A Fúria de Regina

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Regina tinha sua visão totalmente focada no horizonte, enquanto dirigia pelas ruas da cidade. Seus pensamentos corriam entre passado e presente, um misto de emoções: insegurança, medo e raiva, muita raiva por saber que boa parte de sua vida ela passou se escondendo, fugindo, se privando e privando o filho de muitas coisas.

Mais uma vez Robin e Fiona entravam em sua vida e ela reviveria esse pesadelo: ter a segurança de seu filho ameaçada. Só que dessa vez ela podia escolher entre fugir ou lutar. Seus olhos se apertaram, sem muita percepção, pisou no acelerador do carro desviando dos demais carros à sua frente.

Zelena, que se sentava no banco ao lado, notou que o velocímetro já havia ultrapassado a velocidade permitida. Sabia que os nervos estavam exaltados a tal ponto que ela sequer pensava direito. Desde que saíram de casa o silêncio reinava entre elas, mas diante da situação Zelena não tinha outra opção, ela precisava interferir.

— Regina, está tentando nos matar?

— Eu avisei que não viesse comigo, Zelena — Seu tom saiu sério, no entanto a chamada da irmã, foi o suficiente para que ela voltasse a razão e desacelerasse o veículo.

— Claro, porque eu a deixaria sair sozinha nesse estado. Por favor, Regina. Você não vai resolver nada assim. — Embora, sem sucesso, Zelena tentava ser a parte calma das duas. Respirou fundo, antes de questionar: — Afinal, você ainda não disse para onde estamos indo?

— Para o Roni's...

— Ao Roni's? — Zelena franziu o cenho, demonstrando total desentendimento — Regina, achei que fossemos à polícia ou contratar uma gangue para dar uma surra naquele imbecil, coisa assim...

— Zelena, sem mais perguntas eu sei exatamente o que estou fazendo.

Zelena atendeu ao pedido da irmã, sabia o quanto aquela "novidade'' a havia desestabilizado, era compreensível. Zelena não se lembra de alguma vez ter visto essa fúria nos olhos da irmã. Ela só esperava que realmente a irmã soubesse o que estava fazendo. Regina parecia uma bomba relógio, pronta para explodir a qualquer instante.

Assim que chegaram ao Roní's Regina desceu com certa pressa, seguida da irmã. Ao entrarem, deram de cara com Killian que havia acabado de chegar para receber os pedidos de reposição. Como costumava fazer toda segunda-feira.

— Vocês aqui tão cedo? — O homem indagou, tomado de estranheza — O que aconteceu?

— Eu não tenho tempo para explicações, Killian. — Regina passou pelo amigo feito um foguete — Eu preciso pegar algo que deixei no camarim...

Zelena apenas meneou a cabeça, enquanto viu sua irmã sumir pelo corredor.

— O que deu nela?

— O tal Robin teve a coragem de pedir para reconhecer o Henry como filho, você acredita? — A ruiva se acomodou em um dos bancos do balcão.

— Como é? — Killian teve que segurar o queixo para não cair. — Espera, como isso é possível? Zelena, que história é essa?

Zelena resumiu a história para o amigo que ainda estava sem acreditar.

— Zelena, esse cara não tem o direito de exigir contato algum com Henry. Era só o que faltava...

— Sim, Killian, mas a Regina não...

Zelena não completou a frase, pois, ouviu o carro que julgou ser o da irmã dar partida e acelerar, teve a confirmação quando Killian explanou:

— Isso é o carro da Regina!

— Não! Ela não faria isso comigo. — A ruiva não queria acreditar que sua irmã a teria deixado para trás.

Os dois saíram porta afora e só conseguiram ver o carro de Regina a metros de distância deles.

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