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POV Josh

Decido ligar para Noah, só ele pra me tirar dessa fossa, Any não quer me ver e já esgotei a caixa de mensagens dela.

— Josh? Se acalma, vai ficar tudo bem com a Any, eu e a Sininho já estamos indo aí pro hospital

— Como assim hospital? A Any tá mal? O que aconteceu? – pergunto desesperado

— Sabi me ligou há alguns minutos, ela desmaiou e parece que é sério

— Que hospital Noah? – pergunto impaciente

— No Health White Memorial – responde e desligo correndo pra lá

Chego na sala de espera e encontro Sabina chorando e Pepe a consolando, eles me encaram e logo me aproximo.

— Sabina o que aconteceu com ela?

— O que você tá fazendo aqui em, Josh? Não bastou ter partido o coração da minha amiga?

— Olha só, nós brigamos, mas ainda somos uma família, sempre seremos e você tem que me avisar quando acontece alguma coisa – falo com um misto de chateação e preocupação

— Tá bom... ela simplesmente desmaiou e agora estamos esperando por notícias, ao que parece não foi uma simples perda de consciência pela urgência que levaram ela lá pra dentro – explica e meu coração despedaça

— Você acha... que é muito grave? – pergunto com a voz falha

— Acho... – responde com lágrimas nos olhos

— Sabina, ela é a mulher da minha vida... Não posso perdê-la... Ela não pode ir assim... – me desespero

— Vamos ter fé ok? Any ia querer isso – diz e me abraça

— Já falei com todo mundo, a Estela vai ficar com os avós até termos mais notícias, concordamos que hospital não é lugar para criança

— Tá certo... Ela não precisa ver isso...

Sento em uma das cadeiras e fico agonizando com a espera. Odeio hospitais... Logo Noah e Sina chegam e tentaram me distrair, mas também estavam visivelmente abalados com toda essa situação.

— Família de... Any Gabrielly Soares – um residente surge e fala lendo o nome na ficha e nos aproximamos

— Vocês todos são parentes? – pergunta ao notar a quantidade de pessoas que se aglomeraram em volta dele

— Não... – Lamar o responde

— Algum de vocês é familiar de primeiro grau, pai, mãe, irmã, irmão, filho, filha ou cônjuge?

— Não – Sabi responde

— Na ausência de familiares de sangue o contato de emergência é... Sabina Hidalgo e Pepe Gonzalez, é algum de vocês?

— Somos nós – o casal se identifica

— Ok, então caso não sejam familiares só tenho aval legal para falar com os dois, o restante aguarde sentado, por gentileza – avisa e o resto se afasta com exceção de nós três

— O senhor é da família? – me pergunta e fico sem reação já que não tinha uma hora que ela terminou comigo

— É o namorado da Any, eles tem uma filha juntos – Sabi responde por mim e agradeço mentalmente

— Certo... A situação da paciente é bem delicada, descobrimos que o problema é um aneurisma cerebral que se rompeu, por isso houve perda de consciência, agora ela está em cirurgia

— Preciso fazer umas perguntas... suponho que vocês convivam bastante com ela... Nas últimas semanas ela apresentou algum sintoma? Dor de cabeça, tontura, náusea, vômito...

— Há algumas semanas ela teve uma dor de cabeça e vomitou em seguida... – falo ao lembrar do episódio de New York

— Entendi... – anota as novas informações

— Eu devia ter insistido mais para irmos ao médico... – digo sentindo a minha parcela de responsabilidade

— A maioria dos aneurismas são descobertos quando rompidos, ignorar os sintomas é mais comum do que imagina... Na idade da Any é mais raro, mesmo considerando que as mulheres têm mais predisposição para desenvolver, ela é bem jovem e não é hipertensa, então acredito que o causador do rompimento foi o stress que acabou elevando a pressão dela

— Ela passou recentemente por um trauma, problema, perda um ente querido, briga... qualquer coisa que tenha perturbado sua paz?

— Sim... – Pepe confirma e me sinto o peso da culpa sob mim

— Então caso ocorra tudo bem vou indicar um psicólogo ou terapeuta...

— Ela já tem um, o Dr. Diaz – Sabi o interrompe

— Ele é realmente excepcional, não é muito a área de especialização dele... E ela vai às consultas regulamente?

— Ela é uma paciente de longa-data e vai ao menos uma vez no mês que eu saiba

— Quais são os riscos da cirurgia? – mudo o rumo da conversa perguntando mesmo morrendo de medo da resposta

— Como é no cérebro, são 2/3 de êxito e as chances de causas sequelas temporárias ou permanentes é relativamente alta

— Informarei os senhores assim que a cirurgia terminar – o médico diz e entra novamente na ala cirúrgica

Pepe explica tudo ao resto do pessoal e procuro me sentar o mais longe possível. A verdade é que me sinto responsável por tudo isso, eu devia ter insistido mais no dia que ela apresentou o primeiro sintoma, devia tê-la contado que eu nunca mandaria alguém segui-la e devia ter confiado nela acima de tudo, agora ela pode estar entre a vida e a morte e parte da culpa é minha.

Não sei se consigo viver sem ela, cuidar sozinho da Estela e vê-la crescer sem mãe, não é nem um pouco justo, eu preferia que fosse eu em seu lugar. Me sinto egoísta em querê-la de volta, ela fica melhor sem mim, qualquer um fica, mas é como se a minha antiga vida tivesse perdido o sentido depois que sentir seu amor. Any desperta o melhor de mim.

Horas se passaram desde que o médico falou conosco, mandamos Sina embora, não faz bem para uma grávida ficar sem dormir direito e Noah acabou indo junto e Heyoon e Joalin voltaram para casa, pois estava tarde e no dia seguinte iriam trabalhar. No hospital ficaram eu, Lamar, Sabina e Pepe. Liguei para Estela reunindo todas as minhas forças para não chorar e disse para ela que em breve a buscaria na casa dos avós, fingi que estava tudo bem e a desejei uma boa noite.

Depois de alguns minutos, um médico mais experiente, provavelmente o cirurgião-atendente, se aproxima de nós com o residente ao lado com informações sobre a cirurgia.

— Felizmente, a cirurgia correu bem, agora temos que esperar o efeito dos medicamentos e do sedativo passar para averiguar possíveis danos neurológicos... ela pode acordar à qualquer momento

— Só é permitido um acompanhante na UTI e o horário de visitas já encerrou faz tempo, mas como esperaram até agora, vou abrir uma exceção, um por vez pode ir vê-la rapidinho – o doutor diz e deixa o local

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