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5.8

POV Any

Chegamos na casa de Josh e Estela já estava lá para me recepcionar. Minha pequena me encheu de beijinhos e me mostrou como o pipoquinha tinha crescido desde a última vez que o vi. Cecília e todos os outros funcionários da casa também estavam lá com ela e me cumprimentaram com abraços. Logo o restante se dispersou, cada um para os seus afazeres e sobraram apenas minha filha e Cecília.

— Você quer ficar no nosso quarto ou em outro? – Josh pergunta

— Pode ficar com o quarto, eu vou pra outro

— Ok... Cecília, põe as coisas dela lá em um daqueles quartos maiores que tem a sacada virada pra piscina

— Claro! Estela, me ajuda a arrumar as coisas pra sua mãe? – chama a menina sentindo o clima entre nós

— Sim, tia – minha filha responde e sai com ela

— Podemos conversar?

— Uhum – concordo e vamos até a sala

— Me conta tudo de novo – peço

— Do começo? – assinto

— Como você já deve saber, o casamento dos meus pais foi arranjado, meus avós tinham cada um 30% da corporação e decidiram juntar e tornar de uma família só casando os filhos, minha mãe não queria no início, mas acabou aceitando pelo bem da família, um terceiro acionista que também possuía 30% queria monopolizar a empresa comprando as ações dos outros investidores

— Eles tiveram que desistir depois do casamento, já que Ron, estava responsável por 60%... Até então tava tudo resolvido até a minha mãe se apaixonar por aquele babaca, ela queria que o casamento deles desse certo, que fosse real, mas ele nunca se importou com ela, comigo, ou qualquer outra coisa que não fosse a si próprio

— Quando ela adoeceu, foi mais devastador ainda, ele sumia por dias pra comer umas vadias e cagava pra ela... em resumo, eu odeio aquele cara pelo que ele fez ela passar, principalmente, em seus últimos dias

— E foi aí que minha mãe tomou a decisão de deixar tudo pra mim e matou o Ron de ódio, eu tava pronto pra vender minhas ações para os Tompsom, aqueles outros acionistas do início, e começar algo novo até que ele apareceu com uma proposta que não pude recusar

— Eu comandaria a empresa sozinho, pois estaria responsável pela parte dele e a minha e a minha condição era ele não pisar mais em Los Angeles, infelizmente, ele apareceu aqui de novo com uma proposta ridícula de casamento com a herdeira de uma outra empresa grande, obviamente eu disse não...

— Por causa de tudo que aconteceu com a sua mãe... – presumo o interrompendo

— Não, amor, por causa de você

— Como eu iria casar com outra sabendo que eu te amo? – diz e derrete o meu coração

— Enfim, ele tem esse poder de me manipular, falou umas coisas só pra me deixar confuso, deixou o envelope cheio de fotos suas e caí na tentação de abrir e bom... o resto você já sabe

— Olha, Josh, o fato de você não ter me vigiado ajuda bastante, porque pra mim isso é coisa de louco, de obsessivo, de relacionamento tóxico, mas não muda a sua falta de confiança em mim

— Eu te dei motivos para desconfiar de mim? Porque isso, de verdade, foi o que mais me magoou

— Eu sei... Sinto muito pela maneira que te tratei... Eu também me senti assim quando você pensou que eu mandaria te seguirem

— E por isso, eu também te peço desculpas...

— Ainda preciso de um tempinho pra processar tudo tá, eu te perdoo, mas você entende que não posso voltar tão rápido pra você, fingir que nada aconteceu...