Capítulo 1

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Primeiro de Setembro, Sexta-Feira, 5h15 da manhã. Seu Edgar acorda ao som do despertador do celular, ainda de olhos fechados, passa a mão em baixo do travesseiro e pega o celular e desliga, levanta da cama, toma seu café e liga para casa.
- Alô. - Diz Dona Helena, do outro lado da linha.
- Oi Mãe, as meninas já acordaram? - Diz sem enrolar muito.
- Oi meu filho, comprei vinho para tomarmos hoje, quando chegar.
- Obrigado Mãe, mas estava pensando em fazer algo com as meninas, hoje é o aniversário delas. Mas vejo isso quando chegar aí, beijos, até logo.
- Ah, é hoje? - Diz Dona Helena, com ar de ironia. - Volte primeiro para casa, depois falamos sobre passeio. Estou com saudade, estou um mês sem ver meu filho.
- Mãe, não é porque estou longe, que não amo você e minhas filhas, vim para o Estados Unidos à trabalho e agora vou ter mais tempo para acompanhar o desenvolvimento das meninas. Preciso desligar, estou indo para o Aeroporto, beijos. - Seu Edgar se apressa a desligar, enquanto sai do hotel e faz o sinal de jóia com a mão para o táxi ali parado em frente ao hotel, onde estava.

Bia logo acorda, ao sentir o cheiro de café vindo em direção ao seu quarto e pega o celular que estava na cabeceira de sua cama e responde algumas mensagens que recebeu desejando os parabéns.
- Carol, acorda, acorda! - Bia mexe no braço da irmã, enquanto usa o celular com a outra mão.
- Já acordei! Responde Carol, ainda com sono e bocejando. E complementa: O pai chega hoje!
- Sim e por isso, nem a dona Helena vai acabar com o nosso dia. - Diz Bia, enquanto coloca as pantufas e sai do quarto em direção a cozinha.
- Beatriz, faça o favor de tirar todos esses rabiscos do quintal, seu pai chega hoje e não quero que ele pense que você está deixando suas obrigações de lado, por causa de rabiscos e outras coisas que não vai te levar para lugar nenhum.
- São telas de tinta Vó, preciso esperar secar para tirá-las dalí. - Responde Bia, voltando para o seu quarto com a xícara na mão.
- Que cara é essa? Carol fala ao olhar a Bia entrar no quarto.
- Dona Helena não vai nos deixar em paz nem no nosso aniversário.

Passa algumas horas e as meninas começam a se arrumar, Dona Helena logo se apressa a perguntar o motivo das meninas estarem se arrumando. Bia logo revira os olhos e olha para Carol, que fala que estão se arrumando para aguardar a chegada do Pai.
- Ela não vai nos dá, pelo menos um "parabéns"? - Carol fala para Bia, ainda surpresa pela frieza da Avó.
- Ela nunca nos deu parabéns, hoje não será diferente. Responde Bia.

Seu Edgar finalmente chega ao aeroporto e pega o celular e responde algumas mensagens, enquanto espera sua mala. E Bia e Carol vão até a varanda, ansiosas pela chegada do pai.
- Bia, estamos terminando o ensino médio. Começa Carol, olhando os carros passando de sua varanda e continua. - você ainda pensa em continuar pintando telas no futuro?
- Sim, é o que eu gosto de fazer. - Responde Bia. - E você?
- Não sei ainda, gosto de ler, escutar músicas, viajar, mas não quero ficar longe dos meus filhos, quando eu tiver.
Um táxi se a próxima e logo as meninas correm em direção a escada, descem e vão até o portão.
- É aqui que duas princesas estão completando mais uma primavera? Seu Edgar fala enquanto sorrir, feliz, enquanto tira o cinto de segurança ainda dentro do carro. As meninas, acenam com a cabeça, sorrindo, enquanto ajudam o pai a abrir a porta do carro. Seu Edgar sai do carro e dá um abraço coletivo e apertado nas meninas, que o abraçam mais forte ainda.
- Eu amo vocês! - Seu Edgar fala, enquanto beija a cabeça das meninas, ainda abraçados.
- Amamos você, Pai! Responde as meninas.
- Vamos entrar, quero saber tudo que fizeram e como estão as coisas com a mamãe. - Seu Edgar diz, enquanto pega a mala e paga o taxista. - Obrigado! Agradece enquanto acena para o táxista.
As meninas acompanham o pai até a sala, que logo começa abrir a mala e tirar os presentes. - Eu pedi pra colocar o nome de vocês, ainda bem, pois já não lembro qual é o de vocês.
Dona Helena logo se aproxima do sofá e dá um abraço por trás no filho, que sorrir e coloca as mãos nos braços de sua mãe que o envolve.
Logo, passaram horas conversando, abrindo presentes e abraçando as filhas, tudo que o deixava feliz. Seu Edgar era muito presente, na medida do possível no que se refere à suas filhas, mas no último ano, precisou  viajar a trabalho e como sua vida profissional e a família são as coisas mais importantes em sua vida, Seu Edgar pensou que não seria nada mal, passar um tempo fora, ganhando mais e com isso, dá uma vida mais confortável para as meninas.
- Filho, - começa dona Helena, que olha ao redor, para ver se as meninas já saíram e continua, no tom mais baixo. Como eu disse com você, não acho saudável para as meninas saberem mais sobre a mãe delas, elas já  cresceram, não sentem nem falta.
- Mãe, elas precisam saber a verdade. - Começa Edgar, olhando para um ponto e continua. - A verdadeira história.

17 Primaveras - (COMPLETO).Onde histórias criam vida. Descubra agora