Capítulo XV - Hardin e... Molly?

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- Molly... ?

- Isto não é o que parece. – Diz o Hardin ao meu lado.

Apetece-me dar lhe com uma panela na cabeça. Isso é o que toda a gente diz quando é exatamente o que parece.

Molly olha para nós e eu não sei o que dizer. Sinto que acabei de ser apanhada a fazer a pior maldade de sempre. Ela não merece isto de mim. Quer dizer... de nenhum de nós dois.

- Eu não acredito. – Ela diz abrindo a boca enquanto olha para nós estupefacta.

- O Hardin, como sempre, estava a irritar-me e ...

- Ela é que me atirou um copo de água á cara! – diz interrompendo-me.

- Porque tu não falavas comigo! – Digo elevando as mãos ao ar. Como que a pedir a Deus para me dar paciência para o aturar.

- Eu não acredito que vivi para vos ver a ser amigos um do outro. – Ela diz sorrindo para nós e vindo na nossa direção para nós abraçar. Neste momento, duvido da sanidade mental da minha amiga.

Ela não acabou de nos ver quase a beijar? Estaria assim tão tapada? Ou simplesmente não quer saber?

- Nós estávamos a discutir. – Hardin diz. – Não sou amigo dela.

- Exato. – Digo apenas. Evito a vontade de lhe dar um soco e relembrá-lo de uma conversa que tivemos à uns dias atrás sobre tentarmos ser amigos. Mas parece que já se esqueceu disso.

Faço um lembrete mental para lhe atirar isso à cara quando estivermos sozinhos.

- E... foi bom enquanto durou. – Molly diz revirando os olhos e sai da cozinha de seguida.

Eu e o Hardin ficamos em silêncio sem nos mexer até que ouvimos a porta do quarto a fechar.

- Eu não acredito no que acabou de acontecer. – Digo olhando para ele. – Se ela tivesse chegado um minuto depois...

- Mas não chegou... e isto aconteceu por tua culpa. – Ele diz.

- Desculpa?! – Pergunto não acreditando no que ele acabou de dizer.

- Da próxima vez que eu não quiser falar contigo é bom que aceites. – Diz.

- Mas o que é que se passa contigo? – Pergunto olhando para ele com as sobrancelhas erguidas. – Pensei que estávamos a tentar ser amigos e agora ages assim... Como se te tivesse tentado fazer algum mal. Eu não te consigo acompanhar... - digo pondo a mão na testa sentindo a cabeça latejar.

Fico á espera de uma resposta sua... mas essa não vem.

- Vamos voltar ao tratamento de silêncio? – Pergunto. – Eu não tenho idade para isto, Hardin.

Viro-lhe as costas e pego num pano para começar a limpar a bagunça que fizemos.

Ouço-o suspirar atrás de mim.

Ser amiga dele é mais difícil do que estava à espera. Quer dizer... é impossível.

- Sabes que podes falar comigo, certo? Sei que não somos melhores amigos... mas... eu preocup... - paro de falar assim que percebo o que ia dizer.

Eu não me preocupo com ele! Obvio que não. O que se passa comigo??

De certeza que é por estar quase naquela altura do mês... É isso... só estou mais sensível... nada mais.

- O quê? – Ele pergunta.

Ah... encontrou a língua. Reviro os olhos.

- Hum... estava a dizer que... Podes falar comigo sobre o que quiseres... Sei que a nossa amizade... se é que estamos realmente a tentar fazer uma amizade...não começou da melhor maneira, mas pela nossa sanidade mental e respeito à Molly acho que devíamos tentar. – Pouso o pano e olho para ele.

ENTRE QUATRO PAREDESOnde histórias criam vida. Descubra agora