33 - Isso não é a porra de um adeus (Capítulo final).

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Uma luz branca invadiu o fundo de seus olhos e penetrou o mais fundo de sua alma fisgando seu coração e acelerando todo o ritmo. Não sabia bem como reagir, não sabia onde estava e nem tinha certeza se gostaria de saber. Tirou os fios de cabelo enrolados do rosto visualizando o lugar em que estava.

Com os olhos, ainda um pouco assustada, ela fitou todas as direções encarando todo o cenário. O lugar era todo branco e o ar gelado fazia com que todos os pelos de seu corpo ficassem arrepiados.

A iluminação era extremamente forte, o que de fato chegava a incomodar seus olhos que na maior parte do tempo estavam semicerrados.

Com as mãos, deu leves tapas onde estava deitada e pôde ter a certeza que aquilo se tratava de um colchão. Tentou se levantar e sentiu a queratina de seus pés se chocando contra o mármore frio e liso. Estava vestida em algo branco, uma espécie de vestido, mas nada parecia tão claro para Indra.

— Ela acordou, chamem a maioral. — Escutou uma voz aguda gritando.

Estava sonhando? O que era aquilo? A vida após a morte? O céu? O purgatório? Ou o inferno? Nada fazia sentido na sua cabeça. Ela sentiu sua morte chegando e se lembra de se sacrificar por todo o grupo, mas ao mesmo tempo sentia seu coração pulsando e bombeando sangue para todo o corpo, sentia o ar gélido inflando seus pulmões, ela estava viva! Apenas não sabia onde estava.

Quando levantou sua cabeça mais uma vez para ver do que se tratava, visualizou uma das criaturas mais lindas que ela já viu em sua vida. Seu coração palpitou, sua boca ficou seca e seu corpo se tremeu do dedo do pé, até o último fio de cabelo no couro cabeludo.

Vestida em um traje dourado com os cabelos ruivos caindo nos ombros como em uma cascata, ela sorriu ao visualizar sua antiga amiga. Nixie estava ali, em carne e osso de braços abertos, pronta para receber sua amiga.

— Por Posseidon! Não é possível! — Indra coçou os olhos e deu tapas contra seu próprio rosto.

— Não está ficando doida, Indra. Sou eu! — Andou em direção ao altar com um colchão.

Indra se levantou e correu em direção a Nixie. Seus corpos se chocaram com força e um abraço apertado conformou as duas sirenas. Indra pôde sentir que diferente de si, Nixie estava gelada, então confirmou que a garota realmente não pertencia mais ao reino dos vivos.

— Eu senti tanto a sua falta… — Nesse momento, ela já não conseguia mais se conter, muitas lágrimas escorriam por todo seu rosto.

— Eu também senti a sua falta, irmã! — Nixie não chorou, parecia estar em outro nível de elevação sobrenatural.

— Onde estamos? Estou viva?

— Estamos no vale de passagens, apenas as pessoas que têm alguns assuntos pendentes ficam aqui. Alguns costumam chamar de purgatório, um lugar onde as pessoas precisam se arrepender de coração para partir até a vida eterna.

Indra arregalou os olhos.

— Então, qual é o meu assunto inacabado? Eu preciso realizar a passagem! E você? Por que ainda está aqui? — Indra estava em estado de êxtase, como se estivesse alucinada.

— Indra, existe uma quantidade inestimável de coisas que você precisa terminar, mas o que te prende aqui são os seus pais. — Nixie sorriu alisando o rosto de sua amiga.

— Os meus pais? — Ficou confusa. — Não estou entendendo o que meus pais têm a ver com isso. Eles estão… Mortos, não?

— Não. Seus pais conseguiram fugir na última semana. Estavam presos em uma das sedes da OBC, agora estão com os Amazontes…

Submersas - [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora