Beatriz é uma menina introvertida e criativa. Desde pequena, gosta de desenhar, escrever e sempre gostou de aventura, do tipo de ir na montanha russa mais alta do Parque e também pular de paraquedas. Seu lado aventureiro veio do seu pai, Seu Edgar, que gosta de esportes, digamos, arriscados e cheio de emoções. Essa afinidade lhe trouxeram histórias memoráveis. Bia, também gosta de estar com seu pai e considera a Silvana uma companheira de conversa e exemplo de mulher, a qual se espelha muito. Visto que Bia e Carol perderam a mãe quando ainda tinham 4 anos de idade. Alessandra, a mãe das meninas, descobriu um câncer no estômago e uns meses antes, das meninas completarem 5 anos, faleceu. Deixando o Seu Edgar angustiado, quase entrou em depressão em perder, até então, o amor de sua vida, Alessandra foi a primeira mulher que seu Edgar amou de verdade e vivenciar todas as etapas do luto, não foi uma tarefa fácil. Com isso, Dona Helena, a mãe do Seu Edgar vire e mexe aparecia para ajudar na criação das netas. Até Seu Edgar, no último ano receber uma proposta melhor de trabalho nos Estados Unidos e ganhar melhor, Dona Helena incentivou o filho a ir e disse que iria para a Casa deles, para ajudar cuidar das meninas, Seu Edgar conversou com as meninas e passou o último ano fora, viajando a trabalho, no último mês, antes do aniversário das filhas, precisou ir para os Estados Unidos e voltou um mês depois para então retornar suas atividades em São Paulo, a Cidade Grande e cheia de possibilidades.
- Meu amor, obrigado pela companhia. Seu Edgar olha rapidamente para Silvana, enquanto dirige e faz carinho no joelho de sua amada com a outra mão.
- Eu amei a nossa noite, amor. Fala Silvana, feliz enquanto coloca a sua mão sobre a mão do Seu Edgar em seu joelho e olha para o anel de noivado.
- Amanhã te busco, para pegar seu carro lá em Casa. Seu Edgar fala e sorrir, enquanto estaciona em frente ao apartamento de Silvana.
- Amor, você estar preparado para esclarecer tudo sobre a mãe das meninas? Diz Silvana, buscando o olhar de Seu Edgar, que logo olha para Silvana e começa:
- Amor, preciso pensar como vou falar com elas sobre a mãe, esse é um assunto que não tocamos a anos. A minha mãe contou muitas mentiras em torno da Alessandra, como uma forma de proteger as meninas, para não sofrerem, não concordei, mas naquele momento não tive forças para impedir que tudo chegasse aonde chegou. Seu Edgar respira fundo e solta o ar, encolhendo os ombros, se sentindo incomodado e impotente com a situação.
- Amor, elas precisam saber toda a verdade, fala Silvana, levantando o queixo do seu amado com o indicador. E continua. - Faz parte da história delas, é muito triste saber que a memória que elas ouvem falar e que Alessandra não era uma boa mãe e outras mentiras que você mesmo disse que elas acreditam.
- Eu sei e eu me sinto muito mal com isso, minha mãe foi muito longe nessa história de "não magoar as meninas". Desabafa, fazendo aspas com as mãos. E continua: - Eu estava no Hospital, sentado no corredor da UTI quando o médico pegou no meu ombro e falou que infelizmente a Alessandra tinha morrido. Chorei muito, tive uma crise intensa de ansiedade e tiveram que chamar a Psicóloga do Hospital para mim. Liguei para o meu pai, que ainda era vivo e contei o que tinha acontecido, falei que não tinha forças e que ficassem em Casa cuidando das meninas, que logo iria para casa. Seu Edgar fala, contando pela primeira vez detalhes da história para Silvana e continua. - As meninas eram pequenas e meu pai não deixou minha mãe contar o que tinha acontecido, naquele tempo, minha mãe só ouvia meu pai e ela não era tão amargurada como hoje, após a morte de papai, ela mudou muito. Quando tinha alguma coisa na escola, como dia das mães, ou quando alguma amiga das meninas perguntavam, mamãe inventava alguma coisa e essa história foi virando uma grande bola de neve, envolvendo muitas mentiras, o pouco que elas sabem sobre o que levou a morte da mãe e outras coisas, foi eu que falei, eu disse toda a verdade, mas não disse tudo, ainda tem muita coisa distorcida, mentiras contadas pela Dona Helena.
O celular de Edgar toca, interropendo o que ele estava falando, ele tira o celular do bolso e ver que é a Dona Helena ligando, ele espera o celular parar de tocar e manda mensagem no Grupo de um aplicativo de mensagens que tinha com as filhas e pergunta se está tudo bem, e Carol que estava no Celular, logo ver a mensagem e responde que sim, que a Avó só está querendo saber onde ele e Silvana estavam. Seu Edgar logo recebe outro telefonema de Dona Helena, que liga incansavelmente para o filho.
- Ela não me dá espaço. Vou para a Casa, amanhã acordamos cedo. Seu Edgar fala enquanto guarda o celular no bolso, ignorando as ligações da mãe. E beija Silvana, que retribui o beijo.
- Também acho que precisamos de mais espaço. Isso me entristece um pouco, mas melhor você ir, quero que você descanse, nossa noite foi muito agitada. Diz Silvana dando um sorriso no canto da boca. E continua - Fico feliz que você tenha conversado comigo, me preocupo com você e as meninas.As meninas que estavam entediadas, pegam o baú de fotos e começam a olhar as fotos de quando eram bebês, fotos de viagens, aniversários, fotos da família e amigos. E quando finalmente olharam todos as fotos, um envelope cai de um dos álbuns, as meninas se olham e Bia pega o envelope que cai no chão. - Está fechado. Bia fala enquanto olha para a irmã, com um olhar desconfiado.
- O que está escrito aqui? "Ales dra"? O que é isso? Diz Carol, tentando entender.
- Não sei, mas tem alguma coisa aqui dentro, diz Bia tocando no envelope.
- Vamos guardar isso. Diz Carol, colocando os álbuns de volta no baú.
- Esse envelope não, quero descobrir o que significa "Ales dra", parece algo antigo, parece que alguém tentou apagar o que estava escrito aqui. Bia fala enquanto levanta e coloca a unha do indicador entre os dentes e segura o envelope com a outra mão.
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17 Primaveras - (COMPLETO).
Misterio / SuspensoO que acontece quando a mentira se torna parte de uma história? São muitas perguntas, mas poucas respostas. Bia e Carol são gêmeas e tem 17 anos, foram criadas pelo Pai Edgar e a Avó paterna Helena, sempre tiveram tudo o que queriam, levavam uma vid...