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Um mês se passou desde que Juliana e Valentina foram sinceras uma com a outra, tendo o mar como testemunha. Naquela noite, Juliana não disse que sim para Valentina, mas também não disse um não, ao contrário, prometeu pensar pois a resposta para a pergunta da castanha não poderia ser tomada assim quando as duas estavam com a emoção a flor da pele.

Valentina concordou em esperar o tempo que a morena pediu e fez um único pedido no qual Juliana não pôde recusar, afinal, para ela a resposta fosse mais fácil. 

Naquela noite deitadas na cama, cansadas depois de fazerem amor, Valentina havia pedido a Juliana que ficasse em sua casa aos finais de semana pois já havia se acostumado a presença da morena e que seria difícil não tê-la por perto. Juliana lógico disse sim e embora soubesse para resposta da primeira pergunta de Valentina, a morena queria amadurecer mais a idéia e a relação das duas antes de dar um grande passo, sem contar o incômodo em magoar suas amigas.

Hoje era um daqueles típicos dias no Tribunal de Justiça de Los Angeles, Valentina julgava o caso de Jackson Sullivan de 30 anos. Sullivan é um assassino em série que seduzia e casava-se com suas vítimas para depois matá-las e receber o seguro. Para a polícia de Los Angeles foi difícil capturar Sullivan, já que ele não deixava rastro de que suas esposas foram mortas por envenenamento. 

No caso de Sullivan, o veneno usado fazia aparentar que suas vítimas morreram de formas naturais. Tendo em conta que as vítimas eram de meia idade, foi dificultoso para os investigadores ligar as mortes a Sullivan.

Valentina se sentia esgotada, casos longos a esgotava e era apenas uma quarta-feira chuvosa. Sentia falta de Juliana. 

Desde que a morena voltou para casa de suas amigas, era difícil para Valentina conciliar o sono. Revirava a cama noites e noites e em algumas delas passava em claro, isso porquê fazia apenas duas semanas que Juliana havia partido. 

A morena prometeu pensar e disse que não demoraria a dar uma resposta, então não restou a Valentina outra solução a não ser, esperar e respeitar o momento da sua namorada. 

Merda! Era difícil demais sem Juliana por perto.

– Que a promotoria e a defesa se apresentem. — ordenou a juíza.

Advogado e promotor se aproximaram à tribuna.

– Excelência, eu reforço a inocência do meu cliente, todas essas mulheres infartaram, considerando a idade que tinham.

– Infarto esse, causado por uma alta dose de arsênico. — disse a promotoria — Excelência, a autópsia concluiu que as vítimas foram mortas por uma alta dose de arsênico. Todas essas vítimas possuíam um seguro de vida milionário e tinham como único beneficiário o senhor Sullivan. A exumação dos corpos e seguindo a linha de investigação, conseguimos juntar novas prova que indicam o assassinato de três de suas quatro viúvas. Eu peço apenas que essas provas sejam incluídas no processo. 

– Isso é uma bobagem. Isso só mostra o desespero da promotoria em acusar o meu cliente…

– Tem permissão para incluir as novas provas aos autos do processo. — disse diretamente para o promotor.

– Excelência… 

– Voltem aos seus lugares. — Valentina não estava nos seus melhores dias.

A ordem foi clara e direta. Sem mais delongas, defesa e promotoria voltaram ao seu lugar.

**

– Emma. Qual a minha agenda pra hoje? — perguntou Valentina ao passar pela mesa de trabalho de sua secretária.

Valentina se sentia esgotada pelo atribulado dia no Tribunal de Justiça e até cogitou a hipótese de ir para sua casa, e relaxar em sua banheira com água quente, mas sabia que isso a manteria relaxada apenas por um instante e isso só a faria ir atrás da pessoa que ocupa sua mente desde que se fora.

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