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POV Josh

Minha vida finalmente parece estar entrando nos eixos. Deixo a casa de Any e volto para minha casa. Logo que chego, minha governanta me recebe com uma feição diferente da habitual, ela está um tanto nervosa e assim que adentro a sala principal entendo o motivo. Ron está sentado tranquilamente tomando um copo de whisky.

— Tínhamos um acordo – digo friamente ao me sentar em uma poltrona de frente à ele

— É exatamente por isso que estou aqui filho – Ron diz calmamente

— Em primeiro lugar, não ouse me chamar de filho, não depois de tudo... Vou perguntar apenas uma vez, o que você quer ? – falo impaciente

— Ao que me parece você também não cumpriu sua parte, recebi uns telefonemas dos acionistas e você anda um tanto negligente na sua função de CEO – ele responde

— Ao contrário de você, eu tenho algo na minha vida que está acima de todo o dinheiro do mundo, estive ocupado – digo simples

— Tão ingênuo... Já está se iludindo com mulheres Joshua? Sabe que mulher foi feita pra dar prazer e não trabalho, não desperdice seu valioso tempo – ele diz e o restante da minha paciência se esvai e dou lhe um soco no rosto formando um hematoma no local

— Enlouqueceu de vez moleque? – ele diz passando a mão local atingido pelo meu punho

— NUNCA MAIS DIGA ISSO – digo exaltado o repreendendo

— Suma da minha vida, faça esse favor à nós dois, eu não quero contato com você – digo pausadamente a última parte para que fique bem claro

— Garoto você não sabe do que sou capaz... – ele rosna

— Você é quem não me conhece, desapareça daqui, nunca mais ponha os pés em Los Angeles assim como tínhamos combinado ou irei vender todas as minhas ações para os Thompson com o maior prazer e nunca mais piso naquela empresa – digo num tom ameaçador

— Você não teria coragem... Não admite, mas ama o poder assim como eu... Está escondendo alguma coisa e eu vou descobrir...

— Aí que você se engana, eu nunca vou ser igual a você. Nunca. E não duvide de mim, aproveite o whisky e suma da minha frente – dou meu ultimato e subo para o meu quarto

Acordo no dia seguinte preocupado. Ron tende a ser insistente quando quer algo. Meu maior temor é ele fazer algo que prejudique à Estela e ou à Any. Ele é cruel. Uma coisa é certa, na primeira tentativa de afetar minha filha, eu largo a empresa. Está decidido. Apesar de amar meu trabalho, minha filha é mais importante.

Chego no escritório e sou bombardeado com compromissos até mesmo no fim de semana. Desta vez, não posso me esquivar da viagem que farei essa semana. Droga. Não quero que minha menina pense que serei um pai ausente. Pela primeira vez, penso em treinar alguém da equipe para ser meu representante nessas conferências.

Meses atrás, essas viagens de trabalho eram algo prazeroso. Geralmente eu passava a semana ocupado com meus compromissos e estendia a viagem até domingo para ter uma diversão... um tanto... frívola... é.... esse é o termo que define...

Hoje elas são a pior parte da minha função, pois fico sem ver minha filha por dias. Passo o dia analisando minha equipe todos são muito competentes, afinal, do contrário, não trabalhariam para mim. Reconheço que Krystian tem feito um ótimo trabalho e se destacado bastante, o mesmo é um dos funcionários mais antigos desde que assumi a empresa. Peço à Carla que o avise que quero conversar com ele em minha sala e em alguns minutos ele estava sentado na cadeira em minha frente.

— Bom dia, senhor Beauchamp, queria falar comigo? – o chinês pergunta já se sentando

— Sim Krystian, tenho uma proposta para você. Eu venho lhe analisando por um tempo e decidi que você está pronto. – digo sério

— Há quanto tempo presta serviços à esta corporação, Wang?

— Acredito que estou prestes a completar meu quinto ano aqui senhor... – o homem responde pensativo

— Então trabalhou com Ron, certo? - pergunto direto

— Não diretamente... Mas sim, trabalhei – o chinês responde meio inseguro

— Preciso ter certeza que posso confiar em você. O cargo que estou cogitando lhe nomear requer muita responsabilidade. Responda com sinceridade. Suponha que eu te dou uma ordem e Ron lhe pede para fazer o oposto... A quem você é fiel? – pergunto minuciosamente

— Ao senhor, é claro – ele responde com firmeza

— Por que? – pergunto desconfiado

— O senhor é o CEO, portanto o senhor é o meu chefe – ele diz firme

— Muito bem... O cargo é seu, parabéns, espero não estar me precipitando... Não me decepcione – levanto e ele em seguida e damos um aperto de mão selando nossa parceria

— Sente-se, irei lhe explicar tudo sobre sua nova atribuição – digo e começo a detalhar suas novas obrigações

— Bom, é isso basicamente, você agora é o meu braço direito aqui dentro. Não me decepcione. A partir de hoje sua sala será aqui nesse andar e obviamente terá um acréscimo salarial pela nova função acumulada.

— Obrigada pela confiança, senhor Beauchamp – o chinês diz sincero

— Não por isso, amanhã esteja pronto para viajar para nossa filial em Boston – digo e ele se retira da sala

Ligo para Cecília e a peço para que arrume minhas malas para amanhã.

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