nem tanto.
Estava cansada disto.
Pego na taça de vinho tentando viajar, talvez não doa tanto se estiver alcoolizada...
O sabor horrível espalha-se pelo meu paladar. Nunca gostei de vinho, mas era sua bebida favorita, e mais uma vez percebo o quão deixei me envolver.
Desbloqueio o celular e não tem nenhuma chamada sua, bem feito! O que eu esperava? Que viesse correndo para os meus braços como fazia ao longo dos anos? Que me beijasse e dissesse que sentia minha falta e terminaríamos nesta cama, mais uma vez? Sim, eu tinha essa esperança.
Suspiro, e percebo que a chuva já é fraca e garrafa de vinho estava quase no fim. São 3:50, estou completamente bebâda e a minha teoria sobre álcool foi completamente descartada já que doía mais que antes...
Finalmente ganho coragem e tento ligar. Estava quase desistindo quando fui atendida mas meu coração logo murchou ao ouvir a voz de uma mulher.
- Alô? - ouço a voz sonolenta do outro lado da linha, lágrimas brotam em meu rosto e logo percebo porque não veio, encerro a chamada.
Não precisava de mais provas, não?
Eu fui sua, por um instante, por um verão, por uma noite.
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S.
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Demônios também choram
Poetry"Nestes versos, declamo tudo. Fantasmas que me perseguem... Minhas piores cicatrizes Meus piores medos... E a razão das minhas mais profundas lágrimas Afinal, demônios também choram." Todos os direitos reservados. Plágio é crime!