Capítulo V - O Amigo do trabalho

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Encosto-me ao banco do táxi e fecho os olhos. Porquê eu?

- Para onde menina? – O taxista pergunta.

Por momentos esqueci-me da sua existência. Para onde? Eu sei lá... Para casa está fora de questão. Tenho que me manter o mais afastada dele. Não só por Molly mas pela minha sanidade mental também. Ele não me faz bem.

Olha esta situação? Como é possível eu me ter deixado levar a este ponto?

Se não tivesse sido com Hardin até era capaz de me estar a rir disto.

- Hummm... Central Park por favor.

A partir de lá vejo para onde vou. 

Não sei o que fazer. Sou a pior amiga do mundo... disso já sei. Mas porque não consigo afastar-me? Eu não devia ter aceitado sair com o Hardin em primeiro lugar. Era óbvio que ia acabar mal... Nunca pensei que fosse com um beijo.

Não posso acreditar que nos beijamos.

COMO PUDE?!

Nunca me vou perdoar por isto. Nem Molly me vai perdoar se algum dia descobrir.

A coisa certa a fazer é sair de casa e afastar-me dos dois. Eu sei que é o certo a fazer, mas porque não quero fazer isso? Não me quero afastar de Molly, isso é óbvio. É a minha melhor amiga, mas o que lhe estou a fazer não é justo.

Quero-me afastar do Hardin. Tenho a certeza disso. Só não entendo como não consigo resistir. Não entendo como posso sentir aquelas coisas... nunca senti nada assim. Só pode ser por causa do odio todo que sinto por ele.

É a única explicação. Nunca odiei tanto alguém na minha vida. Ele é a pior pessoa que alguma vez conheci!

Não percebo como é que Molly se conseguiu apaixonar por ele. Não dá para entender! Ele é nojento.

Sinto-me porca só de me lembrar que ele já me tocou.

Não quero pensar mais no Hardin. Não quero pensar nisto. Saio do taxi quando chegamos ao parque.

A minha vida está uma confusão.

Bufo e sento-me num banco. Vejo todas as pessoas a aproveitar este dia lindo com as famílias, ou amigos. E aqui estou eu... sozinha, acabada e irritada.

Já está a começar a escurecer... Tenho 10 chamadas não atendidas do Hardin.

Só quero que me deixe em paz. Eu preciso de falar com alguém sobre isto. Não posso continuar a esconder, ainda vou sufocar com tanto drama.

Ligo para Steph que atende ao segundo toque.

- Oi amiga. – Digo um pouco desanimada.

- Está tudo bem, Tessa? – Pergunta.

Ela conhece-me como ninguém. Não sei como seria a minha vida sem as minhas duas melhores amigas, e é por isso mesmo que não posso acreditar que estou a trair uma delas.

- Não. – Digo tentando prender o choro.

- Onde é que estás? – Ela pergunta mais alto e ouço o som de umas chaves.

- Central Park. Estou sem carro. Preciso de falar contigo urgentemente, Steph.

- Não saias dai. Dez minutos estou aí Tessa. Calma ok? – Consigo sentir a sua preocupação na sua voz.

- Ok. – E desligo.

Mando-lhe mensagem com a localização exata e dez minutos depois ela aparece. Entro no carro dela e fecho os olhos.

ENTRE QUATRO PAREDESOnde histórias criam vida. Descubra agora