Roni's Hell

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Luzes coloridas, a música preenchia o ambiente meramente cheio. As mesas ocupadas por homens e mulheres dispersos da rotina, provavelmente cansados de um enfadonho dia de trabalho. O Roni's Hell, apesar de recém-inaugurado, se tornou um dos bares mais badalados de Seattle — a cidade que sabia perfeitamente misturar negócios com prazer —, era o local indicado para quem apreciava bons drinks, e queria se desprender de todo e qualquer estresse.

Emma adentrou o local depois de um longo e árduo dia de trabalho na delegacia local. Passou os olhos pelo ambiente e retirou sua inseparável jaqueta vermelha, pois o calor que provinha dali invadira seu corpo. Deu alguns passos para frente e analisou mais uma vez a decoração repleta de ornamentos que ela não soube identificar ao certo; era um misto dos cabarés parisienses do século 18 — por uma predominância de luzes vermelhas, que oscilavam em tons de roxo e preto —, com toques da arquitetura grega, que remetia aos deuses olimpianos. Não que Emma achasse isso deselegante, porque visivelmente a combinação ficou excelente, mas questionava o porquê dessa mistura exótica. Seus pensamentos foram cortados quando a mão de seu irmão lhe tocou o ombro.

— E então maninha, o que achou? — David perguntou, fitando a loira. — Não é um arraso?

— Parece legal! — A loira se limitou a dizer.

— Legal? — Indagou, indignado. — Você não sabe apreciar as coisas boas da vida Emma Swan.

— Tudo que eu queria apreciar agora, era minha cama, meus cremes... — Suspirou, pesarosa.

— E ficar se martirizando por ter dado um pé na bunda de Lily e ela ter atentado contra a própria vida com meia dúzia de tranquilizantes? — disse, revirando os olhos. — Me poupe, nos poupe!

— Eu não estou me martirizando, David. E você fala de uma forma tão cruel! — disse, séria.

— Não me repreenda por dizer a verdade! Aquela jacaroa não merece o chão que você pisa. E ela já está bem. Foi até bom ela ter dormido esses dias, tirou aquelas olheiras horríveis que ela estava.

— Você é o ser mais horrível que já conheci em toda minha vida, David Swan Nolan. — Emma dispara. — Sempre falando demais...

— Oh, mas que calúnia, Emma! — Leva sua mão ao peito. — Que culpa tenho se essa sociedade é retrógrada e despreparada para um ser lindo como eu, jogar as verdades... bem na sua cara?! — Ele solta a pérola e Emma revira os olhos. — Ai, venha, vamos sentar, ou daqui a pouco não veremos a performance da Deusa desse lugar. — David puxa a mão de Emma rumo a uma das mesas mais próximas a um pequeno palco.

— Ainda me pergunto se nascemos mesmo da mesma mãe, ou se você foi encontrado por ela em algum final de arco íris depois de uma tempestade. — Emma disse rindo ao se sentar na mesa escolhida por David.

— Eu também me pergunto isso às vezes, pois você é fanchona demais para ser minha irmã, Emma!

— E você é gay demais da conta! — Emma ri, mas sua risada se dissipa com o semblante sério do irmão. — Qual é o problema?

— O problema é que eu aproveito as sete cores do arco íris, não fico só no azul é a cor, nem tão quente assim, daquela "dragoa" de codinome Lily Page como você ficou por muito tempo. — Torce o lábio. Emma retrucaria as palavras hostis do irmão sobre sua ex, se uma bela mulher de cabelos longos com pontas vermelhas e traje um tanto colado e curto, não os interrompesse.

— Boa noite, David! Que bom vê-lo aqui outra vez. — A garçonete se anima ao reconhecer o loiro. — E acompanhado por uma mulher... — Ruby não esconde a surpresa.

— Oh, não Ruby, não pense mal de mim! — Essa loira aqui do meu lado é minha irmã, Emma Swan. — Apresenta.

— Muito prazer, Emma! — Ruby acena com a cabeça. — Hoje vou atendê-los!

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