•|Chapter 7|•

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Hate me/Miley Cyrus
"Eu pergunto-me o que aconteceria se eu morresse,
Espero que todos os meus amigos fiquem bêbados e drogados,
Seria muito difícil dizer adeus?
Espero que seja o suficiente para te fazer chorar
Talvez nesse dia não me odeies"

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Annabelle Thompson P.O.V
26 Março 2018
9am

Tudo bem.
O mundo está contra mim e o meu karma decide, em plena manhã, que eu ficarei parada no meio da high way com o meu carro a deitar fumo.
Respiro fundo enquanto observo o fumo fugir do capô aberto e dispersar pelo ar, tenho vontade de berrar comigo mesma por nunca ter sequer posto a hipótese de que esta merda poderia acontecer comigo e que eu precisaria saber mexer em carros. Afinal, sei mais do que bem que agora não tenho quem eu possa pedir ajuda além de Trevor.
Além disso não tenho o número de ninguém.

Como nunca pensei na hipótese desta merda acontecer?

Alguém pára o carro na estrada olhando-me e não, não é alguém conhecido que me sorri e diz-me que conhece um mecânico e que eu posso ir com el@ para a escola como na porra dos filmes.
É uma mulher que grita comigo por estar a ocupar uma das quatro faixas de passagem de carros e eu consequentemente ignoro-a, eventualmente dando o meu dedo do meio.

—Trevor?—Pergunto assim que atende.

—É o Ryan—Prendo a minha respiração assim que ouço o seu nome e fico paralisada. —Sol?

Recupero o meu foco e olho para o motor que deita fumo —Eu preciso do número da Steph, envia-mo— Profiro as palavras com mais frieza do que desejara.

—Claro, já te mando por mensagem—Agradeço e desligo o telemóvel sem aguardar a sua resposta e questiono-me logo de seguida se não tinha sido demasiado fria... claro, como se ele não o merecesse.

Bufo e ligo ao número que acabo de receber por mensagem, na esperança de que fosse atendida.

—Stephanie?—Pergunto incerta, não tinha dirigido a palavra direta à minha velha amiga desde que houve aquele encontro na hamburgueria, na semana passada.

—É, quem fala?—Ouço uma voz grossa de fundo e já sei que é a porra do seu namoradinho irritante.

Annabelle...preciso que me venhas buscar à high way ou que mandes um reboque, literalmente não tenho o número de mais ninguém para me ajudar—Cruzo os braços mordendo o meu mindinho enquanto praguejo os quatro ventos.

—Não podes pedir à tua tia?

—Se eu pudesse não pedia ajuda, caralho.

—Tudo bem, eu... eu estou fora da cidade, estou no hospital a... resolver uns assuntos—Ela parece pensar e eu questiono-me sobre a verdade nas suas palavras.
—Irei passar o número de telefone do Zac ou do Jack, vê se eles podem. Sinto muito.
Desligo a chamada e bufo passando as mãos pelo cabelo enquanto vejo a condensação da minha respiração pesada no ar frio de ontario.

Começo a fazer a próxima chamada já irritada.
—Zac?

—Quem fala?

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