Behind Bars

Bônus Pt.I

Lauren's Point Of View

-Ai, amor! Olha que mimo!- Camila veio andando em minha direção segurando um macacãozinho roxo, estendendo a peça em minha direção. Realmente era lindo. Ela não hesitou em colocar a roupinha no carrinho, que já estava abarrotado de roupinhas para nosso bebê.

-Pode ir escolher mais, Camz, o Sammy tá comigo.- Ela sorriu travessa e se perdeu entre os cabides e prateleiras da loja. Sabíamos o sexo do nosso bebê, mas aquilo pouco nos importava, decidimos que não colocaríamos imposições de gênero nele, deixaríamos que ele fosse um ser humano livre, sem nenhuma besteira imposta pela sociedade limitando seu crescimento e sua individualidade. Estávamos em uma loja no shopping, de roupas sem gênero, Camila estava maluca com tanta opção de roupinhas para bebês. Sam caminhava em um ritmo mais lento comigo e com o carrinho, enquanto tomava um sorvete de chocolate.

-Olha, Lauren, que peça mais linda!- a vendedora fodidamente irritante veio de novo pra perto de mim, me mostrando mais uma roupa que eu,
novamente, não havia achado bonita. Apenas dei um sorriso fraco e um aceno de cabeça, tentando dispensá-la sem ser grossa, mas ela insistiu e veio atrás de mim, agora puxando assunto.- Acho tão lindo mulheres dedicadas à família assim, sabia?- as outras duas vendedoras se aproximaram para se juntar à conversa, e eu já me senti suar em nervosismo, se Camila visse aquelas mulheres praticamente se jogando pra cima de mim, ela iria armar o barraco.

-Né? E você super combina com esse lance de mãe responsável.- uma outra vendedora falou se aproximando de mim, agora acariciando meu ombro e me olhando cheia de intenções, com olhares nada discretos.- Eu vou deixar o meu número com você, tá? Caso precise de mais roupinhas, ou se quiser companhia.

-Com licença.- tentei sair dali o mais rápido possível, tirei delicadamente a mão da mulher do meu ombro, mas eu já estava cercada de vendedoras tagarelando, estava encurralada. E lá vem o furacão Camila, com uma expressão nada boa no rosto, a mandíbula trincada e os olhos fervendo em raiva. Fodeu.

-Que porra é essa, hein?! Dá pra vocês sairem de cima da minha esposa ou eu vou ter que tomar alguma providência?!- Camila empurrou duas vendedoras que impediam seu caminho até mim, e rapidamente andou até minha direção, as vendedoras sumiram mais rápido do que ligeiro.- Vamos pagar logo essa porra e sair daqui!- ela entrelaçou nossos braços de um jeito bruto, praticamente me arrastando até o caixa.- Bando de vendedora abutre do caralho! Puta falta de respeito! Foi só eu sair de perto por um minuto que essas vagabundas avançaram em você como se você fosse um pedaço de carne!- segurei o riso com a situação. Minha baixinha com aquela barriga enorme de nove meses andava puta, parecendo um furacão, literalmente, a cara fechada e um bico lindo nos lábios. Eu sinceramente não sabia como ela conseguia andar rápido daquele jeito, nosso bebê deveria estar bem pesado.

-Ei, meu amor, se acalme.- ela continuou com a cara fechada, sem nem me olhar.- Olha pra mim, querida.- a latina parou de andar e finalmente me olhou, Sam de maos dadas comigo, observando curioso a situação, lambendo o seu sorvete.- Sabe que eu não estava dando bola pra elas, né? Caguei pra elas! Meu foco é minha latina barriguda e linda, tá bom?- ela assentiu, mas a carinha de brava e o bico não saíram dali.- Não precisa ficar brava, tá tudo bem, relaxa. Vamos pagar e ir pra casa, já deu de passear por hoje.- sua expressão suavizou mas o bico lindo ainda estava nos seus lábios, e não resisti em beijá-la, em um selinho demorado.

-Agora sim. As vagabundas viram que você é minha.- me deu mais um selinho antes de nos separar, e eu não contive uma gargalhada.

-Sou toda sua, cubana, só sua.- ela sorriu convencida e finalmente fomos até o caixa.

Pagamos por todas as roupinhas que compramos ali, que não foram poucas, e preferi pagar à vista, detestava usar cartão de crédito. Saímos da loja cheias de sacolas, e obviamente, não deixei Camila carregar nenhuma. O enxoval do nosso bebê já estava pronto, assim como o quartinho. Decidimos comprar móveis montessorianos, pretendemos criar nosso filho baseado nos métodos de Montessori, que estimulam a independência e a individualidade da criança. Eu não tinha feito isso na criação de Sam, eu e Keana éramos novas demais e não tínhamos muita noção dessas coisas, mas com certeza eu faria se pudesse voltar no tempo.