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× ARTHIT HOORNE ×


Desperto bruscamente e as luzes do meu quarto são acessas quase que imediatamente, meus gritos ecoam nas paredes, e braços me envolvem com firmeza. O ar não chega a meus pulmões, e o meu mundo parece girar, as lágrimas embaçam minha visão enquanto tento me esquivar para longe dos braços que me seguram.
Ainda posso sentir aquela mão no meu pescoço, a pele viscosa pelo sangue e dedos finos, o ar podre e pungente ferindo minha pele. A dor de ver Lua morrer tendo uma espada atravessando seu peito, e seu sangue escorrendo pelo chão até os meus pés sem que pudesse fazer nada.

Um trovão corta o céu, um clarão que é capaz de iluminar ao meu quarto inteiramente, e é seguido de um som que estremece o meu corpo. Os braços entorno de mim são firmes e meu corpo treme por inteiro, a sensação de impotência se apodera de meu corpo.

— Está tudo bem, Arthit... - Ouço a voz de Singto próximo ao meu ouvido.

Me movo assustado, meu coração acelerado dentro do peito, minha respiração ofegante e suor desce por meu rosto. A sensação ainda machucava, mesmo que o Singto e Lua estejam realmente comigo depois de tudo.
Estando quebrado ou não. Uma semana havia passado, e mesmo assim a sensação de estar sendo sufocado para desistir está vivo em meu corpo, e ter que lembrar de Joss e Kai machuca. Porque eu os feri ainda mais com todo meu egoísmo, e eu não queria.

— Está tudo bem, Arthit...

Um soluço rompe bem do fundo da minha garganta, mostrando o quão quebrado e culpado ainda me sinto, meu corpo treme e os braços de Singto me apertam em um gesto de proteção. Sua mão vai ao meu cabelos, os afastando para longe do rosto e acariciando minha raiz, um gesto familiar que me acalma como antes.
Demora para que tudo pare, que a minha respiração se normalize e o medo pare de pulsar contra o meu peito, mas acontece. Singto não apressa, apenas permanece no mesmo lugar, já que ainda me lembro muito bem que ele fazia a isso quando Lua morreu e a culpa tomou cada fibra de mim.

Mas agora eles estão vivos. Estão comigo e não iriam sair até que a morte os levasse novamente, algo que não espero tão cedo.

Respiro fundo e seguro a mão de Singto, que não se opõe a isso, e apenas a aperta para mostrar que está comigo. As minhas pálpebras ainda pesam e me esforço para as manterem abertas, mas o suave resmungo do meu irmão próximo do meu ouvido torna a isso difícil de acontecer, e caiu outra vez na escuridão quando meu corpo se acalma.

Assim que abro a porta do quarto do hospital, vejo a Lua ao lado da cama de Pon, que mesmo com o passar de uma semana não havia dado sinal algum

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Assim que abro a porta do quarto do hospital, vejo a Lua ao lado da cama de Pon, que mesmo com o passar de uma semana não havia dado sinal algum. Sinto que sou o culpado disso e ver Lua com seus olhos avermelhados a cada dia a qual não tem resposta de Pon, é horrível.
Mesmo que na vida falsa Pon seja seu marido, eu me lembrava que na verdadeira e antiga eles eram muito próximos um do outro, sei também que ele a amava com as suas fraquezas e forças, e isso foi o suficiente para que Pon e o seu irmão, Fiat, e também o JJ me ajudassem a fugir de Unseelie, mesmo que fazer isso fossem os levar a morte.

Entro no quarto em silêncio, mas a sua audição apurada se fada faz com que Lua olhe para mim com o menor dos ruídos, assim que o clique da porta se fecha. Ela se afasta da cama.

— Arthit. - Murmura Lua.

Sorriu, me aproximando e pondo a comida que Singto fez para ela em cima do criado mudo antes de a abraçar, seu corpo pequeno perto dos meus 1,83 de altura. Os seus braços envolvem a cintura e ela afunda o rosto em meu peito.
Fazia uma semana que tudo fez o nosso mundo mudar e girar de ponta cabeça, e me arrependo de ter feito uma infinidade de coisas. Mas mesmo com isso, a certeza que eu tenho é de que ter dado a uma segunda chance a todos que fizeram algo por mim não é uma delas.

Sem isso eu não teria ficado vivo por tanto tempo para que Stiles pudesse me encontrar ou que Tay pudesse armar tudo, sem Drake e Frank eu teria morrido em cada tentativa de suicídio e sem meus irmãos eu teria falhado, Fiat, Pon e JJ eram meus acréscimos, em que eu devia muito. Foram minha salvação de Unseelie e da fúria de Kiera, e isso os levou a morte, só que eu sabia que eles iriam fazer o melhor para pode aproveitar a segunda chance.

— Alguma coisa ? - Pergunto, me afastando dela o suficiente para ver seu rosto. — Alguma alteração no quadro dele ?

Lua nega devagar, voltando a me abraçar e a aperto um pouco em meus braços, sentindo que a sua pele ainda é fria. Mas em geral, a maioria das fadas são, é por isso que o desejo carnal é uma fonte para nos aquecer em Faerie.
Descanso o meu queixo em sua cabeça e suspiro, era estranho a ter aqui, na verdade é estranho ter todos aqui. Mas sei que seria pior sem eles.

— Ele vai ficar bem, Pon sempre foi um cara durão. - Falo, dando meu apoio.

— Sim, ele é. - Concorda Lua, se afastando.

Sorriu, e ela olha para Pon uma última vez antes de pegar o saco de comida que deixei em cima do criado mudo. E então pega minha mão, o que me lembra muito aos momentos em Unseelie, onde ela sempre fazia isso.

— Vamos para minha sala comer isso. - Diz Lua.

Paro em frente a casa, mansão, de Tay ao lado de Singto, que se ofereceu para vim comigo para o encontro com Magnus e Raphael, além de Stiles, Alexander e Eliot e meus pais. As minhas mãos soam, mas posso culpar o sol da tarde, porque em Nova York a essa hora é de noite agora.
A mão de Singto cai sobre o meu ombro e viro a cabeça para a sua direção, onde ele me acaba por me dar um sorriso, que alivia um pouco a tensão em meu corpo.

— Vamos lá, eles não vão te matar ou algo assim. - Singto resmunga.

Reviro os olhos.

— Muito gratificante, obrigado.

E sem hesitar, dessa vez, aperto a campainha do lugar e quase não se demora nada para a porta ser aberta. E Magnus é que estão ali, prendo minha respiração, mas a mão de Singto me empurra para frente e tropeço para o feiticeiro.
O encaro, sem saber bem o que fazer a seguir, já que aceitei a um acordo com seu pai e ele não tem uma expressão muito feliz. O meu padrinho dar um passo a frente e segura meu rosto com suas duas mãos e sorri, e sinto alívio.

 O meu padrinho dar um passo a frente e segura meu rosto com suas duas mãos e sorri, e sinto alívio

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— Senti sua falta, querido.





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