Behind Bars

the show must go on

Eu acho que estou aprendendo

Eu preciso ser mais forte agora

Em breve irei virar a esquina

Lá fora o amanhecer está surgindo

Mas aqui dentro no escuro estou sofrendo para ser livre

O show deve continuar

The Show Must Go On (Queen)

Lauren's Point Of View

Acordei mais cedo no dia seguinte, meu chefe havia me dito que precisava de mim. Mal tomei café com minha família, apenas peguei uma fruta qualquer e saí de casa ainda ajustando as mangas de minha camisa social cor vinho.

Demorei mais de trinta minutos para chegar à delegacia devido ao trânsito conturbado de Miami, e antes parei em alguma cafeteria qualquer, levando um copo de café expresso e uma caixa de donuts comigo. Chegando lá o chefe já me esperava em sua sala. Quando entrei no cômodo, o homem lia algum papel que repousava em suas mãos.

-Bom dia, senhor Glazkov.- cumprimentei o carrancudo homem careca. Dmitriev Glazkov era meu chefe no departamento, ele era russo e havia vindo para os EUA quando adolescente.

-Bom dia, agente Jauregui. Bom, preciso tratar de assuntos importantes com você. Sente-se.- me sentei na cadeira a sua frente e o olhei.- Você vai fazer a segurança de uma mulher.- a indignação tomou conta do meu corpo e eu fiz uma expressão incrédula.

-Mas eu não sou agente pessoal, Glazkov. Você sabe muito bem disso.- eu disse com irritação.

-Ou é isso ou você está no olho da rua. É uma pessoa de influência, você não tem opção.- ele disse com a expressão fechada.

-Tudo bem. Posso saber quem é?- perguntei entediada.

-Na hora saberá, a conhecerá hoje. Agora vá, vá se preparar.- ele falou e eu me retirei de seu escritório.

Idiota! Babaca! Filho da puta! Estou aqui para ajudar a resolver crimes, não ser segurança pessoal de alguma dondoca por aí!

Me dirigi até a minha sala, antes passando na sala de Normani, encontrando a negra sentada tomando algum tipo de chá enquanto lia algo. Logo ela percebeu minha chegada e levantou a cabeça, erguendo o óculos com o dedo indicador.

-Bom dia, Laur. Tudo bem?- ela havia sido transferida para essa delegacia no ano passado e desde então viramos grandes amigas.

-Acho que sim, e com você? Por que está aqui tão cedo?- perguntei enquanto sorvia o café morno no copo.

-Preciso ler esses relatórios de casos antigos que possam ser reabertos. Estão dizendo que eu tenho um número baixo de casos vencidos, vou tentar mudar isso.- ela disse com uma expressão preocupada.

-Relaxa, Mani. Você consegue. Agora me dá licença, que eu sou agente pessoal.- ela me olhou com o cenho franzido em confusão.- Exatamente, Dmitriev achou prudente me colocar como segurança de alguma dondoca. Como se eu fosse qualquer merda descartável.