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4.1

POV Josh

Eu sou meio quebrado. Talvez eu não tenha escutado que era amado o suficiente, talvez isso seja culpa da minha infância solitária ou pode ter sido a frieza do meu pai comigo desde que me entendo por gente... Não sei. O que eu sei é que eu amo em silêncio, sempre foi assim, falar sempre esteve fora de cogitação. Me arrependo de não ter dito à minha mãe o quanto eu a amava e não cometerei o mesmo erro novamente. Eu não imaginava que era tão libertador, tão bom e tão recompensador amar e ser amado de volta, falar com todas as letras um eu te amo sincero, do fundo do coração. Chega a ser cômico, se me pedirem para definir o amor hoje, não serei capaz de definir com palavras, de maneira racional, mas eu sei que a amo, amo muito. As minhas definições de amor tem nome e sobrenome, duas são Beauchamp e a outra será, um dia.

Na segunda-feira, trabalhei normalmente e no fim do dia fui até a casa de Any, por sorte, cheguei bem a tempo do jantar. Comemos juntos e logo me envolvi em uma competição de carrinhos com a minha menina. Brincamos até dar a hora dela dormir, depois de colocar nossa filha na cama eu e Any estávamos exaustos e preferimos ficar apenas deitados fazendo nada.

— Amor, o que vamos fazer pro aniversário de Estela? – pergunto casualmente

— Repete – Any fala com um brilho nos olhos

— O aniversário da Estela, o que faremos para comemorar?

— Antes

— Amor? – digo sorrindo

— É a primeira vez que você me chama de amor – Any constata com os olhos marejados e a encaro

— Tô de TPM não me julga – seca as lágrimas dos olhos rindo

— Te amo – digo e a beijo docemente

— Também te amo loirinho – faz um cafuné no meu cabelo e me dá um selinho

— E então?

— Não sei... pensei em uma coisinha pequena, sabe, só com a família mesmo

— Ah não, meu bem

— O que foi?

— É o primeiro aniversário que eu vou participar...

— Quer fazer uma festa né

— Quero

— Tá bom amor, só não exagera demais

— Vou tentar, linda

— Você consegue, não é tão difícil

Decidimos por alto tudo da festinha de aniversário de Estela, tema, cardápio, convidados, brinquedos, já que estaremos ocupados com as festas de fim de ano nas semanas que antecedem o aniversário da nossa pequena. Só faltou escolher o que daremos à ela de presente.

— Amor, vamos dar um filhotinho de cachorro, ela ama brincar com a Shelby

— Josh, um cachorro dá muito trabalho

— Por favor, ela vai ficar tão feliz...

— Amor, eu trabalho em casa na maioria dos dias, já tenho que cuidar da Estela mais um cachorro não dá

— Nossa filha já vai entrar na escolinha ano que vem, lembra como ela ficou tristinha quando acidentalmente perdemos aquele de brinquedo?

— Ela tinha um apego pelo que o cãozinho de brinquedo significava – a encaro intrigado

— Você. O brinquedo significava você entrando na vida dela – explica

— E se o cachorrinho ficar na minha casa? Assim você fica só com a parte legal de ter um bichinho

— Tudo bem... já vi que não vai ter jeito né, se ele ficar na sua casa e só aparecer aqui de vez em quando eu aceito

— Ela vai ficar tão alegre... você não vai se arrepender e eu tenho certeza que até você vai amar o cachorrinho – digo com um sorriso no rosto e a beijo na bochecha

— Verdade né... Ver aquele sorrisinho dela vale o esforço... E é claro que vou amar o cachorro, principalmente pelo fato de que você que vai lidar com as cacas dele – Gabrielly diz me fazendo rir

— Mais uma coisa, a Estela tem brinquedos demais, tanto na sua casa quanto na minha, você mima nossa filha demais Josh

— É mais forte que eu... Não dá pra ver uma coisa que me lembre ela e não comprar

— Ah, mas dá sim... Enfim, ao invés de trazer presentes, os convidados podiam vir com doações de alimentos e roupas e a gente escolhe uma instituição carente pra doar

— Eu achei a ideia ótima amor, vamos fazer isso

— Nossa menina com certeza não precisa de mais brinquedos

— Mas eu posso dar pelo menos um né?

— Um Josh, não me apareça com dez bonecas aqui de novo

— Você queria que eu excluísse alguma princesa? Tadinhas Any... Que sem coração você...

— Ou você viu muito toy story ou tá tirando uma com a minha cara – diz irônica

— Tá bom amor – digo dando uma leve risada – um mimo, prometo

Depois te tanto falatório fomos tomar um banho para dormir. Tomamos banho juntos, só banho mesmo, estávamos cansados demais para passar disso. Não demorou muito e já nos encontrávamos apagados na cama. Amanhã tenho um compromisso cedo no trabalho, devido às diferenças de fuso-horário, o melhor horário que se encaixou em ambas agendas foi às seis da manhã, então Estela nem saberá que dormi aqui.

Acordo cedinho e vou para a tal reunião, resolvo umas papeladas e recebo minha nova assistente pessoal, percebi que precisava de uma quando me vi pedindo à minha secretária executiva para buscar meus ternos na lavagem à seco, responder às minhas mensagens pessoais e até ficar com Estela quando ela vem aqui.

A senhorita Yoshihara fora muito bem recomendada e parece ser bem prestativa. Já tenho a primeira tarefa dela, que foge um pouco do usual, mas preciso de ajuda no aniversário da minha filha. Dei as informações básicas que decidi ontem com Any e ela foi ao trabalho.

O resto da semana e a semana seguinte foram conturbadas, muitas conferências, reuniões, eventos e pendências, trabalhei até tarde quase todos os dias e o meu consumo de cafeína foi sem medida. Acabei vendo Estela muito pouco e Any menos ainda, minha filha até veio me fazer uma visita no trabalho hoje, tudo bem que ela ficou mais com minha assistente, que inclusive se deu super bem com ela, mas mesmo assim deu pra aproveitar um tempinho com a minha bebê.

Planejo tirar férias na última semana desse mês e meus funcionários não estão acostumados a lidar com os problemas na minha ausência, então devo deixar tudo pronto antes de sair, escolher um substituto, estabelecer um protocolo e finalizar todos os contratos pendentes.

Quem é vivo sempre aparece nénon, voltei e teremos maratona em gratidão aos 100k de leituras, bjs queridos, volto amanhã.

Ela me mata de orgulho ❤️