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Se Juliana disser que se concentrou na aula de fisiologia com o Sr

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Se Juliana disser que se concentrou na aula de fisiologia com o Sr. Stevens essa manhã, estaria mentindo completamente. Seu pensamento estava em Valentina e na incrível noite que passou nos braços da juíza. Ainda sentia o toque da mulher em sua pele, ainda sentia o cheio e o sabor da castanha entranhado em seu corpo, e isso era viciante.

Sempre achou que isso só acontecesse nos livros e nas novelas que as empregadas da mansão dos Valdés costumavam ver. Juliana nunca viu o amor dessa forma, só tinha tido uma única experiência de amor puro, e esse, foi de sua mãe. Não imaginava que podia sentir o que era transmitido nos filmes, livros e novelas, jamais pensou na possibilidade de sentir a necessidade do contato de alguém mais.

Desde a morte de sua mãe, a morena não se sentia tão viva. É como se agora, além da medicina, ela tivesse outro motivo para ser feliz.

- Juli. - Mia chamou.

Estava tão perdida em pensamentos, ou melhor, em Valentina, que não ouviu quando o alarme tocou dando por finalizada a aula do sr. Stevens.

- Juliana! - chamou novamente, desta vez, mais alto.

- Hum!? - Carol revirou os olhos. Começava a ver os primeiros sinais de boba apaixonada de sua amiga.

- Acabou a aula, Juliana. Onde está com a cabeça!?

Embora a ruiva fosse completamente apaixonada por Mia e cedesse a alguns caprichos da loira de cabelos ondulados, Carol já havia passado da fase " Boba apaixonada" e tinha pouca paciência para entender sua amiga.

Juliana por outro lado, podia jurar que essa fase não passaria tão cedo.

- Ah! Desculpe, não me dei conta.

- Percebemos. Vamos tomar um café?

- Sim, claro.

Mia ajudou a morena a se pôr de pé e se ofereceu para carregar a mochila da morena, que aceitou sem reclamar.

Do outro lado do Campus, Valentina não estava muito diferente de Juliana e precisou de muito esforço para se concentrar no que dizia, mas sentia a todo tempo os pelos dos braços se arrepiarem ao recordar da sensação que era sentir a pele de Juliana junto a dela.

A juíza ainda não se sentia pronta para falar sobre o que sentia de fato pela morena, mas tinha certeza que era além, muito além de um simples querer e a noite que passaram juntas, foi além de ser só sexo.

Naquela manhã em especial, os alunos estavam animados a perguntarem sobre sua profissão e como podia identificar e ajudar pessoas vítimas de violência, logo hoje que Valentina só queria sair dali, pegar a sua garota e levá-la para um dia inteiro juntas.

- Sra. Carvajal? - levantou a mão um menino magro, de cabelos escuros assim com seus olhos - Me chamo Kevin e minha pergunta é: O que acontece com uma criança vítima de violência?

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