13 - Origens.

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— Por que nós deveríamos conversar com alguém que por anos tenta nos destruir? — Metis tomou a frente dá situação.

— Nossa intenção nunca foi destruir vocês, Metis. — Disse o homem gesticulando com as mãos.

— Não ouse dizer o meu nome mais uma vez! — Seus olhos ficaram azul ciano.

— Por que vocês não contam de uma vez? Qual é o problema com os humanos? Por que eles simplesmente não conseguem dizer a verdade?! — Apolo correu até Metis e a segurou, consegui tranquilizar a garota com seus poderes.

— Como os boatos já devem ter revelado, eu não sou um humano. Eu sou um híbrido! — Disse o criador da OBC.

— E por que criou uma organização que nos capturasse dessa forma? — Justin questionou desta vez.

— Não é segredo para ninguém, o relacionamento de humanos com sirenas é sim possível, mas os governadores do oceano insistem em fingir que isso não é possível. — Ele mostrava decepção em suas palavras.

— Como pode nos provas que compartilha das nossas habilidades?! — Justin questionou mais uma vez, estava preparado para a qualquer momento atacar algum deles.

— Querido, a tecnologia presente aqui já não é o suficiente para provar isso? — Ele sorriu de forma maliciosa.

— Vocês são estranhos! Tudo aqui é estranho! Por que sabem os nossos nomes? Isso é assustador. — Dessa vez Apolo entrava na conversa, mas nem por um segundo sequer ele soltou a mão de Metis.

— Vamos explicar toda a história! Nós temos acesso a todas as informações sobre vocês, todas as missões e tudo o que acontece no oceano. — A mulher ruiva de antes voltou a se intrometer.

— Quem é você? E qual é o seu nome? — Metis perguntou.

— Sou esposa de George, me chamo Natasha! — Estendeu a mão, suas unhas estavam pintadas de vermelho bordô.

— Lamento, é um desprazer conhecer vocês! — Justin sorriu irônico.

— Que tal vocês começarem a falar logo? — Indra esbravejou.

— Tudo bem... Tudo começou com o meu bisavô, Heráclito. Como vocês já devem saber, ele fundou o sistema de proteções das sirenas, ele criou o lance dos laranjas, prateados e etc. — George começou explicar.

Todos presentes naquele corredor ensanguentado testemunharam todo aquele depoimento seguido de explicações e esclarecimentos.

— Ao falecer, seu legado foi passado de pai para filho, Heráclito II, que teve o meu pai, Dom, por volta de seus quarentena anos. E bom, meu pai foi banido do oceano índico e foi obrigado a passar toda a sua vida, vivendo como um humano, disfarçado e sem poder usufruir de seus dons. — George parecia se emocionar ao lembrar de seu falecido pai.

— Comovente, muito comovente! — Lagoona revirava os olhos. — E nessa história fajuta onde está a justificativa para você como um híbrido medíocre querer nos matar? — Avançou mas foi contida por Indra.

— Fique calma! Selvagem! — George colocou suas duas mãos para frente como se estivesse se protegendo.

— Eu não sou selvagem, mas se precisar me torno como uma imediatamente.

— Pare de enrolar e nos conte o resto. — Metis interviu na discussão.

— Tudo bem. Após meu pai ser banido ele precisou trabalhar em uma lanchonete como garçom, e foi naquela lanchonete que ele conheceu Donna, a minha amada mãe! — Seus olhos se encheram de lágrimas novamente. — A minha mãe era humana, e essa relação dos dois me fez ser quem sou.

Natasha segurava as mãos do homem enquanto acariciava com delicadeza e suavidade.

— Inicialmente eu queria apenas estudar vocês e como vocês funcionam. Mas a raça das sirenas os torna agressivos por natureza...

— Você nos sequestra, manda monstros de todos os tipos para nos prejudicar, provoca vazamento de líquidos químicos, mantém o nosso povo trancafiado e quer que nós fiquemos tranquilos com isso? — Netuno disse acordando com a voz fraca.

Nixie acariciava seus fios de cabelo claros.

— Como eu já havia dito, de início tentei ser amigável, mas um de vocês matou o meu melhor amigo, um simples pescador que fazia o que fazia para sobreviver. — Sua voz foi aumentando a entonação a cada palavra dita.

— Simples pescador? — Apolo gritou. — Você sabe o que vocês humanos causam ao nosso lar com uma simples pesca?

— Controle-se monstro! Ou usaremos de força maior contra vocês. — Natasha respondeu.

— Não temos medo de enfrentar vocês, querem nos destruir? Vão em frente, tentem ir de encontro com o nosso poder. — Ohana olhava fixamente para a mulher.

— Sem confusões! — Disse George. — Vocês não sabem de muita coisa que acontece sobre o oceano.

— Cara, quer saber? Por que você não nos deixa ir embora? — Justin parecia impaciente.

— Bom, de acordo com meus cálculos o rei está para morrer... Não?! — Ele disse em tom irônico.

— Sim ele está, o que você tem a ver com isso? Já não acha que perdemos tempo de mais com as suas explicações fajutas? — Metis fez sinal de que estava indo para casa.

— Vocês sabem o motivo de seu pai estar preso? — Natasha sorria.

— Lave a boca para falar da minha família! — Netuno se levantou de forma rápida e lançou Natasha para longe com suas mãos.

— Mais um movimento agressivo assim  e ficaram aqui por mais tempo! — Disse George.

— Vamos sair daqui! — Netuno deu as costas e todos começaram a o seguir.

— Seu pai está aqui por escolha própria! — Gritou o homem.

Os irmãos Mers pararam ao escutar aquilo.

— Você está ficando maluco, perdeu a noção do perigo!? — Metis virou encarando nos olhos.

— Pelo visto, vocês também não sabem que um dos dois morrerá no dia dá coroação, não é?! — Ele sorriu.

— Não acredite nas palavras dele, Netuno! — Metis segurou o irmão.

O clima pesado tomou conta daquela sala, enquanto Natasha gargalhava, as sirenas pareciam nervosas e insatisfeitas.

— A verdade dói, eu sei! Aproveitem o tempo que vocês terão juntos. — Levantou o dedo do meio.

— Eu voltarei, tirarei o meu pai daqui! — Metis gritou dando as costas e saindo daquele lugar.


                                 •°•°•

Chegando no castelo, a fúria tomou conta do rapaz, ele correu com passos longos na frente de sua irmã e o restante do grupo e com fortes batidas, tocou a porta do escritório de seu tio Adam.

— Entre! — A voz grossa respondeu rispidamente.

— Por quanto tempo ia esconder isso de nós?! — Netuno estava furioso, com sangue nos olhos.

— Netuno. Eu falei para não fazer isso! — Metis correu mas foi lançada para longe com o poder do garoto.

— Do que você está falando? — Adam se levantou da cadeira.

— Ainda tem coragem de se fazer! Babaca! — Virou a mesa do escritório com um gesto de lançamento.

— Netuno controle-se! — É uma ordem! — Todas as sirenas começaram a chegar.

— Você não tem o direito de dar ordens aqui! Como pode mentir, como você teve coragem de nos enganar? — Sua voz ficou falha.

— Netuno! — Nixie correu e segurou seu braço.

— Eu tinha o direito de saber que um de nós dois iria morrer! — Netuno caiu de joelhos ofegante.

Seu rosto estava vermelho e molhados  por culpa das lágrimas que derramou ao saber que seriam seus últimos dias com sua irmã.

Nixie se ajoelhou ao seu lado e com um movimento leve e singelo o confortou com um abraço.

— Eu te amo, tudo vai ficar bem. — Dizia a garota com leves batidinhas nas costas.

Metis se levantou e foi até seu tio com passos cuidadosos, porém rápidos.

— Você está feliz? Espero que quando se deite, lembre-se do meu irmão chorando e saiba que você é o responsável por isso! — Deu as costas e saiu.

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Submersas - [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora