capítulo nove- simples e romântico

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   Narradora

     
 Já estavam aonde uma hora e meia no carro. Já haviam conversado sobre o "roteiro" de sua farsa ( mentira, fachada, chame como quiser), e combinado sobre o que iriam fazer e falar no restaurante com a ex de Blythe. E o garoto, que dirigia, a todo instante, mesmos que por poucos segundos, fixava seu olhar na garota ruiva ao seu lado, com a própria fingindo não estar percebendo, mesmo que sentisse os olhos castanhos avelã a mirando, e lhe causando um frio na barriga e uma grande confusão em sua cabeça, cujo ela não deixava transparecer em suas íris azuis.

 Anne Shirley Cuthbert. Um livro aberto e (realmente) cheio de mistérios. Gilbert Blythe, você pode apostar que é o leitor que sempre está disposto a desvendar todos os mistérios que seu livro proporciona.

 O sol já estava prestes a se por quando o carro foi estacionado. E, do mesmomodo que fez mais cedo, Blythe desceu do carro e foi abrir a porta para Anne, que lhe deu um pequeno sorriso em forma de agradecimento.

  — Eu não sabia que você tocava. 

A ruiva arrisca, com um olhar meio tímido e estranhamente penetrante, que tirava Gilbert Blythe do sério, diz, indicando com a cabeça o carro, onde havia visto o violão, tentando quebrar o silêncio que ali se instalava.

  — Quase ninguém sabe. Eu não toco em público, não que eu precise disso para ser notado, afinal... - ele diz com todo seu ego a flor da pele - você gosta?... am, digo, de música, é, da música...

— Não é só você que não mostra tais coisas em público Gilbert Blythe. - a ruiva diz em brincadeira, ficando um pouco confusa com o modo brusco com o qual o garoto ao seu lado vai rapidamente  em direção ao carro, voltando na mesma velocidade com o violão na mão, pega a mão da ruiva, que se assusta com tal toque, e é puxada pelo garoto.

 Após dez minutos em silêncio, caminhando em uma pequena estrada de terra, de mãos dadas eles param perto da beirada de um barranco, fazendo a garota ficar extremamente encantada com a visão, sem saber que para o moreno ao seu lado, ela própria era a melhor e mais bela visão de todas.
  
 — Vem, senta aqui - Gilbert a chama, tirando-a  de seus devaneios, indicando um pequeno muro de estatura baixa onde eles podiam se sentar para apreciar a paisagem, o sol se pondo, deixando a mais bela Vista que Anne já viu. - E então ruivinha, oque quer escutar?

 — Espera. Você realmente vai tocar? Quero dizer, realmente vai tocar pra mim? - A ruiva pergunta surpresa ou ansiosa, tentando conter sua animação jynro da ansiedade. Ela não sabia o motivo de ter esses sentimentos, assim como não sabia o por que de ter a sensação de que centenas de borboletas voavam em seu estômago, mas, ao receber um aceno afirmativo de Blythe a garota continua- Uau. Que honra Sr.Blythe. Bom, eu não tenho nenhuma música em mente no momento. Me surpreenda.

— Tudo bem, mas sinta-se realmente honrada, por ser a primeira pessoa que realmente me escuta fora minha família.

 Gilbert lhe diz, posicionando o instrumento na perna e começando a tocar. (Ligue o som da mídia)

       "Te levo pro cinema, sei até contar poema,
       Faço do seu jeitinho, te trato com carinho
      'Cê vai ver, vou te surpreender
       Se seu pai reclamar, eu faço média com meu sogro
      Eu grito que te quero posso até ficar bem rouco
      Por você, por você

     Eu sou, simples e romântico
     Pra você eu não falo, eu canto
     Vou gravar um vídeo
     E mostrar pro mundo o tanto
     Tanto que te quero e o tanto que eu te amo

     Eu sou, simples e romântico
     Pra você eu não falo, eu canto
     Vou gravar um vídeo
     E mostrar pro mundo o tanto
     Tanto que te quero e o tanto que eu te amo"

 Era inevitável a conexão entre os dois, seus olhos não conseguem desviar um do outro, e eles nem queriam fazê-lo.  Era como se o mundo tivesse parado e ali a única coisa que importava era o olhar da pessoa ao seu lado. Era inevitável parar aquilo. Suas mentes sequer cogitavam a ideia de desviar o olhar das íris azuis das castanhos avelã ou vice-versa.

A voz melodiosa e levemente rouca de Gilbert era tudo pra Anne, assim como o doce sorriso e o olhar de Anne era tudo para Gilbert.

  "Eu sou, simples e romântico
Pra você eu não falo, eu canto
Vou gravar um vídeo
É mostrar pro mundo o tanto
Tanto que te quero e o tanto que eu te amo.

Eu te amo,
Eu te amo
Vou gravar um vídeo e mostrar pro mundo o tanto Tanto

Eu te amo,
Eu te amo,
Vou gravar um vídeo
E mostrar pro mundo o tanto
Tanto que te quero e o tanto que eu te amo"

°○°○°♡°○°○°

Nada a declarar......

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