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Três semanas haviam se passado desde o início das minhas aulas.
Era quarta-feira, eu estava na minha sala de aula, batucando o pé incansavelmente no chão à espera da tão tarda e aguardada hora do intervalo.
Naquele exato momento, o professor de física estava explicando lá na frente da sala um assunto que eu não entendia bulhufas o que era. Ele andava de um lado para o outro sem parar de sorrir durante a sua explicação, como se calcular a droga do movimento retilíneo uniformemente variado de um carro fosse interessantíssimo e verdadeiramente útil para estudarmos sobre.
Eu odiava física.
Todas as palavras e figuras dos slides projetados na lousa branca pareciam estar ali apenas para confundir a cabeça do ser humano; os números e as fórmulas sempre se embaralhavam na minha mente como um furacão cheio de desordem, nem mesmo as 3 leis de Newton eu conseguia lembrar de cor. Era uma matéria desastrosa.
Se dependesse de mim, eu deserdaria essa doutrina de todos os livros didáticos existentes. Até porque, fala sério, Newton! Se eu largasse um copo de vidro à dois metros do chão, eu sei que ele irá cair, então para que caralhas complicar tanto?
Estudar cada coisinha insignificante como a queda de uma maçã era um saco!
Acabou que eu desisti de aprender sobre física e decorava apenas o necessário em época de provas, consequentemente, usando as aulas do professor para fazer qualquer outra coisa, tipo desenhar personagens de anime em meu caderno como passatempo.
Eu amava fazer aquilo, era incrível a sensação de poder materializar todas as loucuras da minha imaginação em desenhos bem legais só com a ajuda de um lápis e de uma borracha. Levou tempo para que eu conseguisse entender como se podia ilustrar com perfeição, até porque eu não tinha muito tempo livre para aprender a desenhar com tutoriais, muito menos dinheiro para fazer curso, mas a demora valeu bem a pena, porque ao menos agora eu tinha mais um hobby em minha lista pequena de coisas preferidas no mundo.
Eu sorria pequeno para o contorno que traçava por cima do esboço do meu personagem no papel, me sentia radiante quando os meus desenhos começavam a sair bem do jeitinho que queria, mas a minha atenção foi desviada dos meus rabiscos assim que senti uma bolinha de papel bater contra a minha nuca, arremessada por Taehyung para chamar a minha atenção.
— Presta atenção, Jimin! — ele sussurrou, eu me virei no lugar para olhar na direção do meu melhor amigo sentado a menos de dois metros da minha cadeira. — Física é importante, você não vai passar de ano se ficar com a cara enfurnada nesse caderno! E não vai ser o Todoroki numa pose sexy que vai te ensinar tudo o que precisa!
Rapidamente, eu me debrucei sob o meu caderno, tampando o meu desenho com os braços e corando bruscamente por Taehyung ter conseguido enxergar o meu rascunho erótico.
Às vezes, eu esquecia que nem todo mundo tinha miopia como eu, então acabava subestimando a capacidade alheia de enxergar.
— E-Eu vou aprender na época de provas, droga! — me embolei nas palavras, tentando disfarçar o meu diálogo consigo para não receber uma reclamação do professor. — Tirando isso, eu não preciso aprender física! De que importância isso terá na vida de um futuro... hm... cara-que-não-irá-trabalhar-com-física?
Taehyung revirou os olhos. — Muita coisa! A física é importante, ela retrata e explica acontecimentos do nosso dia a dia, você precisa aprender!
— "Acontecimentos do dia a dia"?? Tae, fala sério! — apontei com julgamento para o slide projetado na lousa. — Aquela imagem é de um cara que está usando cinco polias e uma corda para se erguer pelas calças. Quando que eu vou usar isso no meu dia a dia?!
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RESILIENCE FILTER
Roman d'amour[Book trailer fixado no primeiro capítulo] Quando chegou à adolescência, Park Jimin nunca imaginou que viveria a fase mais louca e complicada da sua vida, muito menos que frequentaria um lugar tão semelhante a um manicômio no seu dia a dia; era norm...