Fascinação

Antes da tempestade, a calmaria!

Fiona ainda parecia desnorteada pela aparição repentina de Robin em seu quarto de hotel, ela via no olhar daquele homem tão prepotente que ele estava disposto a tudo para conseguir o que queria e isso ficou comprovado quando Robin discursou sorridente seus planos para Fiona, totalmente desatinados.

— Você está louco se acha que vou me sujeitar a isso...

— Minha querida, acho que você não ouviu direito, eu não estou lhe dando o direito de escolha. — Ele abriu um sorriso sarcástico, após dar dois passos para se aproximar da mulher e encará-la fixamente. — Lembre-se do que você tem a perder caso não cumpra as minhas ordens.

— Ah, Robin, eu já estou saturada das suas chantagens baratas, lembre-se você que isso não me intimida...

— Mas deveria, Fiona! — Robin aumenta seu tom de voz — Você deveria temer porque, no fundo, eu sei qual o é seu ponto fraco e assim que eu pegar o meu filho, posso muito bem usar isso ao meu favor.

— Você acha que sabe demais sobre mim, não acha? — Fiona tenta não descer ao nível de Robin. Mantém um tom de voz mais baixo que o dele. — Acha que me importo com suas ameaças de fechar a escola de danças ou bloquear o meu cartão de crédito? Não me tire como o idiota do seu pai, Robin. — As palavras saiam calmas, porém com uma acidez totalmente indigesta para Robin e Fiona percebeu pelo semblante sisudo — Você não fará nada porque você precisa de mim, pois sabe que jamais conseguirá o que quer sem a minha ajuda. Então, eu sugiro que pare de blefar, guarde sua energia para o que realmente importa.

— Fiona, Fiona, minha paciência com você acabou há muito tempo. Sua sorte é que, como você disse, eu ainda preciso de você, mas não abuse, não abuse porque nós dois sabemos que uma hora eu posso me cansar de blefar, nós dois sabemos que eu posso reduzir você a pó.

— Nós estamos juntos nessa, meu querido! — Dessa vez foi Fiona quem se aproximou de Robin e o encarou com um sorriso. — No nosso acordo é assim: se eu cair, você também cai.

— Não queira pagar pra ver, meu bem! — Robin fixou bem seu olhar ameaçador sobre Fiona, antes de se aproximar e lhe beijar a face — Tenha bons sonhos, nos vemos no café da manhã. — Robin caminhou até a porta, mas antes de sair disse: — Ah, eu esqueci de mencionar, estou hospedado no andar superior, suite presidencial.

Assim que Robin saiu, a professora foi até o minibar e serviu-se de uma bebida forte.

— Você não tem saída, Fiona, até o momento, você ainda está à mercê desse imbecil. — Bufa, ao constatar que teria que seguir exatamente o plano de Robin.

***

— Seis, sete e oito ... — Killian iniciou a contagem antes de soltar a música para passarem, uma vez mais naquela tarde, a coreografia que ensaiavam para o próximo show de Roni. Eles haviam levado boa parte da tarde na montagem do número a ser apresentado na noite latina.

Killian levava a mão ao peito e suspirava para cada passo perfeitamente executado pela dançarina. Ele nunca tinha visto alguém com tanto talento como Regina e olha que havia percorrido muitas academias de dança nesses longos anos de profissão.

Alguns minutos sob a supervisão de Killian e Regina finalizou a coreografia com a respiração um tanto ofegante e um semblante não tão satisfeito. Regina estava mais exigente que o normal, apesar de terem escolhido uma música mais complexa por conta de uma noite especial que fariam no Roni's, o coreógrafo sabia que não era só por isso.

— Perfeita, simplesmente perfeita! — Killian exclamou exaltado enquanto suas mãos aplaudiam o desempenho de Regina.

— Hum, eu não sei... sabe que eu acho que falta algo na coreografia. Eu não me sinto completa ainda, entende? Ainda não consegui transbordar. — Regina confessou, tentando entender o que ela havia feito de errado.