O canto do cisne

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Se perguntassem à Emma se ela imaginava o que lhe esperava ao sair de casa naquela noite, a loira poderia dizer que tinha uma vaga noção dos planos da namorada. No entanto, agora sabia que todas as suas suspeitas, não haviam sequer se aproximado do que tinha diante de seus olhos. Ela poderia ter criado qualquer fantasia, menos a de encontrar Roni à sua espera.

Com um brilho incandescente em suas belas íris esverdeadas e sentindo-se segura para isso, deu um passo adiante, ensaiando uma aproximação, porém, foi impedida pelo feixe de luzes que se acendeu sobre a cadeira situada à sua direita; poucos metros de onde estava. Entendendo o recado, Emma apenas sorriu e caminhou até o local, onde se acomodou.

Ela tinha uma visão privilegiada, sobretudo, da dançarina parcialmente deitada no divã vermelho, contrastando perfeitamente com seu traje totalmente preto.  Roni vestia um sobretudo preto mediano, dava para ver as longas botas de couro. Entretanto, o que lhe chamou atenção foi a rosa posicionada em seu decote. Emma só tinha uma certeza: qualquer divindade do Olimpo não poderia se comparar àquela mulher.

As expressões da loira eram totalmente agradáveis aos olhos da dançarina, que a correspondia com um sorriso malicioso e, se não fosse pela máscara que lhe cobria metade da face,Swan poderia ver claramente o ardente olhar que a mulher lhe lançava.

Os primeiros acordes da música que escolhera para aquela noite, se iniciaram. Com sutileza,  sentou-se cruzando as pernas, sem jamais perder o contato visual com Emma. A dançarina começou sua coreografia de maneira indolente; apenas deslizando as mãos pelo pescoço enquanto ondulava seu quadril.

I'mma care for you

( Eu vou cuidar de você)

I'mma care for you, you, you, you

( Eu vou cuidar de você, você, você)

Emma acompanhava cada gesto. Impossível não se hipnotizar quando seus olhos caem sobre Roni. O coração da loira pareceu errar uma batida no instante em que a dançarina ergueu-se e caminhou em sua direção. Os passos de Roni eram lentos, mas os batimentos de Emma eram acelerados, tão intensos quanto o olhar da morena sobre ela.

Roni estacionou o mais perto que pôde de Emma, cantarolou trechos específicos daquela canção, começou a abrir vagarosamente os botões do sobretudo. Ondulava os quadris no ritmo perfeitamente sincronizado ao da canção.

You make it look like it's magic (oh, yeah)

(Você faz parecer que é mágica - oh, yeah)

'Cause I see nobody, nobody but you, you, you

(Porque eu não vejo mais ninguém, ninguém além de você, você, você)

A loira puxou o ar quando a dançarina cessou todo e qualquer movimento e abriu  seu sobretudo de um modo um pouco mais brusco. Emma desceu o olhar e finalmente pode conferir o traje agora revelado. — a mini saia e um top em couro com ornamentos em metal — "Linda e extremamente sexy". Emma levou a peça ao  nariz e aspirou o perfume inebriante de Roni, quando a dançarina se livrou de vez da peça e jogou sobre ela. Roni só havia começado a dançar, mas a loira já sentia os efeitos em seu íntimo.

Roni caminhou alguns passos até a barra de pole dance. Rodeou uma, duas, três vezes, antes de recostar o corpo na fina barra de ferro. Seus olhos não desviavam dos de Emma, pegou a rosa que estava em seu decote e começou a fazer carícias no próprio corpo; primeiro pelo pescoço, depois circulou entre os seios e desceu pelo torneado abdômen, por fim, deixou que caísse ao chão. Ajoelhando-se, moveu lentamente a silhueta, segurando firme na barra, para em seguida subir até a metade e descer contornando.

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