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× ARTHIT HOORNE ×


Com meu celular conectado com o aparelho de som do Café, deixo que minha playlist comece e logo passo a limpar as mesas e tirar as cadeiras do lugar, aproveitando a calmaria da manhã e o vazio que está para dançar pelo corredor. O Singto está na cozinha para pode preparar as coisas do dia, e o Fiat e Lee vão chegar daqui meia hora mais ou menos.
Aproveito por estar sozinho nessa parte da loja e continuo com meu serviço enquanto cantarolo junto com as músicas, ao menos até a Let Me Go do Shaker começar. É estranho porque tinha certeza de que havia apagado ela, embora a harmonia seja incrível, a sua letra era como me descreveria a alguns meses atrás.







Me deixe ir
Preciso ir
Você não sabe
Eu tenho uma alma faltando
No chão
Sangrando mais
Me bata um pouco mais

Ah ah
Sim Sim
Preciso ir
Eu preciso ir
Eu estou no inferno
Eu preciso de ajuda







Encaro o nada por algum tempo, refletindo a letra da música e me lembrando de algo com as duas últimas estrofes, o sonho ou meu menos frequente pesadelos nos dias atuais. Aquilo me lembrava daquele homem que nunca tive oportunidade de o ver antes de despertar do pesadelo, as vezes sua voz ainda ecoava dentro da minha cabeça, era relaxante ao modo que parecia que viria em meu socorro.
Mas ele nunca mais voltou para que pudesse o ver, e talvez seja melhor assim, ou não.

Suspiro, soltando todo o ar que não sabia que estava preso em uma única lufada, vendo que a música chegou ao fim e que eu estive perdida por quase exatos quatro minutos. Pego novamente o borrifador com álcool e expiro na mesa, passando o pano logo em seguida para limpar, e passo para a próxima, onde repito todo processo de tirar as cadeiras para limpar seus assentos e depois sua mesa.
Ouço o sino em cima da porta soa com a mudança de outra música, viro o rosto na direção da entrada e vejo um desconhecido, olhando na direção do balcão como se ele procurasse por alguém. E não um tipo ruim, como de quem veio no intuito de assaltar a loja, mas sim de realmente estar em busca de alguém.

Arrumo minha postura, deixando as coisas na mesa e limpo minha garganta o menos rude possível para chamar sua atenção, a qual recebo rapidamente. Ele se vira na minha direção e perco toda a sua reação ao fazer, pois logo me apresso em fazer Wai.
E então noto que ele não parece ser muito mais velho que o meu irmão, e algo nele parece muito familiar, ainda mais na forma em que me olha seriamente.

E então noto que ele não parece ser muito mais velho que o meu irmão, e algo nele parece muito familiar, ainda mais na forma em que me olha seriamente

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— Sawadee Krub, P'. - Falo, tendo um tom cortês e firme ao voltar a minha postura. — Não abrimos o Café ainda.

— Sim, eu sei Nong. - Diz ele, seus olhos fixos sobre mim.

E a sua voz me faz dar a um passo para trás, o meu ar fica preso nos pulmões e minha cabeça dói um pouco, um tipo suportável, mas ainda sim vibra como a um som alto.

BROKEN PARTS × STALEC2Onde histórias criam vida. Descubra agora