Capítulo XII - O Stalker Gostoso

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Visto umas calças de fato de treino cinzentas, uma camisola branca justa e deito-me na cama. Preciso dormir durantes dias, estou exausta.

Quando acordo são nove horas da noite, dormi o resto da tarde. Não comi nada o dia todo. Bufo virando-me para cima observando o teto.

Isto não pode continuar assim. Tenho que sair desta casa, só preciso arranjar coragem para contar a Molly. O Hardin e eu não podemos continuar a agir como duas crianças... é apenas estúpido. Temos que agir como dois adultos, resolver as coisas e pôr tudo em pratos limpos. Isto não pode continuar.

Levanto-me finalmente da cama e vou para a cozinha comer algo. Passo pelo Hardin que está na sala a dormir. Dormir no carro não bastou?

Tento não fazer barulho para não o acordar. Se bem que nem me devia importar, mas a verdade é que ele mora aqui como eu... Por isso tenho que respeitar.

Acho que devíamos ter uma conversa séria, sem brincadeiras... Para resolvermos esta situação de uma vez por todas.

Assim que acabo de comer volto para a sala e sento-me no espaço que ele não está a ocupar no sofá. Tento sentar-me com um pouco de força para o movimento o acordar mas isso não acontece.

Será que o acordo? Se ele acordar mal disposto a conversa não vai correr bem e eu não sei a que horas a Mololly vai voltar do trabalho.

Toco no seu braço e abano-o um pouco, mas ele nem mexe. Abano-o com mais força e ele continua sem se mexer, se eu não ouvisse a respiração dele teria duvidas se não estaria morto.

Não que me importe, óbvio.

- Hardin? – Chamo. E nada. Bufo. – Hardin?! – Chamo mais alto ao mesmo tempo que o abano de novo.

- Humm... - ele resmunga ainda de olhos fechados.

- Tens tempo para dormires quando morreres. – Digo e ele abre um olho para mim confuso. – Precisamos falar.

- Sobre? – Diz voltando a fechar os olhos.

- Acorda! – Atiro-lhe uma almofada para a cara e ele suspira mas senta-se de modo a podermos conversar.

- Pronto... Diz. – E olha para mim.

Boa, agora digo-lhe o que mesmo? Não preparei nada.

- Bem... Hum... O que aconteceu ontem... - parece que foi há muito mais tempo, mas foi só ontem. – Bem... não pode voltar acontecer. E eu acho que nós temos que chegar a algum tipo de acordo, pelo menos enquanto eu continuar aqui a morar.

- Tessa, tu não vais sair daqui. – Ele diz sério. – Tu já moravas aqui antes de eu vir para cá, nem sequer me parece justo isso acontecer.

- Mas é o que vai acontecer, já está decidido, Hardin. Eu não posso continuar cá, e tu namoras com a minha melhor amiga, temos mesmo que parar com o que estamos a fazer, não é justo para a Molly, nem pra ti, nem pra mim.

- Mas...

- Mas nada. Entende! Pelo menos enquanto eu estiver cá, tenta-me ignorar ou algo do género.

- Eu não te consigo ignorar! – Ele diz.

Meu coração perde uma batida e eu quase que grito mentalmente para ele parar com isso.

- Tens que conseguir. Tu odeias-me, assim como eu a ti. Nada mais fácil que ignorarmos um ao outro. – Digo.

- Sabes muito bem que não te odeio. - ele responde encarando o chão.

ENTRE QUATRO PAREDESOnde histórias criam vida. Descubra agora